Capítulo 02

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Dias atuais...

Era o primeiro dia que eu cruzava as portas de vidro como funcionário da Infox. O crachá no meu peito indicava o cargo de editor-chefe daquela revista. Não pude ignorar os olhares atentos dos funcionários que ocupavam suas mesas naquela manhã nublada de segunda-feira.

Minha saída da Celebrity, não havia sido propriamente uma comemoração. Não havia promoção ou expectativa de ascensão na carreira. Era apenas fuga! Uma tentativa - quase fracassada -, de recomeçar. A felicidade passava distante daquela mudança repentina, já que lá havia sido minha casa por quase seis anos. 

Eu amava a Celebrity: como as coisas funcionavam lá dentro, como os colegas de trabalho se portavam, como as paredes transparentes de Fabrizio conseguiam nos separar e ao mesmo tempo nos unir. Foi difícil deixar tudo para trás e recomeçar. No entanto, havia mais do que vontade naquela decisão. Ela era necessária!

Depois da discussão com Joseph, bastaram alguns contatos e em poucas horas eu tinha um novo emprego, em uma nova cidade. Ainda lembro as palavras amigas de Fabrizio me desejando sorte, e ao mesmo tempo lamentando à minha saída.

Ah, Fabrizio...se soubesse o quanto aquilo estava doendo em mim.

Minha vaga na Infox foi indicação especial de Fabrizio. Era triste deixar seis anos de trabalho e deixar também um amigo, porque era exatamente isso que Fabrizio significava em minha vida: ele era meu amigo!

Diferente da Celebrity, em que a vida das Celebridades era o foco principal das matérias, a Infox era uma revista científica. Um conteúdo informativo, formal e promissor.

Depois de ser apresentado a todos, fui encaminhado até a minha nova sala, mas dessa vez, eu não tinha uma vista panorâmica da redação. Havia privacidade, o que de certo modo também era bom.

As horas passaram rápido. No final do dia, fui convidado por Brian para ir a um bar próximo. Segundo ele, era para onde alguns dos funcionários da revista — pelo menos aqueles que não tinham outros compromissos —, costumavam se dirigir após o expediente. Como eu fazia parte desse grupo, aceitei o convite.

O bar em questão possuía um ar clássico. Cada canto daquele ambiente exalava luxo e sofisticação. A extensa bancada servia para a entrega dos mais variados drinks. E em um canto específico, uma pequena pista de dança era palco para os mais corajosos. Haviam dezenas de mesas espalhadas pelo lugar. A iluminação era baixa e em alguns cantos quase inexistente, propiciando privacidade para aqueles que buscavam um momento mais reservado, o que certamente não era o meu caso naquela noite. 

A mesa em que estávamos, ficava em frente a um palco, e era possível avistar um piano sobre ele. As luzes ali direcionadas indicavam que logo mais teríamos música ao vivo.

Não demorou muito para que uma das colegas da redação sentasse ao meu lado para um papo mais reservado. Fui educado com ela, mas no fundo eu não estava interessado em nada mais intimista naquela noite, acredito que ela percebeu meu desinteresse, já que logo depois, estava sentada no colo e aos beijos com Yago, outro colega de trabalho.

Éramos um grupo grande, então, a conversa fluiu de maneira animada. Todos queriam saber como era a vida em Nova York. Contei-lhes sobre meu antigo emprego, omitindo o real motivo pelo qual havia deixado à cidade.

As bebidas servidas eram de excelente qualidade e eu me permiti relaxar por algum tempo.

As horas foram passando e a necessidade de um descanso começou a me atingir. Faziam poucos dias que eu havia desembarcado em São Francisco, e logo após o desembarque, tratei de oficializar o lugar onde eu passaria a residir e acertar o restante da documentação da minha admissão na Infox. A viagem entre minha antiga cidade e a Califórnia era longa, então, o descanso não havia sido uma opção desde que cheguei.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora