Trysney | 2023
Bem na hora. Ela jurou que aquilo tudo era para proteger Sarah, para que a filha não passasse por problemas. Elas jantaram juntas e Natasha contou o que estava acontecendo, fazendo parecer que era uma simples viagem longa demais para uma criança de sete anos realizar sem a mãe. A sua primeira viagem.
Nat contava com Yelena para manter sua promessa e respeitar a decisão de ficar quieta. Sarah tinha se chocado um pouco mas era obvio que acolheria a ideia de viajar, ela só havia ficado meio receosa em relação a distância que se encontraria com a mãe.
— Certo ai? — perguntou Natasha, ajustando o cinto de segurança em Sarah. Ela sufocou um nó na garganta enquanto olhava dentro daqueles olhinhos arregalados, brilhando com a primeira luz do sol naquela manhã.
— Mãe, estou muito feliz que vou viajar — Sarah sorriu apertando as mãozinhas na fivela do cinto, Natasha as tirou de lá e deu beijinhos — Mas vou sentir sua falta.
— Vamos fazer vídeo chamada todos os dias e vou continuar comprando bolinhos de canela para que quando você voltar tenhamos uma noite de mãe e filha — ela sentiu os olhos verdes arderem para chorar, os mesmos olhos que Sarah também tinha — Vou sentir sua falta, bolinho.
— Vai passar rapidinho, eu juro — sorriu, as pequenas covinhas a mostra — E vai ser legal conhecer uma cidade maior que a nossa, a tia Yelena disse que tem um parque de diversões enorme lá!
— Divirta-se, Sarah — Nat afastou a franjinha loira da filha e acariciou as laterais da cabeça dela — Obedeça a sua tia.
Com as costas da mão Natasha secou as lágrimas que caíram quando ela fechou a porta do carro e andou até Yelena arrumando as roupas distraidamente, uma péssima atuação para a deixar sozinha com Sarah. Bebendo um gole da garrinha de água com gás, ela suspirou encarando a irmã mais velha.
— Não precisava fingir descaso assim, só estava me despedindo dela — Natasha disse tirando o casaco.
— Pensei que fosse mais uma mentira, deixei que lidasse com ela sem mim — ela refutou dando de ombros.
— Prekrati, chert voz'mi. Ya znayu, chto vy delayete, i ne khochu seychas sporit'. Prosto sderzhi to, chto obeshchal! (Pare com isso, porra. Sei o que está fazendo e não quero brigar agora. Apenas cumpra o que prometeu!) — grunhiu Nat em russo, bloqueando a passagem de Yelena para o carro.
— Kak ya vse vremya govoril, ya pomogayu tebe, no nastoyashchaya проблема tvoya. (Como eu disse o tempo todo, estou te ajudando, mas o verdadeiro problema é seu) — rebateu no mesmo tom.
— Cuide da minha filha, é só mais essa coisa que peço — clamou ela com o coração doendo.
— Uydi s dorogi, proklyatiye (Saia da frente, caralho) — Yelena sussurrou, Natasha abriu espaço. Sarah abaixou a janela para acenar um "tchau", sabendo que estavam de partida. A tia soltou o freio de mão e depois de ligar o motor olhou a mulher parada lacrimejando os olhos — Protegerei Sarah, Natasha. Prometi e prometo de volta.
— Eu sei. Boa viagem.
O som das pedrinhas se mexendo no asfalto mais fundo da casa soou, o carro acelerou e como num passe de mágica ela não via mais a imagem de Sarah lhe enviando beijos.
Como ainda era de manhã e sua rotina de trabalho tinha se estendido até o final da noite ela aproveitou para se sentar na varanda de sua casa, o pacote de bolachas recheadas na mão. Natasha passou a fazer isso nas horas vagas, sempre assistindo o sol então ou era no começo do dia ou no fim.
Quando acabou com o pacote de bolachas saiu da varanda e pegou seu veículo na garagem, o ar condicionado foi ligado antes de sair e o celular conectado no som do carro. Natasha notou o parâmetro de gasolina quase no fim e se fez um lembrete de passar no posto para reabastecer o tanque ainda hoje.
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Sua filha, Sarah | Romanogers
Fanfiction━ ❝ Quem é ela, Natasha? Diga que ela não tem meu sangue correndo nas veias e me diga que ela não é um pedaço de mim! Ela é... ━ Sua filha, Sarah.❞ *:・゚✧*:・゚✧*:・゚✧*:・゚✧*:・゚✧*:・゚✧*:・゚✧*:・゚✧ ╰┈➤ No verão de 2015, eles viveram um amor lindo e intenso...