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PoV. Louis
Cruzei os braços.
— Por que eu deveria? - indaguei
Harry, sentado ao meu lado no sofá, sorriu, as covinhas afundando nas bochechas.
— Porque estou pedindo com educação? - ele disse, esperançoso.
A casa dos Styles estava calorosa naquela tarde. Lady Cereja dormia no outro sofá, o corpo negro esticado na almofada numa posição desconfortável demais para um sono tão profundo. Coisa de gato.
— Educação não enche barriga. - retruquei, a cabeça apoiada no encosto do sofá.
— Mas enche a sua porque a comida não vai ser só para mim.
— Ah, entendi. - assenti com seriedade - Você só está comigo para me usar como chef particular e por causa do meu pau.
A boca de Harry se curvou em um sorriso travesso. Ele girou ainda sentado e esticou as pernas, pousando-as sobre minhas coxas.
— Ah, como se você fosse muito diferente. - ele provocou.
O peso era familiar e quente. Suas pernas nuas cobertas apenas por um short escuro curto, a tatuagem de tigre na coxa, e a noção de que ele sabia muito bem que eu tinha um fraco por essas pernas musculosas.
Agarrei seu tornozelo e puxei, Harry soltou um gritinho e gargalhou.
— Você é um pestinha e eu te odeio. - falei.
— A-hãm. - ele revirou os olhos verdes - Então o que você vai cozinhar pra gente?
Empurrei ele para longe e levantei, indo em direção à cozinha dos Styles. Só porque eu gostava de cozinhar e não porque ele me convenceu. Chequei os armários e geladeira e decidi por uma receita de "cataventos de presunto e queijo", um lanche rápido.
Harry saltitou até mim. Usava camiseta preta com desenhos de caveiras desbotadas, e por baixo uma blusa de manga comprida feita de tecido parecido com meia arrastão, com buracos propositais nos braços. Ele parou atrás de mim e passou esses braços por meu pescoço, por ser mais alto a bochecha se apoiou no meu cabelo.
Eu estava me sentindo relaxado e calmo, com aquela canseira característica de uma tarde preguiçosa, então permiti que ele continuasse ali.
— Como você vivia antes de mim? - perguntei, arrumando os ingredientes no balcão - Tenho plena certeza que você consegue queimar até água.
— Eu não sou tão ruim. - Harry falou perto da minha orelha - Na maioria das vezes como comida congelada, ou saio comer com a Perrie e os outros.
Harry seguiu meus movimentos com facilidade, seu peso nos meus ombros não incomodava. Me esforcei ao máximo para banir a sensação doentiamente doce que estava tomando conta do meu peito com a domesticidade da cena.
Uma vez que terminei a receita, tirando os "cataventos" do forno, fiquei orgulhoso porque alcancei a perfeita média da massa entre crocante e macia. Separamos em dois pratos e pegamos limonada e copos. Cachinhos Dourados nos guiou para depois da porta de vidro, onde o jardim dos fundos ficava.
O lugar tinha chão de madeira, vasos de flores vibrantes e bem cuidadas na esquerda e direita, mais no fundo, um pequeno metro de grama acomodava exatas três árvores magras e baixas. Era um terreno humilde, afinal.
A mesa quadrada de madeira era rodeada por quatro cadeiras e Harry e eu tomamos nossos lugares, desnecessariamente próximos.
— Como você pode ser tão bom nisso? - ele perguntou, os olhos verdes pensativos ao examinar o lanche.
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Rescue My Heart
FanfictionO nerd precisa que o punk finja ser seu namorado O que poderia dar errado? ▪︎Breve reviews de leitores que resumem essa história da melhor forma possível: "Um namoro falso, nem tão falso assim. A leveza de um romance adolescente com um pouquinho d...