20. Esperança

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Atenção: esse capítulo pode conter gatilhos.

Serão citados nesse capítulo citações de cenas de agressões físicas e verbais explícitas, homofobia, personagem extremamente ansioso, pode ser sensível para algumas pessoas.

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Louis havia visto a bomba explodindo e bom, não havia sido nada bonito a explosão, depois de chegar em casa, o garoto foi para o seu quarto vestir suas roupas para treinar, acabando por encontrar seu pai já lhe esperando sentado na cama com o cinto ao lado dele, lhe mandando fechar e trancar a porta.

O garoto foi obrigado a mostrar as roupas que usava por baixo da calça, entendendo o que havia acontecido, mostrando a saia que vestia, ele viu o olhar enojado de seu pai e apenas aceitou o que aconteceu em seguida, não tendo coragem de enfrentar ele, o pior de tudo foi sentir as dores que já sentia antes piorando.

Ele ouvia os gritos de seu pai sendo abafados pelos batimentos do seu coração que ecoavam pelos seus ouvidos bem alto, sentindo suas costas doendo pelo couro do cinto lhe acertando e as lágrimas caindo pelo seu rosto, nem tendo noção de quando aquilo acabou ou de quanto tempo durou, apenas se lembra de abrir os olhos do nada momentos depois ao sentir sua mãe acariciando seu rosto, se encontrando deitado na cama.

Louis chorou ainda mais quando lembrou o que aconteceu, Johannah ficou com seu filho o tempo todo, abraçando ele, deixando ele chorar e implorando para que aquilo acabasse de uma vez, não aguentava mais ver tudo aquilo, sentir a angústia de seu filho e ouvir ele dizendo coisas que nunca queria ouvir ou que nunca queria que acontecesse.

Ela ainda tentou impedir que Mark obrigasse o garoto a treinar, mas por medo de que algo acontecesse com sua mãe, Louis obedeceu seu pai e foi treinar com seu corpo doendo ainda mais do que naquela manhã, seu professor tentou ir com calma por ter descoberto o que aconteceu, mas sob a supervisão do patrão, nem ele conseguia controlar aquilo.

O garoto mal teve tempo de descansar um pouco ou comer alguma coisa, ele treinou horas seguidas com seu pai gritando ao seu lado, mandando ele fazer as coisas direito e mandando ele repetir aquela série de exercícios quando o garoto falhava, tentando recuperar o fôlego por não conseguir respirar sem que suas costelas começassem a doer.

Louis tinha certeza que em um momento seu cérebro apagou por uns segundos antes de voltar ao normal, quando foi horas depois do final da tarde, seu professor foi embora por ter dado o seu horário e seu pai o liberou, o garoto chorou de alívio e de dor, ficando deitado no chão da academia até sua mãe ir lhe buscar, o ajudando a ir para o quarto.

Johannah ajudou seu filho a se lavar por ver que ele estava bem fraco, vendo ele chorando o tempo todo, depois de se banhar e se vestir, Louis ficou na cama, comendo um pouco do jantar que sua mãe lhe levou.

— Coma, querido. — ele nega, sua mãe suspira, beijando sua testa carinhosamente, pegando os analgésicos que ele devia tomar, lhe dando um por um e Louis toma sem reclamar, logo vê sua mãe saindo do quarto ao lhe cobrir direito, o desejando boa noite, o garoto soluça baixinho, mordendo o lábio, olhando para o criado mudo, pegando seu celular, indo até seus contatos, respirando fundo antes de discar o número de Zayn.

Louis fecha os olhos, ainda chorando, sentindo várias lágrimas caindo pelo seu rosto, não demorando ouvir a voz do amigo.

“Oi, Tommo. O que aconteceu?”

— Pode me buscar? Por favor.

Pede enquanto chorava, ouvindo uns barulhos no fundo da chamada.

“Estou indo aí, não demoro.”

Louis concorda, agradecendo antes de desligar, se levantando da cama meio desnorteado pela dor e a visão turva, andando até o closet, pegando sapatos, um casaco e um gorro, indo na direção da janela, abrindo a mesma, saindo na sacada, passando uma perna pela grade, segurando o mais firme que consegue, colocando um pé em saliência na pilastra abaixo da sacada, começando a descer por ela.

Meeting Love | Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora