Capítulo 21

193 23 3
                                    

Alguns dias depois...

O clima entre os funcionários da Infox, não era nem de longe parecido com a energia que rolava na Celebrity. Nos últimos dias comecei a comparar os dois ambientes, o que infelizmente me fez concluir que: odiava meu trabalho atual.

Era quase um tormento ocupar a cadeira da minha sala, e ele se intensificava ao passo que as horas do dia se arrastavam. Parecia uma tortura aguentar até o fim do expediente. Não haviam amigos, pessoas com quem conversar e trocar ideias fora das paredes daquela revista. A única pessoa que eu consegui de certa maneira criar um laço era Brian, mas no momento, parece que eu era a última pessoa que ele gostaria de ver na frente e infelizmente essa recusa era recíproca.

Para a minha sorte, Hugo permanecia na cidade e hospedado em minha casa com Mônica. Havíamos combinado de nos encontrar após o fim do meu expediente, enquanto Mônica e Sofia aproveitariam a tarde no shopping. Eu esperava, de verdade, que elas resolvessem nos agraciar com outra surpresa como a da ilha.

Alguns dias já haviam passado desde o nosso retorno. Foi um passeio maravilhoso, mas infelizmente a realidade chamava a mim e a Sofia, nos fazendo voltar para São Francisco e para nossas obrigações.

Deixei minha sala, sem me preocupar em me despedir de ninguém e parti rumo à entrada do prédio. Hugo me esperava do lado de fora, encostado no veículo preto. Eu havia deixado meu carro para ele durante o horário de trabalho para que pudesse circular pela cidade.

— E aí bonitão, uma carona? — brincou.

— Já que eu não tenho outra opção, vamos lá.

Hugo riu do meu mau-humor e jogou a chave do carro para que eu apanhasse.

— Dirige você Hugo. Não estou com paciência para esse trânsito hoje. — devolvi-lhe o objeto prateado.

— Parece que tem gente de mau-humor...

Respirei fundo tentando evitar parecer mais alterado do que eu realmente estava. Entrei no carro e encostei minha cabeça no banco de couro.

Sem dizer nada, meu amigo seguiu para um restaurante próximo. O lugar parecia agradável. Pude perceber muitos homens vestindo terno e gravata no local. A maioria, totalmente alheia ao que acontecia à sua volta, provavelmente falando sobre negócios com as outras pessoas que ocupavam a mesa. Hugo havia acertado!

Escolhemos uma mesa afastada e depois de vários minutos e algumas doses de whisky, meu amigo quebrou o silêncio.

— Já pode me contar o que está acontecendo ou prefere ficar bêbado primeiro?

Ri do seu comentário, mas em meu sorriso não havia qualquer sombra de humor.

— Ah! Hugo. Estou farto disso aqui.

— Sofia? Tem a ver com ela?

— Não. Não! — respondi rapidamente. — Acho que Sofia é o único motivo de eu ainda permanecer nessa cidade.

— Não sabia que você andava tão cheio da vida. Pensei que enfim as coisas começavam a se acertar.

— Minha maior vontade era voltar para Nova York, Londres ou qualquer outro lugar...

— Então volta! — me interrompeu.

— Não é tão simples assim!

— O que te impede, Adam?

Respirei fundo, procurando as palavras certas.

— Acho que estou metido em um baita problema, amigo.

— Agora me conta a novidade. — Hugo fez graça.

— Não perde a oportunidade. Bom amigo você. — falei com indignação.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora