Capítulo Nove: Parte Três.

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Tudo o que fiz aqui foi perder tempo tentando descobrir uma resposta pela boca das pessoas que mais se transformam quando o assunto é os Beauchamp's. Agora que meu tempo é precioso - dando o fato de que serei demitida -, decidi que não deveria mais esperar repostas de quem tanto as velam. Se quero descobrir o que aconteceu com esta família, farei isso com minhas próprias mãos. E a faculdade será minha âncora...

Apertando os passos que consigo para ter tempo o suficiente para investigar antes de minha primeira aula de "mitologia e lendas", demorou questão de segundos até que eu esteja parada feito uma estátua, em frente à biblioteca.

A primeira estante de livros, vinha com uma placa delicada, e nela, um pequeno lembrete estava escrito à mão. O lembrete nos avisava que esta estante é responsável por desenvolver os livros de ciências.
A próxima estante, deixava clara em sua plaquinha que os livros ali seriam apenas de matemática. Geografia, história, lendas, ficção. Nenhuma dessas prateleiras eram de meu interesse. Na realidade, o que eu mais procurava estava praticamente bem a minha frente, e qualquer pessoa que me visse procurando desesperadamente por algo que está tão perto do meu alcance, me chamaria de burra ou desatenta.
Ao menos estou sozinha na biblioteca. Pensei comigo, aliviada. Cheguei cedo demais para que alguém esteja aqui. Em partes, porque queria evitar todos os Beauchamp's com excessão de Lizzie, já que tenho que cuidar dela. E também, meu desespero por buscar respostas era tão demasiado que não pude nem pensar em esperar os outros.

- Talvez eu possa te ajudar. - Meu coração salta quando ouço a voz máscula e ainda desconhecida soar com um eco maior do que o comum, já que o ambiente estava - ou parecia - estar vazio. Eu me viro para poder ver o sujeito que me tirou de forma tão intrometida de meu devaneio.

No instante que meus olhos pousam sob o corpo robusto de um rapaz logo a minha frente, é como se pudesse sentir uma onda gelada soprar por meu estômago. O homem é bonito. Não do tipo que se enquadra nos padrões que temos em mente, e sim porquê é totalmente diferente de tudo o que já vi.
Seus olhos são acastanhados como lenhas escuras. Mas o calor que transmitem, chegam a ser como o fogo que cresce queimando a madeira, transformando em calor tudo aquilo que vê.
O brilho que sua pele clara reflete, quase me faz lembrar do contraste da pele dos irmãos Beauchamp's. Algo parece diferente, mas ainda sim, semelhante. Não consigo dizer o que é, só sei que está ali.
Os cabelos que ultrapassam os ombros e quase atingem a cintura me lembram bem um preto acinzentado, mais escuro que o geral. São fios leves e lisos, e cheiram a ar fresco, se é que isso é possível. Diria que transmitem uma sensação de liberdade.
Digamos que o homem parado logo em minha frente se parece bem como um adulto um pouco mais velho. Na verdade, sua idade se definiria bem a de Nicolae. Os dois são jovens, mas ainda sim, adultos com mais de vinte anos.

- Quer ajuda? - disse, logo quando eu pisquei quase umas vinte vezes seguidas, tentando voltar ao mundo real.

- Perdão? - O olho, um pouco confusa. Ainda não sei o que me faz perder tanto foco e viajar completamente ao interior de meus pensamentos em questão de segundos.

- Perguntei se precisava de ajuda. Faz alguns minutos que anda procurando algo.

- Ah, claro. - Chacoalho minha cabeça de um lado para outro em movimentos rápidos mas leves, afastando os devaneios que ando tendo. - Eu só estava procurando a sessão de informações e jornais. - explico, um pouco envergonhada. Eu parecia tão perdida assim?

E em um simples apontar do seu dedo indicador, o homem alto e de ombros largos, me indica uma prateleira que fica não muito longe da mesa de computadores. Se ele soubesse que me ofereceu ajuda no minuto em que achei o que procurava, se sentiria um pouco imprestável. Por isso, apenas assinto.

Desejo: Um amor perverso (Beauany Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora