Sete anos antes...
— Minha nossa, Adam. Que susto! — Sabrina reclamou, quando sentiu minhas mãos pousarem em sua cintura.
Sorri com o seu jeito exagerado. — Desculpa. Estava com saudades!
— Eu também estava, amor. — disse enquanto seus braços contornavam meu pescoço. — Mas da próxima vez, não me assusta.
— Tudo bem princesa, da próxima vez serei mais cauteloso.
Minhas mãos adentraram nos cabelos loiros da mulher à minha frente, trazendo-a para mais perto, para que eu depositasse um beijo em seus lábios. Um beijo cheio de saudade.
Faziam três dias que não nos encontrávamos e cada vez que eu a via, sentia meu coração praticamente pulando para fora do peito. Estávamos no parque, o lugar que normalmente escolhíamos para nossos encontros.
Sabrina tinha o poder de me levar ao céu e ao inferno em questão de segundos, e apesar de todo o conflito que a situação causava, era exatamente ali que eu queria estar.
— E como está esse bebezinho? — Acariciei sua barriga pequena, quase imperceptível, que mostrava muito menos do que os três meses de gestação.
— Crescendo! — deu de ombros.
— Você parece tão empolgada. — falei com ironia.
— Eu ainda não me conformei com o fato de que vou ficar enorme. Sério, amor! Anos de academia para nada.
— Ah, Sa...não fala isso. Um filho é uma bênção.
As sobrancelhas levantadas mostravam que mais uma vez ela não concordava com o que eu acabava de dizer.
— Joseph está feliz! — complementei.
— Joseph, os pais dele, os meus pais, nossos avós...parece que todo mundo está feliz, menos eu. — suspirou derrotada. — Amélie quer me levar para ver o vestido de noiva essa semana...juro que tenho vontade de sumir.
— Já te convidei para fugirmos juntos.
O olhar derrotado e triste foi substituído por uma gargalhada alta, me desconcertando de certa forma. — Amor, eu te amo. Sério Adam, eu te amo muito, mas, que futuro nós dois teríamos juntos? Que futuro eu daria para essa criança?
— Você sabe que as coisas não serão assim para sempre.
— Eu sei, mas e até lá? Vamos morar em uma pensão? — disse referindo-se ao lugar onde eu morava. — Com as vizinhas gritando, cachorros latindo...Choro de criança já vai bastar o do meu.
— Sabe que não seria assim.
— Isso é o que você diz.
Suspirei buscando anular as palavras que forçavam deixar minha boca. Eu sabia exatamente qual seria o rumo daquela conversa se continuasse a insistir com ela. Era em vão.
O sorriso de minutos atrás já não estava mais presente em meu rosto. Eu amava Sabrina, mas a sua insistência em colocar a situação financeira acima dos nossos sentimentos me irritava. Eu tinha consciência das dificuldades que enfrentava: trabalhar, estudar...era difícil. Mas eu tinha vontade, tinha garra, tinha talento. Sabia que era questão de tempo para que eu usufruísse das minhas próprias conquistas.
A família de Sabrina era rica, então, não era de admirar que ela buscasse um pretendente com o mesmo status social que o seu, ou até mesmo maior, e ela encontrou. Foi Joseph o escolhido.
Assim que ela cruzou as portas da universidade, meus olhos se prenderam a ela. Bastaram dez minutos de conversa para saber que ela não era para mim. Mas porra...eu a queria, e descobri que era recíproco quando ela já estava com Joseph.
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SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)
Storie d'amoreAdam nunca teve muita sorte em seus relacionamentos! Depois de perder a mulher que amava, sua vida tomou outros rumos: conquistas, ascensão financeira e profissional, mas no amor, era como se ele houvesse sido 'agraciado' com sete anos de azar. E e...