Capítulo 14
Fico aflita esperando Estela sair da sala, embora tenha certeza de que seja algo profissional, mais fico ansiosa não sei nem explicar por quê. Mas, querendo que ela me conte, mesmo tendo quase certeza que ela não fará.
Ela finalmente sai da sala dele, vem séria, fico olhando esperando qualquer sinal e nada, se senta em sua mesa e volta a trabalhar, mentalmente bufo, tento trabalhar, mais não consigo.
— Tubo bem, Estela? Algum problema? — Pergunto como quem não quer nada.
— Nenhum problema, quer dizer, depende do ponto de vista. — Pareceu meio voando na resposta.
— Como assim, depende do ponto vista? — Falo confusa.
— Fique tranquila que está tudo bem por aqui, Paul só queria desabafar. Não te falei que acabamos nos tornando amigos durante esses anos, desde que ele descobriu meu caso com o Duran, ele tentou fazer minha cabeça para largar dele, pensar em mim e na família que ele enganava, mais eu já estava envolvida demais e desde então, somos amigos, desabafo com ele e ele comigo. Fora que trabalhamos juntos durante muito tempo na matriz, isso acabou estreitando nossos laços de amizade.
— Ah... Entendi — Digo meio desapontada, não entendendo o porquê também. — Quando ele tentou fazer que se separasse do Duran, ele tentou ficar com você? — Pergunta idiota, penso mentalmente.
— Claro que não! Por que pensa isso? — Fala se sentindo ofendida.
— Foi só uma pergunta! Ele é bonito, você também, por que ele não poderia ter se interessado, por isso querer separar vocês? — Meu Deus! Falo mais merda...
— Nossa, que mente fértil Sara! Pode escrever novela! — Da risada.
— Falei sério viu. — Digo franzindo a testa.
— Só você mesmo viu! Deixar essa sua mente fértil de lado, vamos trabalhar?
— Claro! — Voltamos ao trabalho e depois fomos almoçar. Estela estava muito quieta.
— Estela, quer falar algo? Te conheço! — Advirto-a.
— Não tenho nada para falar, coisas da sua cabeça fértil. — Disse tentando se esquivar.
Voltamos ao trabalho, Estela se livrou porque Duran a chamou na sala e saiu de lá tarde, não vi Paul, ficou em sua sala não pediu nada. Deu nosso horário e fomos embora. Lucas estava me esperando na porta da empresa encostado em seu carro, como sempre, começo pensar que ele gosta de ficar se exibindo na frente da Turner, dou risada, me lembro da conversa com Estela, mente fértil.
— E aí, gata!
— Oi, Lu! — Quando chego perto, ele me agarra e me dá um beijão.
— O que foi isso?
— Nada. Só beijando minha namorada, não posso?
— Claro. — Digo, olho para o prédio pensando que talvez Paul estivesse olhando pela janela. Penso que estou ficando maluca já, qual o problema esse estivesse olhando, é meu chefe e não estou mais em horário de serviço.
— O que está procurando?
— Eu??? Nada, só estava vendo se a Estela estava vindo. — Disfarço.
— Entendi. — Disse meio desconfiado.
— Vamos à pizzaria, o pessoal chamou a gente para ir?
— Hoje? Plena terça? — Nada a ver o dia, só não estava a fim de ir.
— O que tem? Nunca teve dia. O que está acontecendo com você hoje? — Falo
— Nada! Só cansaço, mas vamos lá! — Disse tentando despistar. Entrei no carro e seguimos até a pizzaria. Simone, Céia, Rafa e Bruno já estavam lá.
Começamos a conversar, distrai um pouco e entrei na conversa, tirando qualquer dúvida do Lucas quanto ao meu humor. Onze horas fomos embora para casa. Fiquei um pouco com o Lucas no carro e depois fui subir o morro. Fazia tempo que não encontrava com Joca e dessa vez ele não estava escondido. Estava encostado com o pé na parede, milagre...
— Oi Joca! — Continuei subindo.
— Oi, Sara! Podemos conversar?
— Depende? Sobre o que seria? — Fico desconfiada, tanto tempo afastado e agora quer conversar.
— Percebi que não tenho mesmo chance com você, então queria te dizer que estou indo embora novamente.
— Você vai embora só por causa de mim? — Fico aflita e, ao mesmo tempo, de coração partido.
— Não consigo ficar te vendo todos os dias e não poder te tocar e além do mais com aquele outro lá. Chega uma hora que não sei se vou me controlar.
— Que isso Joca! Te disse que nós não dávamos certo pela vida que você leva, não quero isso para mim. Apesar que eu sempre te vi como um amigo muito querido, praticamente um irmão. Isso que foi sempre para mim, um irmão! — Tento convencê-lo da amizade.
— Então não é isso que quero para mim, não quero ser um irmão para você. Você sabe bem disso. — Diz olhando bem dentro dos meus olhos.
— Sinto muito, não queria que fosse assim. — De verdade fico triste.
— Tudo bem, você sempre deixou bem claro e eu que achei que poderia te conquistar. Mas vejo que você carrega meu coração com você, pelo menos sua amizade ainda tenho.
— Sempre vai ter. Me dê um abraço. — Ele me abraça, forte e aquele calor que eu costumava sentir, dessa vez não senti nada. Me abraçava como se eu fosse sair correndo, deixei.
— Vou sentir muito sua falta, mais seu beijo, sua boca, seu corpo, seu cheiro, estará gravado sempre comigo. Pelo menos tive uma oportunidade de ser minha, nem que por momentos. — Vai me soltando, devagar, segura meu rosto e me olha nos olhos, fixos, como se estivesse memorizando cada traço meu. De repente sem me dar tempo, de surpresa, meu beija suavemente e seguida, forte, intenso, coloco a mão em seu peito e empurro.
— Não faz isso! Tá louco??? Toda essa conversa era só para ganhar tempo... Fui sua? Está errado — Digo brava e me afastando dele.
— Eu precisava, para guardar seu gosto comigo, me desculpa, mas eu precisava. — Diz tentando se aproximar.
— Ok. Para onde você vai? — Abraço meu corpo como se fosse para me proteger.
— Por aí. Pode ficar tranquila que não vou te perturbar mais. — Diz levantando as mãos.
— Não é bem assim. Mas sabe que sempre que precisar da sua amiga aqui, sabe onde me encontrar. — Por que sou boba? Ele não quer minha amizade, parece que me aproveito da situação...
— Ta de boa, vai lá gata que vou seguir meu rumo agora. Me dispensa como um nada e se nada tivesse acontecido.
— Cuidado Joca, tenta sair dessa vida? — Me da um sorriso amarelo e vai embora sem olhar para trás. Fico mexida, sabendo que posso estar causando dor a alguém, mas neste caso não tenho muito o que fazer, não posso ficar com ele sem gostar.
— Ok. — Disse levantando o polegar, resmunga algo que eu não escuto.
Ainda vai ser minha, custe o que custar.
Chego em casa conto para meus pais que Joca vai embora novamente, me dizem que passou por lá para se despedir. Tomo um banho para relaxar e tentar descansar. Enfim, consigo dormir bem.
Vixe...Vai desistir fácil assim??? Não acredito...
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Meu Salvador
RomanceSara uma mulher da comunidade que sonha em ter uma vida melhor para ajudar os pais. Paul um homem bem sucedido e correto, CEO da Turner Entertainment. Vem ao Brasil para fechar mais um negócio e se depara com Sara em sua empresa, a atração é certa...