O Desconhecido - £ (Helena)

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EU SÓ CONSEGUIA PENSAR no quão cansada estava, e minhas mãos seguravam o volante tão fortemente, que acreditei por um minuto que fosse arrancá-lo de vez

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EU SÓ CONSEGUIA PENSAR no quão cansada estava, e minhas mãos seguravam o volante tão fortemente, que acreditei por um minuto que fosse arrancá-lo de vez. Abri o vidro do carro de Claire com certa brutalidade, já que de repente tudo parecia abafado e desconfortável.

Meu casaco pareceu apertado demais, sufocando-me. O colar enganchava-se em meus cabelos, e se prendia à mim como se me pertencesse... E agora pertencia.

Parei num sinal vermelho e soquei a direção o máximo que pude com os punhos fechados. Eu odiava tudo aquilo que minha vida tinha se tornado.

Enquanto eu socava o volante com toda minha força percebi pelo canto do olho um carro parando do meu lado, mas não me preocupei muito. Eu podia sentir as veias de meus olhos praticamente saltando, podia sentir nas palmas de minhas mãos as batidas descompassadas de meu coração, e o tanto que minha cabeça doía deveria ser proibido.

Olhei para o lado, e a mulher do carro que estava parado junto a mim no farol me encarava de uma maneira esquisita, como se ela achasse graça, mas também ficasse relativamente com medo de tudo aquilo.

Hey, eu não vou arrancar sua cabeça!, quis gritar, mas quando fiz a menção de abrir a boca, ela pisou no acelerador tão forte que fez o carro derrapar alguns centímetros e sair praticamente cantando pneu no asfalto esbranquiçado, atravessando no farol vermelho mesmo.

Aquela mulher ou era louca, ou tinha visto algo que a tinha assustado mais do que o suficiente.

Olhei para minha minhas feições no espelho do carro, e ofeguei. Eu tinha manchas avermelhadas nos olhos, minhas pupilas completamente dilatadas, e a boca repuxada por conta do susto e da raiva. Meus olhos voltaram ao normal e eu respirei profundamente, tentando me concentrar na aparente calmaria ao meu redor.

Parecia que o poder dentro de mim precisava sair de alguma maneira.

Se não começasse a treinar com Sally e com Sierra, logo enlouqueceria.

Procurei controlar minha respiração e parei no mesmo café que Kaus tinha me levado depois do pequeno incidente na boate. Eu tinha a sensação de que iria encontrá-lo ali.

E então, antes de descer do carro, uma voz conhecida veio em minha cabeça:

Ele não está aí.

E com um "clique" de minha mente, eu sabia para onde ir.

A boate.

Cheguei em poucos minutos e ao estacionar na parte mais escura da rua, me impedi de continuar andando em direção a porta da frente, por alguns segundos.

Eu tinha certeza de que estar usando uma calça jeans colada, uma bata branca de cetim, um casaco também jeans e nem um pouco quente e coturnos não eram lá as melhores roupas para se utilizar em uma balada.

A Caçadora - A RendiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora