Cinco

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"A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar"

- Martin Luther King

-Bucky!- Falou espontâneo e sorriu pequeno, não que Bucky tivesse enxergado seu rosto, uma vez que tinha sido cegado brevemente pelo sol.

E como um clique necessário para despertar, ouvir o próprio nome fez com que James caísse para trás, e pegou a primeira pedra que encontrou jogada no meio daquela terra. Iria matar aquele homem se necessário! Se ele não queria usar violência, era uma pena que Bucky estava mais do que disposto em usar aquilo a seu favor.

-Sai de perto de mim!- Gritou com toda voz que ainda tinha depois de correr por tanto tempo. Tony pareceu muito chocado por alguns segundos, afinal, ouvir o homem que era tão passivo e falava mais baixo que um murmúrio, gritando, causava certo impacto.

-Seu pé...- O homem reparou em como eles estavam agora sangrando. Tony permitiu-se ficar surpreso com a perseverança de Bucky em tentar escapar. O que mais aquele homem estaria disposto a perder, a suportar, para conseguir a tão ansiada liberdade? Tony admirava seu vigor- Deixe eu dar uma olhada.

-Eu estou te avisando!-Bucky ainda estava na defensiva, e apesar de estar no chão, começou a se posicionar de pé, e levantou o braço com o intuito de mostrar a pedra em sua mão, um claro sinal de ameaça- Mais um passo...

-Isso é ridículo!- Tony exclamou e rolou os olhos- Eu não vou te machucar, Bucky, eu apenas quero ver seu pé- O homem se aproximou de Bucky, o que foi o suficiente para o escravizado rosnar de raiva e jogar seu corpo sobre o Stark- O que está fazendo, homem?!- Falou irritado.

Os dois dançavam contra o chão, e Tony só podia pensar que estragaria o seu terno caro por causa daquela insanidade que vivia inteiramente na mente de Bucky. Apesar de James possuir a audácia para tirar uma vida, Tony tinha a vantagem de ter os dois braços bons o suficiente para conseguir se sobressair a força contra o corpo do outro.

Segurou o braço do homem que estava bom contra o chão e usou o braço livre para pressionar o pescoço dele na terra. Os olhos de Bucky estavam arregalados, o peito subia e descia rapidamente. Tentou se remexer mais debaixo do corpo de seu mestre, mas sem grandes resultados.

-Pare com isso! Pare!- E Bucky não podia parar, porque se assim o fizesse, seria a confirmação de que tinha desistido, seria a confirmação de que nunca seria livre.

-Eu não quero a sua liberdade falsária, eu não vou cair em nenhum truque- Falou entre lufadas de ar- E-eu não vou te dar nada, eu não- E naquele momento em específico, o Stark firmou seu corpo mais bruscamente no corpo de Bucky, e então, o escravizado congelou.

Contra o que tanto lutava? Aquele homem faria aquilo quando ele bem entendesse. Ele achou que teria alguma chance? Podia continuar lutando, mas estava cansado, cansado demais de ter que correr distâncias, de receber espancamentos, e já era ruim que fosse receber alguma punição por ter agredido ao seu senhor. Tinha a esperança de que se talvez desse ao homem o que ele queria, isso fizesse o Stark se acalmar. Tinha se mostrado um homem razoável até então, se permitiu acreditar que ele não seria brutal.

-Finalmente terminou de se remexer igual a uma cobra mal matada- Afinal, qual era a fixação daquela família ao comparar tudo com animais? Bucky não se pronunciou. Apenas seguiu com os olhos quando Tony suspirou levemente, passando a mão no próprio cabelo e ajeitando alguns fios- Não sei o que se passa metade do tempo na sua cabeça, Bucky, mas não existe nenhum truque. Sempre fui conhecido por ser capaz de ter monólogos confusos, e hoje você está sendo a comprovação dessa fala. Saiba que disse e repito seriamente o que disse hoje mais cedo, você pode ser um homem livre, se trabalhar pra mim.

Vende-se LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora