Capítulo 34

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A campainha do apartamento indicava que tínhamos visita naquela tarde. O porteiro anunciou a chegada de Naíla e com a mesma rapidez que Sofia seguiu para recebe-la, eu deixei a sala e me aninhei no quarto.

Uma série na TV parecia muito mais interessante do que a companhia da visitante naquele momento.

Eu ainda não havia conversado com Sofia sobre o beijo que Naíla investiu contra mim. Havíamos passado por muitos problemas em um período curto, então, tudo o que eu menos queria naquele momento era confusão, mas a visita da amiga da minha namorada, lembrava que eu deveria fazer isso o quanto antes. Ela não era uma boa amiga e Sofia merecia saber.

Depois de alguns capítulos, o sono havia me dominado em determinado momento. Não sei por quanto tempo dormi, mas os gritos vindos de outro cômodo da casa, imediatamente me acordaram.

Elas estavam...brigando?

Deixei o quarto rapidamente, sem me importar em vestir uma camisa, e ao chegar à sala, me deparei com Naíla no chão e Sofia sobre ela. Minha mulher desferindo alguns golpes em direção ao rosto da sua amiga, enquanto a outra tentava a todo o custo se defender.

O sangue que escorria do nariz de Naíla, mostrava que Sofia estava tendo sucesso em suas investidas.

Imediatamente tratei de tirar Sofia dali. Ela estava grávida e o que eu menos desejava naquele momento eram incômodos desnecessários.

— Que porra está acontecendo aqui? — perguntei irritado, ainda segurando Sofia que tentava de todas as maneiras se livrar do meu aperto.

— A Sofia é louca... — Naíla gritava.

— Sua vadia! — pela primeira vez eu ouvindo um palavrão sair da boca da minha amada sem que estivéssemos na cama. — Como ousa falar assim comigo depois de ter beijado o meu namorado?

Então era isso...Naíla havia contado. A única coisa que eu esperava era que toda a verdade houvesse sido revelada.

— À qual deles você se refere? — a amiga perguntou debochada.

Os olhos de Sofia se arregalaram de repente, assim como os meus.

Do que ela estava falando?

Um sorriso vitorioso brotou nos lábios da ruiva. Ela havia atingido seu objetivo.

— Derick! — ela respondendo nossa pergunta silenciosa. — E já adianto que não estou arrependida. Você sabia que eu o amava? — as mãos foram para a cintura, em uma pose de confronto direcionado à mulher em meus braços.

— Naíla...— Sofia já não se debatia mais, e então eu a soltei, o que a fez imediatamente levar a mão na boca. — Ele era um bandido. Você...você sempre soube o que eu passei nas mãos dele.

— Não importa, Sofia. Era pra eu ter casado com ele! Mas aí você chegou no bairro, toda querida e meiga...foi o suficiente para o Derick cair de amores por você. A orfãzinha que todos tinham pena. — uma gargalhada alta deixou sua boca. — Eu também sentia pena de você, mas não fiquei te bajulando como os outros. Apesar de tudo, ainda tentei ser sua amiga. Eu gostava de você, Sofia. Merda! — a cabeça balançando em sinal de indignação. — Eu gostava de ser sua amiga.

— Mas...você me ajudou. Porque? — Sofia parecia não acreditar nas palavras de Naíla.

Na verdade, nem eu mesmo conseguia achar uma logica para aquilo tudo.

— Não parece obvio? Eu não queria migalhas, Sofia. Não queria apenas as noites quentes ao lado dele quando era para você que ele voltava todas as manhãs. Eu queria ele só para mim e pensei que afastando você, eu teria alguma chance. — suspirou. — Mas infelizmente eu estava enganada. Derick ficou ainda mais possessivo depois que você o deixou. E aí você chegou... — disse apontando o dedo em minha direção. — Tão lindo, tão sexy, tão rico...te quis no momento em que coloquei os olhos em você, Adam. E te quis ainda mais quando Sofia contava sobre o quanto você fazia de tudo para vê-la feliz. Um cara perfeito! — mais um suspiro deixou sua boca. — Mas novamente eu perdi o homem que eu estava interessada para ela.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora