• Capítulo 48 •

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Trysney | 2023

Antes de abrir os olhos, Natasha sentiu o toque suave em seus quadris. O lençol que enrolava o seu corpo estava cobrindo apenas a parte de baixo. O aroma subiu em seu nariz. Não era perfume, era o puro cheiro de Steve. 

Sem se virar, sorriu e abriu os olhos. As cortinas impediam o sol de passar, mas não totalmente. O quarto estava claro, porém não demais. 

Natasha também sentiu as pernas doloridas e a intimidade levemente ardente. Era um bom resumo de quão boa tinha sido a noite e a madrugada.

Os dedos de Steve traçaram os desenhos das estrias brancas que ela tinha no quadril, escalando até chegar na bochecha dela. 

— Eu bebi demais ou você realmente está aqui? — ela dobrou a cabeça para trás e encontrou os lindos olhos azuis a encarando.

— E por que você estaria sonhando comigo? — ele a virou de barriga pra cima e enlaçou os dedos dela no ar — Nós somos reais, olha. 

— Posso sentir isso em outras áreas do meu corpo — assentiu rindo, acariciando a mão dele — É, não perdemos o jeito em nada mesmo.

— Está falando da nossa sintonia na cama? A gente se conhece o suficiente para não precisar adivinhar do que o outro gosta — Steve descansou o braço na barriga dela, rodeando o umbigo com o indicador.

— Mas vai que, sei lá, você tenha conhecido coisas novas que te agradassem mais do que as que eu conhecia. Não tinha como eu saber, eu apenas me deixei levar — ela brincou com as mechas que estavam ficando grandes no cabelo dele.

— Até parece. Você fala como se eu tivesse ficado com todas as mulheres de New York — ele gargalhou quando ela levantou as sobrancelhas — Eu não fiquei.

— Eu sei que não — disse a contragosto, dedilhando o braço dele até chegar ao peito — Acho que temos que assumir algumas coisas da nossa vida sexual nesses últimos anos.

— Começa você, vai ser mais emocionante que a minha. E eu vou odiar.

— Preciso confessar algumas coisas antes — Natasha mordeu o lábio apreensiva e com vontade de dar risada — Não surta, é tudo passado.

— Juro que não vou surtar — confirmou sorrindo — Seu passado não me afeta.

— Ok, você prometeu — ela respirou fundo e prendeu o ar — Eu já fiquei com a sua irmã também.

— O quê?! — o grito de choque fez soltar a gargalhada que segurava.

— Foi só um beijinho. E foi em uma festa, antes de eu te conhecer. Não sabia que a Carol era sua irmã — explicou aos risos — Você surtou.

— Não surtei, só me assustei — Steve apertou a mão de Natasha, tranquilizando — Mas eu já disse, não precisa me proteger do seu passado.

— Acho melhor falar tudo de uma vez então — Natasha percebeu que Steve estava irritado, mas também entendia que era um momento de confissão — Eu já fiquei com a Peggy, várias vezes. Participei de sexo a três uma vez, mas não curti porque gosto de toda atenção voltada pra mim. Transei com a Maria algumas vezes. Além do mais, durante esses oito anos, não consegui fazer sexo com homem nenhum, não me sentia atraída o suficiente.

— Por um momento eu considerei que você estaria na seca por tanto tempo, cai na sua ladainha de "último homem que me chupou" e pensei em última pessoa — ele fez as aspas com os dedos e ouviu a gargalhada vindo dela — Esqueci de considerar que outras dez mulheres já tinham te chupado nesse meio tempo.

— Calma aí também — ela beliscou a barriga dele, ainda rindo — Eu fiquei com mulheres, mas não aproveitei tanto assim quanto você acha. Eu era uma mãe, estudante, trabalhava em uma clínica como estagiária, cuidava da casa e ainda precisava investir na minha própria clínica — enumerou calmamente, passando o polegar sobre o lábio inferior de Steve — Não confiava em ninguém pra cuidar da minha filha, então fiz as coisas do meu jeito. Cozinhava para ela, ajudava na lição de casa, lia histórias infantis... eu queria ser uma mãe perfeita para Sarah.

Sua filha, Sarah | RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora