• Capítulo 47 •

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Trysney | 2023

A lua brilhava forte no meio das estrelas, o céu estava lindo. Natasha admirou por um tempo e desceu do carro ainda pensativa sobre o convite de Giovana.

Acendeu apenas a luz da cozinha, abrindo as portas da suposta adega que escondia da filha. Passando as bebidas mais fortes, achou a garrafa de vinho branco que tinha encomendado da Itália. 

A embalagem de Midleton a fez olhar por mais tempo e voltar atrás. Não enrolou pensando muito e jogou o líquido âmbar no copo tradicional para bebida. Em contrapartida, demorou para degustar o sabor do whisky, retomando o convite de Giovana no seu celular.

Se ela aceitasse, seria um momento icônico encontrar Steve lá. Ela iria rir muito internamente, mesmo que ainda irritada por ele ter aceitado tão facilmente.

Se recusasse, perderia a chance de encarar Steve, mas se livrava de ver diversas mulheres, muitas vezes casadas, se atirando para cima de Steve.

Um farol brilhando e som de motor a tiraram dos pensamentos tão rápido quanto entrou. Ela se esgueirou pelas paredes e escondeu o corpo de quem estivesse chegando, porém ela ainda conseguia vê-lo.

Como se fosse um morador comum, Steve simplesmente abriu a porta de sua casa, não se deu ao trabalho de tocar a campainha. Natasha vigiou suas ações e compreendeu que ele estava procurando por ela na cozinha, por conta da luz acesa.

— Que falta de educação — ela se revelou de trás dos armários e apoiou os dois braços no balcão — Não achei que era da sua índole esse tipo de conduta. Quem te permitiu entrar aqui?

— Sou bem gentil e consigo conquistar as coisas com meu rostinho bonito — ele andou lentamente até ela, focando os olhos no copo — Um instante fora do meu alcance e já está se embebedando?

— Desde quando eu evito beber na sua presença? — perguntou rindo — E além do mais, eu nunca fico bêbada.

— Nunca é uma palavra muito forte — sorrindo, Steve cruzou os braços no peito e se aproximou mais dela — O que eu quero saber é porque está chateada.

— Chateada? — ela disparou o olhar para os bíceps comprimidos pelo tecido da camisa social de botões branca — Gastou combustível à toa, Steve. Se essa era a sua dúvida, relaxe que não estou chateada.

— Não? — riu ironicamente — Natasha, eu só toquei em você e ganhei um daqueles seus olhares — ela estendeu o copo pra ele e suspirou — Eu tenho feito muito mais que isso ultimamente.

— Que tipo de olhar eu dei? — a pergunta fugiu do assunto, mas ela estava curiosa com a descrição dele.

— O olhar "Me toca de novo que te enforco e te esfaqueio com minha chave do carro" — respondeu Steve. Ele encarou a bebida e deu um gole.

— Criativo — elogiou Natasha. 

O corpo pequeno dela se jogou no sofá e tirou o cabelo da boca. Ele ficou parado de pé ao lado do móvel, admirando como ela ficava linda com as bochechas coradas e os olhos brilhando. 

— Ok, quanto você quer pra falar logo? — Steve se virou e segurou a garrafa de whisky — Esquece o copo, vou precisar de mais do que isso.

— O plano é me deixar bêbada até eu dizer o que, supostamente, me chateia? 

— Não, o plano é te convencer com a bebida, mas se quiser ficar bêbada, posso te carregar no colo e dirigir no seu lugar.

— Gentileza e rosto bonito, né? — lembrou Natasha, sentando no sofá e abrindo espaço para ele também — Não vou cair no seu truque.

Sua filha, Sarah | RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora