Meu Salvador

Visita Inesperada

Capítulo 30

Paul saiu do quarto e fiquei olhando para porta. Estagnada. Gente do céu que noite foi essa, dormi com meu chefe!!! Como assim??? Sem lógica nenhuma.

Depois da conversa com Lucas, fiquei muito mal, ele conseguiu tirar meu chão, eu chorava de ódio, de raiva, pensando o que eu fiz para merecer isso. Não dei motivo para esse palhaço. Quando escuto bater à porta não pensei ser Paul, sem camisa, descalço, não pude deixar de admirar, aquele peitoral definido, barriga cheia de gominhos, sem nenhum pelo, uma bela espécie, apoiada na minha porta. Tive que disfarçar porque estava muito tempo admirando, examinando. Até que ele me pergunta se estou bem, respondo que não e volto a chorar. Só me lembro de sentar-se no sofá com ele, me abraçar e fazer cafune. Seu peito forte, quentinho e seu coração disparado, gostei de me aconchegar ali. Sem perceber, durmo.

Começa uma movimentação na cama, acordo, estou no seu peito, enroscada na sua perna, que vergonha, parecendo um leão, meu cabelo tudo desgrenhado e o pior de camisola vermelha curta e justa. Ele começa a falar, fico olhando em seus olhos, mas analisando o resto pela tangente, o jeans dele está aberto tanto o botão quanto o zíper, vejo um volume ali, será por minha causa ou por ser de manhã? Melhor não querer descobrir, abraço meu corpo. Não presto muita atenção no que ele diz até.

— Vou para meu quarto, mais tarde tomaremos um café e curtiremos a piscina conforme combinado, ok. — Como assim??? Depois de tudo, de dormimos na mesma cama com essa intimidade, ele fala assim como se não fosse nada.

— Acho melhor não. Prefiro ficar aqui. — Digo me abraçando, tentando disfarçar a camisola.

— Negativo, não ficará aqui lambendo feridas... apreciaremos esse local lindo e quando voltar vê no que dá. Ainda é cedo, durma mais um pouco. — Sai e me deixa sozinha na cama. Deito-me e penso no que fazer. Melhor me afastar, a intimidade tá crescendo muito e rápido. Umas 8h30 Paul retorna de banho tomado e entra no meu quarto direto, ele ficou com o cartão? Como não vi?

— Ainda deitada? — Fala colocando a mão na cintura.

— Prefiro ficar aqui quietinha... — Me aconchego mais na cama com o edredom, mas não deixo de notar que está só uma bermuda e sem camisa. Aquelas pernas bem torneadas. Quanto mais rezo, mais tentação aparece, ele é de Deus não. Estou tentando ficar de boa senhor.

— Bora Sara, dou 10 minutos para se aprontar, te espero na porta, senão volto e te levo como está. — Ele ergue a sobrancelha, adoro quando faz isso, fica tão sexy.

— Tá bom, pode me dar licença um minuto? — Diz sem graça.

— Ok. — Vira as costas e sai. Levanto-me correndo, tomo um banho rápido e me apronto.

Quando abro a porta lá está ele encostado na parede, agora com uma camisa regata. Vamos caminhando em silêncio para o restaurante. Tomamos café e depois fomos curtir a piscina da pousada, clima bom, conversando tranquilamente, conseguiu me distrair do ocorrido. Estávamos na espreguiçadeira tomando sol, eu estava com um biquíni azul royal, bem-comportado com uma saída branca, chapéu e óculos, coisas da Estela, mas agradeço de ter falado para eu trazer. Ele estava com uma sunga azul estampada, gente que corpo é esse, aquela bunda redondinha, coxa grossa, peitoral definido, braços fortes para abraços gostosos, mãos grandes para boas pegadas e o pé dele? É grande também! Dizem ser proporcional ao tamanho do... Céia sempre diz isso, dou risada sozinha. Nunca pensei que ele ficaria sem a bermuda, sorte que estou de óculos, nem percebe a minha anamnese.

Paul me chama para dar um mergulho, estamos na água literalmente brincando, parecendo duas crianças jogando água um no outro, nessa hora ele segura meus braços e ficamos nos olhando. E então, começa o alvoroço, olhamos para trás, Paul não me solta, quando vi é o Lucas em carne e osso. O que ele está fazendo aqui??? Está louco??? Fazendo todo esse barraco, que vergonha, tento me soltar, mas Paul não deixa, ele grita barbaridades para mim, fico muito irritada, chateada com essa atitude, além de tudo me ofendendo, o que pensa que sou, claro que ele devia estar observando a brincadeira, mas não era nada de mais, o que deve ter causado o rebuliço foi o Paul pegar no meu braço, certeza.

Comecei a chorar de ódio, Paul queria ir falar com ele, não deixei, os seguranças segurando, arrastando para fora, Lucas esperneando e gritando, que cena horrível, lamentável. Saio da piscina, coloco minha saída de praia e vou até ele contra a vontade de Paul.

— Podem soltá-lo por favor, vou conversar com ele no meu bangalô. — Olho com raiva e desprezo.

— Senhora está alterado demais, não acho aconselhável. — O segurança diz me repreendendo.

— Não vai não, porque ele não é tão louco assim, certo Lucas. Se quiser pode nos acompanhar, tenho certeza de que ele vai se comportar. A porta estará destrancada e qualquer coisa, o mínimo que fizer, não exitarei em chamar vocês ou até mesmo a polícia. — Olho de forma mortal.

— Não farei nada com ela, me solta logo, é minha namorada. — Diz soberbo, estufando o peito assim que os seguranças o soltam.

— Será mesmo??? — Digo fria nem acreditei no meu tom. Saio em direção ao meu quarto. Dou graças a Deus que Paul ficou na piscina, senão seria pior.

— Faço questão de ficar na porta da senhora. — Somente aceno com a cabeça.

— Me espera Sara. — Sai correndo atrás de mim. Chegando no quarto, ele pensa em fechar a porta.

— Não ouse! — Falo tomando distância. — O que você veio fazer aqui??? Para que esse escândalo??? Não tem vergonha??? Sabe que posso perder esse emprego??? Não falei que falava com você quando voltasse??? Que não queria falar com você enquanto estivesse aqui??? Qual parte você não entendeu???

— Sara pelo amor de Deus!!! Você nem precisa desse emprego, eu posso te ajudar assim que a gente se casar. Vim porque tinha certeza de que estava mentindo, seja honesta comigo de uma vez! — grita no quarto.

— Mentindo sobre o que seu doido??? Não tenho nada com o Paul, você está viajando...Cadê a história da confiança??? Nunca ficarei sem trabalhar dependendo de homem nenhum. — Grito mais alto.

— Você estava na piscina com aquele cara, curtindo em vez de trabalhar, vim aqui só para conferir o que eu já sabia!!! — Diz vindo em minha direção.

— Já sabia??? Você é um surtado!!! A reunião é só amanhã, embora não te deva nenhuma satisfação, estava na piscina para me distrair da noite horrível que tive por sua causa!!! Essa situação está só piorando e não estou mais afim. Cansei vai embora Lucas, senão confia não tem por que continuar junto!!! — Dou as costas e ele agarra meu braço.

— ISSO ERA TUDO O QUE QUERIA, NÃO É??? MAS NÃO FACILITAREI PARA VOCÊ, NÃO MESMO!!! — Me agarra tentando me beijar a força, me prende na parede. Tento me soltar, mas ele me aperta mais forte.

— Vamos Sara, sei que você quer, não se faça de difícil.

— Sai Lucas, te odeio!!! — Empurro ele.

— Ah... está vendo nem gosta mais, deve ser o playboy, quanto ele está te pagando sua puta, vagabunda? Quer dar o golpe??? Isso é velho Sara, não vai colar... Vai te deixar com a barriga, porque ele só quer te comer, eu gosto de você de verdade!!! EU!!! — Começo a gritar, logo os seguranças, entram e tiram ele de cima de mim. Ele esperneia para soltarem, dizendo ser briga de casal, que ninguém tem que se meter.

— Casal seu doente?? Não tem mais Casal! Some daqui ou vou te denunciar na polícia. — Grito.

— Você não teria coragem de fazer isso com seu namorado? — Diz rindo.

— Ex namorado, quer pagar para ver? — Falo firme. Os seguranças arrastando-o para fora do quarto e consequentemente fora do hotel.

Corro para porta e fecho, escuto os gritos nos corredores até ficar distante. Escorrego de costas para porta e me sento no chão, respiro fundo, não acreditando em tudo o que aconteceu. Como falar com o Paul agora? Com certeza perdi meu emprego, o que farei agora? Não posso perder. Tomara que nenhum dos possíveis sócios tenham visto essa cena deprimente. Para não prejudicar a empresa. Não me perdoaria, primeira viagem e destruir um negócio.

Para tudo!!! O que deu no Lucas??? Eita que négócio ta ficando feio...

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Bjs! 😘😘😘