Capítulo 36

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Eis o último capítulo

◇◇

PoV. Louis

Mark comprou a cobertura de um prédio. Com um apartamento de dois andares, cheio de paredes de vidro com vista para a cidade que estendia como um mar de prédios.

Ainda estava branco e sem-graca pra porra, mas não demoraria para meus irmãos deixarem suas marcas no lugar.

A sala possuía sofás brancos e cadeiras de madeira, de frente para uma Tv grande e à direita da cozinha espaçosa. A escada com degraus flutuantes levava aos quartos. Eu moraria ali também e tinha acabado de deixar minhas malas na cama.

Agora, me aproximei da parede de vidro, olhando para o tráfico que mais parecia formigas tão lá em baixo.

— O que achou? - Mark perguntou, ajeitando o óculos no rosto - Bom para algo temporário, certo?

Doris e Ernest assistiam desenho do sofá e Lottie estava em algum lugar no andar de cima. Era como se o ar ficasse mais leve num local com tudo intocado pelo veneno de Nicole.

Mark se aproximou. A mão cuidadosa no meu ombro.

— Louis, desculpe. - pediu, os olhos tristes - Eu falhei com você. Você precisava de um pai, e eu não estava lá. Amei tanto Nicole, que quanto pior ela ficava, mais cego e surdo eu me permitia ser. Mas agora sei que isso foi errado. Te ver triste... - ele se encolheu - quebrou meu coração. E juro pela minha vida que vou reparar todos esses anos.

Olhei para os gêmeos.

— Palavras não servem de nada. - falei - Prove que está falando sério, criando Doris e Ernest diferente de como me deixou ser criado.

Mark assentiu. O sol refletia na armação do óculos e no relógio parecido com o meu que usava no pulso.

— Farei isso. Somos uma família. Apenas nós cinco.

***

O interior da biblioteca era branco pra caralho em comparação com o clima cinzento do lado de fora.

Prateleiras baixas me permitiram encontrar meu objetivo facinho. No canto mais distante, havia um círculo de almofadas verdes no chão, todas ocupadas por pirralhos.

Eles ouviam com fascínio Harry, que estava ajoelhado entre eles, ler a história de um livro que segurava nas mãos. Ele fazia jestos exagerados e contorcia expressões que arrancavam risadas dos monstrinhos.

Encostei na parede, assistindo também. Harry tinha uma voz suave que mistura diversas interpretações de diferentes personagens.

Quando confrontei Cachinhos Dourados sobre meu plano, usando o incidente de química como desculpa, eu estava pronto para seguir à risca minha programação e ter que aturar um punk cabeça de vento.

Então Harry provou ser menos irritante do que eu pensava. O filho da puta me aguentou. E isso dizia muito, porque eu nunca queria nada menos do que o melhor.

— Com licença. - uma senhora se aproximou e me virei - Você está aqui pela leitura? - ela sorriu amigável - Pode se aproximar mais.

Balancei a cabeça.

— Normalmente eu não me importo com esse tipo de leitura dramática infantil.

— Normalmente? - ela repetiu - Por que agora é diferente?

De repente um peso se chocou contra minhas costas e meu ombro e a risada fácil de Harry foi ouvida, os braços ao meu redor.

Ele é a diferença. - respondi.

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