Kaus e Polux Finnik voltaram a ser humanos, e a vi-da de Helena nunca mais será a mesma. Por estar noiva do anjo, Polux Finnik, seu inimigo declarado e procu-rado por todos os caçadores, ela escolhe se mudar com o irmão e o futuro marido para Manhat...
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A CASA DA ORDEM NUNCA havia ficado tão apinhada de gente antes. Todos os Caçadores estavam lá, dois paramédicos cuidando das feridas de Jason, que trabalhavam pela empresa, Sally, Sierra e David também estavam lá.
Os paramédicos guardaram os utensílios e fizeram um sinal para que eu os seguisse.
— Escute bem o que vamos te dizer: seu irmão não será mais um humano. – ele disse na lata, sem nem fazer-se de rogado. — Ele foi mordido e carrega o gene para a transmutação. Não espere que não aconteça tão cedo.
O paramédico baixinho com bigodes encarou os Caçadores de Sleepy Hollow.
— É bom que outros metamorfos estejam aqui. Ele vai precisar.
E com isso os dois saíram porta afora, deixando-me com um aperto grande no peito.
Eu não queria que meu irmão se transformasse.
Olhei para Jason sentado no sofá, praticamente sedado, com as mãos em cima da barriga, suando de dor, mas parecendo bem, e sorri triste.
Me agachei ao seu lado e tomei suas mãos nas minhas.
— Irmãozinho, eu jurei proteger você. – beijei seus dedos pálidos. — Me desculpe por ter falhado. – sussurrei enquanto apoiava minhas bochechas em sua mão. As lágrimas que escorriam de meu olho eram puramente dolorosas.
Eu não sabia quanto tempo tinha passado, quando meu irmão começou a grunhir de dor.
— Helena... – ele sussurrou, abrindo os olhos somente para me olhar.
Toquei seu rosto em desespero.
— Oi, shh... Está tudo bem... Tudo vai ficar bem. – balbuciei roboticamente.
— Eu vou virar um deles, não vou? – ele perguntou e suas feições se contorceram de dor. Ajeitei o curativo em uma de suas feridas e não pude deixar de olhar para aquela que cobria a mordida que amaldiçoaria Jason para sempre.
— Não pense nisso agora. Você precisa descansar.
Jason abriu os olhos e tentou se levantar. Ele gemou, mas continuou a tentar. A força que fazia me deixou comovida. Envolvi sua cintura e toquei em seu peito para lhe dar alguma estabilidade. Algo de dizia que as coisas não ficariam melhores do que já estavam.
Eles estão nos observando, Helena. Meu corpo travou.
Kaus.
O senti sorrindo em minha mente.
— Mas que merda! – meu irmão praguejou, tentando em vão mover o pescoço imobilizado.
Espalmei sua mão para longe dos curativos.
— Nem pense em tirá-los. – ameacei em voz baixa.
Jason me encarou por um segundo antes de virar para longe. E no meio segundo que nossos olhos se encontraram eu pude ver suas pupilas dilatarem e voltarem ao normal, igual a Edward quando ele tinha a sensação de que seu lobo estava tomando conta.
— Ei. – peguei Jason pelo braço quando ele fez menção de sair andando. Ele bateu em minha mão com mais força do que necessário para me manter longe. — Qual é o seu problema?
Ele se virou para mim, os olhos injetados e depois suavizaram, finalmente me reconhecendo.
— Não sei. – ele disse francamente.
Suas palavras me machucaram muito mais do que o tapa que ele tinha dado em minha mão. Eu sabia que ele se culparia quando visse o hematoma surgindo sob a pele clara de minha mão, e por isso a coloquei para trás, afagando sua bochecha levemente arroxeada com a outra mão.
Sentir o calor de seu corpo me fez sorrir.
— Pelo menos você está aqui. – disse francamente e ele sorriu parecendo triste.
Seu irmão precisa de ajuda, Kaus disse e eu o bloqueei. Não queria que ele invadisse minha mente. Não agora, pelo menos.
Por algum tempo eu queria ficar quieta, no meu canto, sem ninguém além de mim, em minha cabeça.
