Capítulo 06

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Já era noite quando Sofia anunciou que precisava voltar para casa, e mais uma vez ela insistia que preferia ir sozinha, mas eu não recuei, não dessa vez. Não deixaria que ela voltasse sozinha àquela hora da noite. Então, depois de muito insistir, ela aceitou que eu a levasse.

Percebi que meu carro se dirigia para uma área mais afastada da cidade e assim que paramos em frente à casa, constatei que a vida deveria ser um tanto precária naquele lugar.

— É aqui. — Sofia apontou para a casa de dois andares, cuja pintura mostrava que um dia foi amarela, mas no momento, apenas as paredes descascadas chamavam a atenção de quem passava.

— Faz tempo que você mora aqui? — perguntei curioso.

— Quase quatro meses. Na verdade, desde que deixei Derick. — suspirou. — Essa casa não é minha. Eu estou morando com uma amiga desde que eu me separei dele.

Apesar do sorriso pequeno, era possível ver as lágrimas brotando no canto dos seus olhos. Eu queria perguntar os motivos que a levaram a morar com um cara daqueles, mas não ousei tal pergunta, apenas a beijei de maneira carinhosa.

Não queria vê-la chorar e por um momento pensei que deveria ter insistido para que ela ficasse em minha casa. Tão logo esses pensamentos chegaram, foram dissipados da minha mente. Precisava ir com calma, mas, como fazer isso quando Sofia se mostrava tão linda e tão sedenta quanto eu?

— Valeu pela carona. — falou após separar nossos lábios.

— Ás ordens senhorita. — fiz graça, tomando suas mãos entre as minhas em seguida. — Fica bem, ?!

— Eu vou ficar! — recebi um beijo rápido, antes de vê-la sair do carro e seguir para a entrada principal da casa.

Esperei que ela entrasse antes de dar partida. Voltei para casa e assim que passei pela porta de entrada, constatei que ainda era possível sentir o perfume de Sofia ali. Era engraçado como a casa parecia tão vazia agora. Me senti estranhamente sozinho naquele momento, logo eu, que tanto amei a solidão dos últimos anos. Para espantar aqueles pensamentos encarei um banho gelado. Ainda tentei embarcar em um filme, mas antes da metade fui vencido pelo sono.

...

A manhã parecia ainda mais linda naquela segunda-feira. Imediatamente lembrei dos olhos que tanto mexeram comigo na última semana.

Não tinha muito tempo antes do meu horário de trabalho, mas consegui dar uma passada rápida no café antes de seguir para a revista. Havia sido assim nos últimos 05 dias. Apesar das conversas diárias ao telefone, e das visitas rápidas ao café, não havíamos nos encontrado pessoalmente naquela semana, contudo, cada dia eu me sentia mais próximo e íntimo dela e a vontade de sentir seus lábios nos meus novamente, era quase incontrolável.

Tão logo entrei, meus olhos percorreram todo o ambiente em busca da única mulher que me interessava, mas para minha decepção, não a avistei, o que de imediato causou certa frustração.

Dirigi-me ao balcão para fazer o meu pedido e uma loira, bem mais alta que Sofia se aproximou para anotar meu pedido.

— O que vai querer hoje?

— Um café puro, por favor.

— Pode deixar que eu vejo o pedido dele. — Sofia falou para a loira, que pareceu não ter gostado muito, mas seguiu para longe depois de lançar um olhar duro em sua direção. — Oi! — disse sorrindo.

— Oi! — Meu sorriso se alargou ao vê-la na minha frente.

— Acho que ela não gostou muito da minha intromissão. Parecia que estava...babando em você. — Sofia falou, com a sobrancelha levantada.

SOFIA, meu doce perigo (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora