Meena - £ (Helena)

205 27 2
                                    

APOIEI AS COSTAS NO batente da porta que dava acesso à cozinha enquanto observava meu irmão arrumar as armas no cinto e encaixar uma pequena faca na bota

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

APOIEI AS COSTAS NO batente da porta que dava acesso à cozinha enquanto observava meu irmão arrumar as armas no cinto e encaixar uma pequena faca na bota. Algo dentro de mim se remexeu incomodamente.

— Está tudo bem? – ele perguntou, pela primeira vez me olhando.

Assenti.

Ele voltou a remexer no cinto.

— Também está pensando no quadro?

Limpei uma lágrima solitária que escorrera de meu olho sem motivo algum e sorri.

— Fica difícil não pensar quando ele está pendurado na parede da sala.

Jason revirou os olhos.

— Você ficará bem enquanto nós estivermos fora, certo? Não vai sair e nem fazer nenhuma besteira, não é? – sua voz era preocupada, mas com um tom de seriedade que eu nunca tinha ouvido.

Mais uma vez sorri e mantive minha postura ereta, cruzando os braços por cima do peito, sentindo meu cabelo roçar em meu braço direito.

— Não farei nada que você não faria.

Ele me deu o olhar de aviso – um olhar que eu vinha recebendo muito ultimamente – e levantou uma sobrancelha, parecendo perder o interesse em arrumar as armas.

Bufei de leve e caminhei em sua direção, fazendo questão de ajeitar a jaqueta de couro em seus ombros e tocar em seu nariz, fazendo graça, tentando amenizar o clima tenso.

— Fique tranquilo, irmãozinho. – murmurei para acalmá-lo, mas não pareceu surtir efeito nenhum. Toquei meu pescoço e senti a correntinha com a inicial de Fitch. Meu coração palpitou alto. — Queria ter alguma coisa para te dar proteção nessa missão, mas não tenho.

Ele sorriu e beijou minha testa, puxando meu corpo para perto, acariciando meus ombros. Era possível sentir o cabo da arma machucando meu quadril.

— Vai ficar tudo bem, mana.

Assenti e lhe soltei, enrugando o queixo para não chorar.

Meu irmão estava indo em uma missão e eu não estava autorizada a ir também e consequentemente não o poderia proteger. Se algo acontecesse com meu irmão eu seria capaz de matar alguém.

Jason me abraçou mais uma vez e murmurou:

— Se dormir agora, quando acordar eu talvez já esteja de volta.

Forcei um sorriso e ouvi a porta da frente ser aberta. A voz de Edward se fez presente.

— Já está pronto?

Queria dizer que não conseguiria dormir até ele voltar, e que minha cabeça ficaria cheia de preocupações por não saber como ele estava. Queria ir com eles.

Larguei meu irmão e coloquei as mãos no bolso da calça jeans, me forçando a virar para Edward. Ele entrou na cozinha e me lançou um olhar estranho e que eu não consegui entender, mas Jason saiu do cômodo sem lhe responder, deixando-nos em um silêncio desconfortável.

A Caçadora - A RendiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora