Capítulo 28

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Atenção: Capítulo com cenas de violência, que podem causar gatilhos emocionais.

                    Bônus Sofia, parte 03

Ainda faltava livrar as pernas, mas antes que eu pudesse concluir minha soltura, Derick voltou.

De imediato ele não disse nada, apenas amarrou novamente minhas mãos.

A quebra do seu silêncio veio no mesmo instante em que sua mão encontrou meu rosto, me fazendo encara-lo, enquanto eu sentia o aperto no meu queixo se intensificar.

— Você pensa que eu sou otário? — sua voz saía baixa e muito próxima do meu ouvido. — Você acha que eu sou otário, Sofia? — dessa vez ele não falava baixo, mas gritava. Ele estava com muita raiva e eu confirmei isso quando senti mais um de seus tapas em meu rosto. Esse muito mais forte do que os outros.

Não consegui evitar o grito que saiu da minha boca. Aquilo doía! Eu só não sabia identificar se a dor vinha do tapa recém desferido por Derick, ou do meu peito, pela chance perdida. Antes que ele pudesse continuar sua agressão, apenas baixei minha cabeça e deixei que as lágrimas rolassem livremente.

Durante todas aquelas horas em que Derick me manteve presa, não sei precisar, quantas vezes eu chorei, orei e pedi pela minha vida e a do meu bebê.

Eu já havia perdido a esperança de que alguém me encontrasse naquele lugar abandonado. Tolice! Eu já deveria imaginar que Adam não desistiria de mim, então, quando eu pensei que não havia mais salvação, ele apareceu. Novamente Adam estava ali. Novamente ele aparecia para me salvar.

Ao invés de alívio ao vê-lo, eu senti ainda mais medo, pois estava imóvel. Sob a ameaça da arma que Derick segurava nas mãos: a minha vida, a de Adam e do nosso bebê.

O que aconteceu depois foi muito pior do que eu poderia imaginar.

"Se você não for minha, não será de mais ninguém, bonequinha".

Eu ouvia a afirmação, enquanto era arrastada em direção ao carro e chorava ao ver o amor da minha vida no chão depois de levar um tiro disparado pelo monstro que me carregava.

— Adam... — eu gritei. Uma, duas, três vezes...mas tudo o que eu conseguia ver, era o meu amor no chão. O sangue escorria do seu corpo e manchava o chão daquele galpão sujo.

Por favor Deus, por favor...Não deixe que ele morra.

Eu suplicava em silêncio, enquanto era carregada sem nenhuma delicadeza pelo homem que um dia eu chamei de marido.

Eu o odiava! Odiava Derick Gamano com todas as minhas forças.

Eu queria mata-lo! Teria feito isso sem qualquer piedade se houvesse uma arma em minhas mãos naquele momento, mas eu não tinha.

Sentia as lágrimas silenciosas escorrendo pelo meu rosto. A bola em minha garganta impedia que qualquer palavra saísse. Eu não tinha forças, não conseguia mover um músculo sequer e ainda assim, sentia a dor percorrendo todo o meu corpo, como se dezenas de flechas estivessem ultrapassando a carne e alcançando cada um dos meus órgãos vitais.

A respiração parecia que ia falhar, o coração estava disparado. Minha garganta estava seca e eu me sentia totalmente imóvel.

Apenas meus olhos pareciam obedecer aos meus comandos e testemunhavam toda aquela cena em câmera lenta.

Senti meu corpo se chocando contra o tecido do assento de um carro. Derick me jogou no banco do passageiro do veículo sem nenhuma delicadeza.

— Se ousar tentar qualquer gracinha, eu te mato também.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora