Capítulo 17

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Já era madrugada, e por mais uma noite o sono parecia meu pior inimigo. Depois dos momentos quentes que compartilhamos, Sofia mergulhou em um sono profundo, enquanto eu permanecia acordado. Apesar dos olhos fechados, minha mente estava muito longe de me permitir um descanso.

Aquela não era a primeira vez que eu tinha dificuldades para dormir. Normalmente a falta de sono me fazia refletir, mas naquela noite em especial tudo o que eu desejava era descansar e arrancar aquela sensação estranha que estava presente em meu peito.

Mesmo sem conseguir dormir, eu permanecia na cama, enquanto acariciava os longos cabelos de Sofia. Ela por sua vez, dormia totalmente alheia aos fantasmas que me rondavam.

Eu sentia seu peso sobre o meu peito, mas aquilo não se mostrava nem um pouco incomodo. O cabelo tão próximo permitia que eu sentisse o cheiro de maçã que vinha dos fios. Aquele cheiro impregnava nos lençóis da minha cama e mesmo quando Sofia não estava em minha casa, eu conseguia senti-lo no travesseiro ao lado do meu.

Sofia deixava sua marca em cada canto da minha vida, da minha casa e também do meu coração.

— Eu não acredito que já acordou amor. — disse minha amada. A voz embargada pelo sono me tirava dos devaneios.

— Na verdade, eu não preguei o olho.

O silêncio se fez presente e eu podia jurar que Sofia havia mergulhado no sono profundo novamente, mas entendi que não quando ela continuou a falar.

— Ele é um traficante!

— O que? — perguntei sem entender ao que ela se referia.

Sofia deixou meu peito naquele momento, as pontas dos dedos pressionavam os olhos inchados, em uma tentativa de fazê-los despertar depois de ter ficado de joelhos na cama.

Sofia voltou seu olhar para o teto, retornando para mim em seguida. Eu apenas a observava, e conseguia notar seus gestos e feições preocupados através da lua cheia, cuja luz ultrapassava as cortinas do quarto e iluminava o rosto da mulher à minha frente.

— Derick! Você queria saber o que minha tia quis dizer aquele dia na garagem. — suspirou. — Derick é um traficante e infelizmente, uma pessoa violenta.

Abri a boca, mas nada saiu. Aproveitei o silêncio para assim como ela sentar na cama, enquanto eu refletia sobre suas últimas palavras.

Que Derick era violento, não precisava nem Sofia ter declarado, pois as marcas em sua pele quando eu a conheci, a maneira como ele a agarrava sem permissão na Lux e a forma como apontou um canivete em minha direção, deixava explicito que o cara não hesitava em ameaçar alguém, mas o fato de ser traficante era novidade.

— Ele acredita que eu sou propriedade dele. Eu temo por você nessa situação.

— O que você está querendo dizer Sofia? — perguntei-a intrigado, totalmente confuso com a relação que existia entre os dois.

— Eu tenho medo que ele te machuque. — falou com o olhar triste.

— Ficar com medo não vai ajudar em nada. — tentei transmitir confiança. Eu também temia, não por mim, mas pela mulher à minha frente.

— Ficar parada esperando pelo pior é que não vai ajudar em nada.

— E o que você está pensando? — perguntei preocupado.

— Estou pensando que vou fazer o que for preciso para não te envolver nessa história.

— Vai voltar para ele? — perguntei em tom de brincadeira, uma risada sem humor deixando minha boca.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora