Capítulo 12

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Laura

Eu nunca tive um vício, apesar de todo meu histórico contribuir para que eu procurasse algo para fugir da minha própria mente, eu escolhi não me entregar as drogas, álcool ou qualquer outra substância que me causasse dependência.

Meu refúgio é a música, livros, cozinhar, correr. Sempre que me sinto deprimida além do normal, quando as memórias insistem em me atormentar ou apenas para manter minha sanidade no dia a dia.

Mas há exatos quinze dias, eu experimentei algo viciante, os beijos de Rurik.
Ele surgiu sem qualquer aviso na minha vida e de repente já tinha bagunçado tudo, virou meu mundo de cabeça pra baixo como um furacão. O meu furacão russo. Meus dias que antes eram vazios, entediantes, sem graças e totalmente solitários se tornaram o completo oposto.

No entanto não pense que minha vida transformou-se em um mar de rosas, eu ainda tenho os mesmos medos, os mesmos pesadelos e as lembranças continuam aqui, entretanto ao lado dele  me sinto protegida, os momentos que passo ao seu lado estão se sobressaindo aos pesadelos e quanto as lembranças... Bem, elas são a pior parte de tudo. Sempre a espreita, procurando uma brecha minúscula que descuido para me atormentar. 

Mas algo que nunca havia acontecido tem me ajudado muito, nesses últimos dias eu tenho memórias novas. Memórias dos nossos momentos. E entre lembranças de um passado amargo ou um doce presente, eu fico com a segunda opção.

Rurik tem sido uma maravilhosa surpresa, apesar de todo seu tamanho e imponência ele é muito sensível. Faz de tudo para me deixar a vontade e ao mesmo tempo controla a situação.
Eu acho isso incrível.
Ele consegue respeitar meus limites ao mesmo tempo que conduz nossa relação. É fato que ele tem muito mais experiência que eu e isso, ao contrário de me deixar assustada como acreditei que ficaria, em sua presença eu me sinto bem, relaxada e completamente entregue.

Tenho refletido bastante em relação a esses meus sentimentos, Rurik é algo bom que aconteceu comigo e eu não quero cometer o erro de me tornar dependente da sua presença e acabar destruindo o que estamos vivendo. Depois de viver uma vida na sombra do meu passado, eu finalmente estou tendo a chance de vislumbrar uma Laura mais leve, mais aberta, talvez até feliz. 

Voltei ao trabalho, sob os protestos do senhor Steven, e estou me adaptando a essa nova rotina. Agora eu não chego em casa após um dia de trabalho e cozinho só para mim, ou fico sozinha ouvindo música, lendo ou qualquer outra atividade que faça passar meu tempo. Não mais. Meus costumes continuam os mesmos, porém na companhia dele. Rurik tem vindo à minha casa todos os dias desde o nosso primeiro beijo. Preparo o nosso jantar enquanto ele me conta mais sobre sua vida na Rússia (eu adoro ouvir suas histórias) e confesso que prefiro seus beijos as páginas de qualquer livro. 

Estamos ficando cada vez mais íntimos, nossos beijos mais intensos e as carícias, embora sejam deliciosas, parecem não mais suficientes. Eu sei qual o próximo passo e tenho ansiado por isso, mas ainda não sei se estou pronta. Tenho medo de dar um passo tão largo, medo de decepcioná-lo e acabar regredindo em toda evolução que tem acontecido dentro de mim.

Hoje ele não virá me ver, tem um compromisso de trabalho e apesar de saber que esse distanciamento é necessário e normal, passei o dia todo com uma vontade maior ainda de vê-lo. Não se passou nem vinte e quatro horas desde nosso último momento juntos e já estou sentindo sua falta.
É, eu estou muito ferrada!

Rurik


Hoje acontecerá um evento onde pegaremos os homens da nossa organização agindo contra nossas leis. De acordo com o informante que Niko conseguiu, na mansão do tal médico, que descobrimos ser o chefe da quadrilha, estará apenas a elite dos seus clientes.

Ensina-me o amor (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora