Capítulo 33

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Eu ainda custava a acreditar que Sofia havia acordado daquele pesadelo. Foram dias escuros, em que os piores sentimentos passaram pela minha cabeça. Apesar de toda a dor e angústia daqueles últimos dias, jamais duvidei que meu amor voltaria para mim. E ela voltou!

O sorriso nos lábios ao conversar com a enfermeira, me fazia constatar pela milésima vez quanta beleza havia ali! Essa certeza não vinha somente dos lábios rosados que soltavam faíscas em contato com os meus, ou dos cabelos longos que por diversas vezes emaranhei entre meus dedos, mas naquele momento, o olhar de Sofia era a joia mais preciosa que eu conhecia.

Ainda no hospital, Sofia havia me contado a história de seu passado com Derick: a morte dos seus pais, os anos ao lado dele. Toda a dor e humilhação.

Eu precisei ser forte, para impedir que as lágrimas escorressem por meu rosto depois da sua confissão. Era difícil saber o quanto minha amada havia sofrido, mas, se dependesse de mim, esse sofrimento havia chegado ao fim.

Olhar em seus olhos depois de vê-los fechados por tanto tempo, havia se tornado — sem dúvida alguma —, o meu passatempo preferido.

Mais dez dias no hospital e Sofia finalmente havia sido liberada. Minha casa era o nosso destino agora.

— Bem-vinda ao lar, amor! — disse abrindo a porta e liberando a sua passagem.

Minha mãe estava à nossa espera, com uma mesa perfeitamente arrumada naquele final de tarde.

Alguns balões enfeitavam o local e haviam flores espalhadas por toda a casa.

— Sofia, seja bem-vinda querida!

— Obrigada Angelina!

— E esse bebezinho, como está? — minha mãe perguntou, colocando a mão sobre a barriga de Sofia.

— Oh, esta tudo maravilhosamente bem. Daqui algumas semanas já podemos descobrir o sexo. Confesso que estou ansiosa. — O ânimo era visível em Sofia e certamente eu não estava diferente dela.

Céus, como eu a amava!

Sofia havia me contado sobre a sensação de ter o bebê mexendo enquanto ela estava imóvel ao lado de Derick, e da importância daquele pequeno movimento para que ela não desistisse. Segundo Ian, aquilo era quase impossível, já que o bebê era apenas um grãozinho dentro do corpo de Sofia.

Mas para nós dois nada era mais claro: nossa pequena sementinha havia contribuído para estarmos juntos agora!

Minha mão que já estava pousada em sua cintura, facilmente cumpriu o trabalho de vira-la, colocando-nos frente à frente para que eu a tomasse em um beijo que há semanas eu desejava.

Mais do que nunca, desejei ter a certeza de que Sofia era real, de que ela estava ali em minha frente. E então, sentindo o calor dos lábios rosados, eu constatei que aquilo nem de longe era um sonho. Ela estava ali, viva, bem e em meus braços.

— Ei, Adam...sua mãe está aqui. Respeito, por favor. — falava a mulher mais velha de maneira divertida.

Eu e Sofia nos afastamos minimamente, rindo das palavras de minha mãe.

...

Era noite quando decidimos ir para o quarto. A cama que antes parecia tão grande e tão vazia, agora era finalmente preenchida. Era bom ter Sofia em casa novamente.

Estávamos em um completo silêncio, mas nem de longe aquela situação era incômoda. Apesar do silêncio prazeroso, algo ainda martelava em minha cabeça e eu precisava conversar com Sofia sobre tal situação.

— Amor, como está sua decisão sobre nos mudarmos de São Francisco?

— Eu não pensei mais no assunto. Na verdade...agora não há mais preocupações em permanecermos aqui. — constatei a hesitação em sua voz.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora