Enfrentando os traumas

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Boa leitura 💚🐦


Quando estacionei o jeep, a primeira coisa que Stuart fez foi abrir a porta e sair correndo para pegar sua bolsa de compras na mala.

Roseanne havia me pedido pra ir no mercado, enquanto ela fazia nosso almoço, e bem... Eu acabei não me controlando quando chegamos na ala de biscoitos e doces. Eu deixei o pestinha montar seu próprio carrinho com as coisas que ele queria comprar, e fui colocando os essenciais no meu. Além de algumas coisas que eu sempre tinha em casa, mas Roseanne não comprava pra ela, então quando eu vinha aqui nunca tinha.

Agora sim eu já podia morar aqui.

Quando saí do carro, pedi para que meu enteado se afastasse da mala para não ser atingido por ela e, assim que ele obedeceu, apertei no botão da chave, que rapidamente fez a parte metálica abrir, ajudei Stuart a tirar suas sacolas, logo em seguida tirando o resto e fechando a mala com o pé. Graças a Deus eu era elástica.

— Chegamos! — Anunciei quando passei da porta, colocando as compras na ilha e indo na direção da minha namorada antes de guardá-las. — Seja lá o que você esteja fazendo, está cheirando muito bem. — Elogiei, abraçando-a por trás e deixando um beijo em sua bochecha.

— É uma comida australiana, eu comia muito quando era pequena. — Respondeu, se virando para mim, enroscando os braços no meu pescoço e se inclinando para selar nossos lábios.

— Você ainda come muito. — Caçoei, sentindo um tapa fraco em meu ombro.

— Hm, amanhã eu vou sair do trabalho mais cedo, que tal sairmos pra jantar? — Roseanne sugeriu, brincando com a gola da minha camisa.

— Hm... Jantar? Eu vou pensar no seu caso. — Brinquei antes de beijá-la de novo e de novo. — Mas o Stuart vai ficar aonde? — Indaguei, lembrando do garoto assim que o vi sorrateiramente colocando suas coisas na geladeira.

— Minha mãe vai ficar com ele. — Disse simplista, voltando a cortar carne. — Por falar nisso, você devia conhecer minha mãe. — Engoli em seco. — O que?

— Nada. Deixa eu guardar essas compras, Stuart, vem me ajudar! — Desconversei vendo o garoto parar no portal da cozinha e voltar para me ajudar.

— Você não quer conhecer minha mãe ainda, amor? — Insistiu. Respirei fundo antes de respondê-la.

— Não é isso.

— O que é então?

— A vovó é legal, ela faz biscoitos da felicidade. E lasanha! Sempre que eu vou lá, nós comemos lasanha! — Stuart se intrometeu.

— Não tá ajudando amiguinho. — Sussurrei bagunçando seus cabelos.

— Eu gosto de ter resposta pra minha pergunta, Lalisa. — Roseanne tornou a dizer, colocando a travessa com nosso almoço na mesa.

— Não tenho nada contra conhecer sua mãe. — Respondi, fechando a geladeira e começando a arrumar as coisas no armário. — Só... Não tenho um bom histórico.

— Como assim? — Suspirei antes de respondê-la. Era difícil ainda, falar sobre.

— Eu namorei uma menina quando era adolescente. — Engoli em seco, odiava relembrar. — E... Digamos que a família dela não reagiu muito bem a mim.

— Eles não gostaram de você? — Stuart, que era um fofoqueiro e ouvia tudo atentamente, perguntou inocente. — Impossível não gostar, você é demais!

— Eles não gostaram de mim. — Reafirmei. — Mas não foi pela minha personalidade, eles sequer me conheceram direito.

— Por que então?

Firefighter 🔥Chaelisa 📚Onde histórias criam vida. Descubra agora