Embarque

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Capítulo 21

Paul Turner

Entramos no avião, nos acomodamos nas poltronas que era uma ao lado da outra. Sara me pediu para ficar na janela.

Quando sinalizou que estaria decolando, senti Sara ficar nervosa, segurando firme na poltrona e fechar os olhos, não resisti, segurei sua mão por cima e apertei, mostrando solidariedade, queria mesmo tocá-la. Assim que atingimos a altitude, ela foi relaxando e abriu os olhos e olhou para mim.

Me desculpa! — Disse toda sem graça, mais que gracinha, vontade de segurar seu rosto e beijá-la ali mesmo.

Desculpa do quê?

— Minha primeira vez, senti um pouco de medo. — Toda desconcertada.

— Normal, acontece com todo mundo. — Tentei parecer o mais natural possível, com um sorriso no rosto. Quando percebeu que ainda segurava sua mão, tratou de tirar rapidinho. Que pena perder aquele toque, aquele contato.

Sara

Depois que decolou e estabilizou percebi que ele segurava a minha mão, seu toque esquentou todo meu corpo e tirei a mão rapidamente, sem graça, ele percebeu. Seria estimado 5 horas de voo, o que fazer durante este tempo, dormir? Era cedo demais e não estava com sono, aliás, estava elétrica, foi então que Paul, puxou assunto.

E aí, mais calma? — Paul pergunta.

— Sim, obrigada por perguntar. — Digo com um sorriso amarelo.

Teremos uma semana para conviver, então acredito que podemos nos conhecer um pouquinho melhor e acabar com esse clima chato, o que acha? — ele sorri enquanto fala, que sorriso...

— Pode ser! — Digo sorrindo de volta.

Então me conta um pouco sobre você.

— Nada de muito interessante na minha vida, sua deve ser melhor, mais animada. — Digo acanhada.

— Como assim, por quê? Me fala, gosto de saber sobre as pessoas que trabalham comigo. — Pergunta atencioso.

— Minha vida é simples. Moro com meus pais no morro do Peri, desde sempre, meu pai trabalha como pedreiro em uma construtora e minha mãe de diarista. Não temos família, uma chacina que teve no morro, estavam todos lá menos meus pais porque estavam trabalhando fora do morro. Depois disso se casaram e eu nasci. Desde então vivemos trabalhando e nos ajudando, antes da Turner trabalhava em um fast food e hoje estou aqui. Sua vida que deve ter sido bem agitada nesses anos.

— Por quê? Não fui sempre rico. Meu pai Henry, tinha uma mercearia de bairro em Fresno na Califórnia, vivíamos bem modestamente, minha mãe Carly só tomava conta da casa. Com o tempo a mercearia virou um mercado e anos depois um supermercado, nessa época eu tinha 10 anos e minha irmã Annie nasceu. Já ficava no supermercado ajudando meu pai. Depois virou um hipermercado, melhoramos de vida. Eu já estava com quase 18 anos, dei a ideia para meu pai de abrir uma loja de departamento para minha mãe, nessa altura ela também ajudava administrar o hipermercado. Meu pai topou e minha mãe foi gerenciar a loja. Depois cursei administração e sugeri expandirmos tanto o hipermercado como a loja de departamento e nisso fomos crescendo por toda Califórnia. O Mike amigo do meu pai de longa data, trabalhava conosco na rede de hipermercado. Achava de devíamos expandir ir para outro ramo. Meu pai achava que devíamos manter como estava. Conversando com o Mike falei de abrir um parque de diversão, ele gostou e fomos tentar convencer meu pai, demorou mais conseguimos e nisso nasceu a Turner Entertaiment e assim fomos progredindo e aumentando todo o grupo, trazendo as novidades como você sabe, cassinos, parque aquáticos. Meu pai ainda gerencia na Califórnia, mas deixou tudo em minhas mãos, eu decido e aqui estou hoje.

— História de vida bem interessante! Uma parte conheci pesquisando sobre a empresa.

— De muita luta e trabalho duro.

— Com certeza e sua irmã também trabalha na empresa?

— Infelizmente não, quando ela nasceu já estávamos em condição melhor de vida, então fizemos tudo errado, mimamos ela demais e hoje só estuda, mais quero mudar isso, para ela ter responsabilidade, acaba sendo fútil e não dá muito valor pelo trabalho que tivemos.

— Mais é jovem, logo aprende.

— Tomara mesmo. Pronto, já sabemos um pouco mais do outro. Já passou aquele clima. Já estamos chegando e nem percebemos enquanto conversamos.

— É verdade. Passou bem rápido. — Digo mais aliviada.

Chegou a hora de pousar, já estava mais relaxada, então foi tranquilo. Não tive coragem de perguntar se ele tinha namorada, mas também não era da minha conta, mais curiosa eu estava e muito.

Aparentemente aquele stress passou... Vai rolar uma amizade a partir de agora???

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Meu SalvadorOnde histórias criam vida. Descubra agora