O Fruto Nunca Cai Muito Longe da Árvore - £ (Helena)

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EDWARD SEGUROU MINHA MÃO confiantemente, parecendo querer me passar segurança, mas não disse mais nada e me puxou para uma porta do outro lado da sala, que tinha uma janela com insufilm parecendo um espelho

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EDWARD SEGUROU MINHA MÃO confiantemente, parecendo querer me passar segurança, mas não disse mais nada e me puxou para uma porta do outro lado da sala, que tinha uma janela com insufilm parecendo um espelho. Meu reflexo quando passamos na frente dele, era nada mais do que o de uma garota assustada.

Eu estava assustada.

Edward bateu na porta branca do lado da janela e a abriu. Disse algo, e então se virou para mim, puxando-me de leve pelos braços, forçando-me a entrar na sala. Um homem velho o suficiente para ser meu avô nos cumprimentou-nos com um aceno de cabeça, sempre nos analisando com os olhos azuis frios, e eu me agarrei a camisa de Edward. Ele não me deixaria aqui com esse homem, certo?

– Eu volto depois pra te pegar. Não se preocupe, vai dar tudo certo. – ele disse e beijou o topo de minha cabeça, fechando a porta com um alto e seco "thump"

E eu fiquei no mesmo lugar, esperando o homem me dar permissão para sentar. Ele apontou para a cadeira a sua frente e não sorriu.

Mais arrepios.

– Sente-se. – ele se pronunciou. Sua voz rouca não fazia eco nenhum, mas batia em meus ouvidos como um choque entre rochas. Dolorosamente.

Percebi que ele me acompanhava com os olhos à todo instante.

Os segundos de silêncio entre nós me fizeram prender a respiração. A sala escura me deixava com falta de ar, e a estante de livros atrás do homem parecia entulhada demais para que ele conseguisse tirar ou colocar qualquer livro.

– Sou Erik, mas pode me chamar de Sr. White. – ele disse e cruzou as pernas, colocando as mãos em cima do colo.

Estava claro para mim que ele deveria ser chamado de Sr. White. Não era uma opção que ele estava me dando.

– Sou Helena Jameson. – disse de volta, tomando cuidado para que minha voz não saísse nem mais alta do que era permitido e nem muito baixo para que um homem da idade dele não escutasse.

Sr. White piscou algumas vezes e pegou uma pasta apoiada no braço de sua cadeira larga de couro escuro, folheando as páginas ali dentro.

– Abandonada pelos pais biológicos, pais adotivos a expulsaram de casa, relatos de companheiros que dizem ser uma pessoa incontrolável, traição... – ele continuava falando. – Sua ficha não me parece ser a melhor. – ele me encarou como se esperasse minha reação.

Meu estômago doía como se eu tivesse acabado de levar um murro.

– Nunca disse que fui boazinha. – retruquei e me arrependi logo após, quase arrancando minha língua com a força que a mordi para me manter calada.

As feições de Erik permaneciam inalteradas, como se eu o entediasse. Olhei para o lado e vi que o insufilm espelhado me deixava vez claramente as pessoas lá fora treinando, suadas e cansadas.

A Caçadora - A RendiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora