Capítulo 19

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PoV. Zayn


Eu estava deitado na minha cama, encarando o teto e aproveitando o silêncio da manhã de domingo, quando a porta do meu quarto foi aberta com um chute.

— Hora de acordar, Hannah Montana! - Louis decretou, entrando com a familiaridade de sempre. Logo atrás dele vinha Liam.

— Não estou dormindo, estou morto. - falei, escondendo o rosto com os dois braços - Deixem flores e caiam fora.

Claro que nenhum deles me levou à sério. Louis foi sentar na poltrona marrom perto da janela e Liam deitou de barriga no meu sofá, um pacote de Ruffles pela metade nas mãos.

Payne estava deliciosamente desalinhado. Daquele jeito largado e preguiçoso de um domingo, a camiseta embolou na barra e subiu um pouco, revelando parte das costas musculosas, o cabelo castanho estava um pouco maior do que costumava mantê-lo e caía para o lado numa onda sedosa que fez minhas mãos coçarem para tocar. Ao invés de ceder ao meu desejo, apoiei os cotovelos no colchão, me deixando um pouco erguido para olhar para os dois.

Louis estava estranhamente silencioso, os olhos azuis encarando minha janela fechada.

— Ih, qual é a do clima tenebroso? - perguntei em voz alta - Tommo finalmente assassinou alguém?

Liam riu baixinho, a bochecha cheia de batata chips, como um esquilo. Louis bufou, ainda fitando o sol através do vidro.

— Hilário. - ele resmungou.

Liam e eu nos entreolhamos. Alguma coisa aconteceu. Esse era um dos momentos em que Louis ainda debatia se nos contaria seja lá o que rolou, mas se não perguntássemos, ele não abriria a boca.

— Como foi o jantar com os Styles? - perguntei casualmente. A televisão na parede de frente a cama passava um desenho animado desconhecido, mas estava no mudo.

Tommo deu de ombros e afundou mais na poltrona.

— Normal. Eu passei a noite lá, por causa da tempestade. - ele pausou, a testa franzindo como se a próxima informação o confundisse. O que seria um choque, porque Louis nunca ficava confuso com nada - Harry e eu nos beijamos.

Ergui uma sobrancelha. Essas palavras pareciam ter um significado que ainda não compreendi.

— Nada mais natural. - Liam falou, os pés balançando no ar - Vocês são "namorados".

— Qual o problema, Tommo? - insisti.

— Ele beija mal? - Liam questionou, curiosidade genuína na voz.

Louis fez uma careta. Se a careta foi para as palavras de Liam, a lembrança ou a atual situação, não ficou claro. Seu cabelo estava uma bagunça organizada como sempre e ele cruzou os braços, finalmente tirando os olhos da janela e virando o rosto para nós.

— Não beijamos na frente da família dele, - respondeu - foi na cama, como treinamento para parecer mais natural quando for necessário beijar na frente de alguém. Ele beija bem. Foi um beijo bom. E agora eu quero fazer de novo.

Conhecendo Louis desde pirralho, eu tinha algumas ideias de para onde esta conversa estava seguindo.

— Treinamento? - Liam ergueu uma sobrancelha, cético.

Sentei na cama, minhas pernas esticadas no colchão.

— E de quem foi a ideia?

— Dele? - Louis não pareceu certo de sua resposta - Minha? Nós dois? Porra, eu sei lá.

Liam e eu nos entreolhamos de novo.

— Para mim está parecendo que vocês dois estavam curiosos e inventaram uma desculpa para se beijarem. - falei com sinceridade.

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