MINHAS COSTAS DOÍAM, TALVEZ POR conta da cama dura, talvez pelos machucados que insistiam em tomar conta praticamente de toda minha parte de trás. Gemi quando tentei mudar para uma posição que não fosse completamente desconfortável e tentei me sentar.
Melissa logo estaria aqui para me ajudar, ela sempre cuidava de meus curativos. A porta do alto da escada se abriu e como sempre, meu coração se acelerou. Eu ainda esperava que Helena descesse cor- rendo para mim e se jogasse em meus braços, mas era sempre Melissa.
Ela desceu as escadas depois de passar a tranca na porta, carregando o kit que precisava para dar um jeito em meus machucados e quando seus olhos castanhos me viram, Melissa sorriu. Ela era muito cuidadosa em questão de demonstrar qualquer coisa, mas seus olhos transmitiam muito mais do que amizade. Eu tinha Helena, e ela sabia disso.
— E aí, amigo? Como está hoje? – ela perguntou deixando o kit na mesinha de cabeceira, traçando os dedos pelo curativo que tinha feito antes em meu braço, e baixando meu almoço na cama.
Fiz uma careta.
— Nada de especial. Só com algumas dores nas costas. Mas não posso reclamar muito, certo? – sorri enquanto disse isso.
Melissa estava sendo muito boa em me deixar ficar, quando nem eu mesmo me deixaria passar a noite.
Talvez fosse por seu coração, ou porque ela simplesmente achava sensato abrigar um cara procurado por uma empresa que caçava demônios.
Melissa torceu o nariz.
— Desculpe, Polux... É a única cama que posso arranjar agora...
Botei a mão em seu ombro, para lhe acalmar e pareceu ter o efeito contrário. Sua pele se arrepiou sob minha palma e eu retirei minha mão como se ela tivesse me queimado.
Quis pedir desculpas e então me calei, sentando. Ouvi quando Melissa engoliu seco.
— Então... O que será hoje? – perguntei, tentando começar um assunto que não deveria ser iniciado.
O barulho dela mexendo com o kit me deixou em alerta. Desde o acidente, eu sempre ficava assim, por qualquer coisa. As lembranças do acidente voltaram à minha mente e meu estômago girou dentro de mim.
— Como está Helena? – me peguei indagando, sendo impossível guardar a pergunta dentro de mim. Já fazia muito tempo desde que eu a vira.
— Ela é uma garota muito corajosa. Está aguentando todo o processo muito bem... – Melissa se limitou a dizer, e eu não quis a forçar a dizer mais nada.
Parte de mim estava querendo saber tudo da vida de minha noiva, querendo saber por onde ela andava, com quem, o que tinha se tornado sua vida uma vez que eu me encontrava fora dela.
— Esse seu machucado nas costas está demorando a sarar. – Melissa comentou baixinho.
— E isso é uma coisa ruim?
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A Caçadora - A Rendição
RomanceKaus e Polux Finnik voltaram a ser humanos, e a vi-da de Helena nunca mais será a mesma. Por estar noiva do anjo, Polux Finnik, seu inimigo declarado e procu-rado por todos os caçadores, ela escolhe se mudar com o irmão e o futuro marido para Manhat...