• Capítulo 6 •

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Trysney | 2023

O quarto que Steve tinha alugado estava congelante, as janelas abertas deixaram a chuva molhar cortinas e parte do carpete azul escuro.

Ele conferiu o telefone com a mensagem de Thor dizendo que Carol estava dormindo e que o quarto deles ficava uns andares abaixo do dele. Steve soltou sua mala em cima da cama, esfregou os olhos.

Não era sono, não era cansaço da viagem. Ele sabia exatamente o motivo de não consegir pregar os olhos naquela noite. Steve tentou fazer outra coisa além de lembrar o passado, mas estava bem difícil relaxar com Natalia sussurrando na mente dele.

Rogers soltou um bufo quase que feliz, se lembrando de como tinha descoberto sobre o nome russo de Natasha.

Então ele se dirigiu para a pequena mesa que tinha no espaço e sentou na cadeira, puxando o notebook da bolsa e abrindo no arquivo de seu livro. Ele tinha que escrever alguma coisa.

— Vamos lá — Steve endireitou a coluna e deixou os braços de cada lado do aparelho.

Cinco minutos.

Dez minutos.

Meia hora.

Um hora.

Nada, absolutamente nada que prestasse vinha na cabeça dele. Ele tentou tomar um banho para relaxar melhor mas não adiantou em merda nenhuma. Tentou comer algo para repor energias mas o arquivo seguia em branco. Tentou ouvir músicas para inspira-se porém as ideias lhe faltavam.

A chuva não parou em momento algum, pelo contrário, aumentou. Steve inspirou o cheiro de chuva e pós a cabeça pra fora da janela. Totalmente derrotado, era assim que ele se sentia.

Steve olhou no próprio relógio de pulso, eram três da manhã. Ele trocou a calça de tecido leve por uma de moletom e vestiu um casaco. Verificando a caixa de mensagens mais uma vez e não encontrando nada de importante, Steve colocou os tênis e saiu para uma corrida.

Ele correu, correu e correu. Mesmo encharcado continuou correndo, gastando as confusões e bagunças mentais em desgaste físico e doloroso. Suas pernas tremeram e pelos cálculos rápidos que fez, devia ter corrido uns cinco quilômetros.

O plano era rodar o quarteirão mas Steve estava tão focado em se distrair que acabou indo longe demais e quase ficou perdido. Quando se deu por acabado sentou nos degraus da fachada do hotel que estava hospedado.

Ofegante e quente, a gotas de frias equilibraram sua temperatura corporal. Seu coração parecia saltar do peito, os músculos contraídos, o olhar perdido. Steve tinha se tornado uma pessoa que mal ele conhecia.

Enquanto Natasha aparentava estar cada vez mais confiante e determinada. Ele sentiu orgulho, não era correto, mas sentiu muito orgulho dela. Ela tinha aberto a sua própria clínica, com certeza já tinha um bom dinheiro faturado e era impossível estar sem ninguém.

Sem aliança, então não estava em um relacionamento. Mas isso não queria dizer que faltava alguém para aquecer seus lençóis, ou até mesmo alguém que estivesse emocionalmente dependente dela.

Natasha era incrível, tão marcante e glamurosa. Ele queria poder ter uma amizade com ela, queria que esse sete anos fossem deixados no passado.

Só que Natasha ela vingativa e rancorosa, nunca hesitaria em jogar e esfregar na cara de Steve o quanto sentia ódio dele. Porque ódio era exatamente o que ela sentia por ele. Ódio frio e cortante.

Sua cabeça começou a laterjar, não devia passar das cinco da manhã afinal já havia algumas pessoas na rua. Steve somente entrou no prédio, pediu uma toalha para não molhar todo o piso e subiu para seu quarto.

Sua filha, Sarah | RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora