— Tiririm... Tiririm... — O pequeno reproduzia o som com a língua.— Não é assim que o telefone faz! — Exclamei vendo-o cruzar os braçinhos
— Como é então? — Arqueou a sobrancelha como a protagonista do filme, que vimos ontem, fazia.
— Trimm trimmm... — Fiz um barulho similar ao do toque do telefone com a língua.
— Trimn trimmm... — O garoto me imitou bufando para que eu atendesse logo o telefone.
— Alô? — Disse assim que retirei o telefone de brinquedo do gancho.
— Você trabalha no lava jato da hotwheels?
— Sim senhor!
— Eu queria saber se vocês tem vaga pro meu Demon 1970!
— Ei ei ei! — Exclamei acabando com a brincadeira. — Você não tem um Demon!
— Mas você tem! — Abri a boca chocada. Pilantrinha!
— Como você sabe disso?
— Eu peguei ontem quando fui pra sua casa. Você e mamãe pareciam ocupadas, eu estava entediado.
Minha bochechas foram de vemelhas de raiva para vermelhas de vergonha. Eu ainda pegava esse garoto.
— Pensei que você estivesse dormindo... — Disse num fio de voz.
— Estava. — Deu de ombros. — Acordei de manhã. — Respirei aliviada, ele não tinha ouvido nada. — Agora a gente pode voltar a brincar?
— Nem ferrando que eu vou deixar você colocar meu Demon no seu lava-jato de tubarão.
— Por que não?!
— Porque esse carro é raro e o tubarão vai arranhar ele! Me de, ele faz parte da minha coleção. — Tentei pegar, mas o garoto recuou.
— Ele é nosso agora! — O olhei incrédula.
— O que faz você achar isso?
— Você namora minha mãe, tem que me conquistar. — Sem aviso prévio, o pestinha correu até seu quarto com meu carrinho me deixando com os olhos arregalados para trás.
Dos dois um, ou eu acabava com esse moleque hoje, ou a mãe dele acabava comigo por pensar em acabar com ele.
Corri pelas escadas, mas antes de tentar abrir a porta fiz meu cérebro pensar antes de agir. Primeiro eu tentaria da forma mais prática.
— Amor... — Entrei de mansinho em seu quarto onde ela digitava alguma coisa sem parar, no notebook.
— Oi amor, algum problema? — Suspirou retirando os óculos de leitura e massageado suas têmporas. Ela parecia cansada, se eu falasse de Stuart para ela, ela iria ficar pior... Eu teria que resolver sozinha o problema com o pestinha.
— Nenhum! Só estava com saudade de você. — Fui em sua direção roubando um beijo antes de voltar para o corredor.
Esse garoto me paga.
Engolindo em seco, tentei abrir a porta, mas estava trancada, se eu arrombasse Roseanne me faria comprar outra e ficaria irritada, se eu batesse e gritasse ela ouviria e ficaria irritada... Eu só tinha uma opção.
...
Aqui estava eu, o vizinho da casa ao lado me emprestou sua escada de madeira e agora eu tentava colocá-la na janela do banheiro do Stuart.
Meu plano era subir lá, pegar o carrinho, dar uma bronca nele e depois pedir uma pizza porque eu estava cansada.
Mas para o meu azar, a escada do vizinho não era alta suficiente para chegar na janela do segundo andar. Então eu teria que apelar para o segundo plano.
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Firefighter 🔥Chaelisa 📚
FanfictionRoseanne Park, uma revisora de uma editora de livros famosa em NY, levava uma vida tranquila e digamos que... pacata. Lá no fundo ela precisava de uma emoção ou algo do tipo, afinal todos nós precisamos de um pouco de veemência em nossas vidas. Mal...