• Capítulo 25 •

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Trysney | 2023

A capacidade que Steve tem de a fazer render-se lançava um choque mental por sua cabeça sempre que se dava conta disso. Natasha estava tão empenhada em expulsar Steve da cidade assim que o viu em sua clínica, hipocrisia dizer que agora ela tinha beijado ele várias vezes e dormido em cima do homem como se fossem casados há anos. Isso era um problema, um grande problema.

Deixava de ser preocupante quando ele tocava uma música tão linda e significativa para a história de amor deles, a história que ela consistia em ignorar toda vez que ele perguntava. Steve com os dedos nas teclas e Natasha ao lado dele, sendo acariciada pela melodia que soava pelos ares. Ela conhecia aquela sensação de medo e conforto muito bem.

O medo porque certamente estavam entrando num trajeto perigoso e que seria difícil de sair. E o conforto porque sentia falta disso, de estar flutuando mesmo estando com os dois pés no chão.

A próxima ideia de Steve para passarem mais tempos juntos a fez rir, ele deu de ombros e a empurrou para o carro, determinando o que deviam fazer agora e não dando espaço para a mulher loira revidar. Com uma ajuda do GPS, Rogers chegou ao destino pedindo a Deus que pudesse ser atendido sem hora marcada.

— Vai mesmo cortar o cabelo? — Natasha quase fez um biquinho com a afirmação dele.

— Está muito grande — respondeu passando mão nos fios loiro escuros, examinando a feição frustrada da pessoa sentada ao seu lado no banco do carro estacionado — Por quê?

— Nada não — disse desentendida, suspirando quando percebeu que não aguentaria segurar a opinião na boca — Só... não corte demais, ok?

— Por quê? — perguntou segurando um sorriso.

— Não tem necessidade de cortar tanto — cruzou os braços pronta pra discordância.

— Por quê?

— Você vai para o exército, por acaso? — rebateu sarcástica — Sei que a resposta é não então, não raspe a cabeça.

— Por quê?

— Para de ficar perguntando “por que”, caralho! — esbraveceu irritada, cerrando os dentes.

— Por quê? — Steve repetiu de propósito, sorrindo pra carranca fechada de Natasha. Mas pulou do carro logo em seguida, já que ela tinha saído e batido a porta com força — Não custa nada admitir que gosta do cabelo maior e que me acha bonito nele.

— Verdade, não custa nada porque não tem nada pra admitir — ela andou na frente, o ultrapassando para trás, porém o esperando na porta do salão.

Steve sorriu para a birra que ela estava fazendo mesmo quando era obvio que a fala dele era a mais pura realidade. Ele podia ser mais lerdo e ingênuo para algumas coisas, mas se tratando das reações de Natasha, Steve certamente tinha o dom de identificar cada uma delas.

Como agora, o queixo erguido e a postura reta indicavam soberania. Mas se fosse olhar melhor por outra ângulo, veria as mãos mexendo no cabelo e a boca vermelha de tanto morder, condizendo a ansiedade ou controle para prender palavras na sua boca. A segunda opção encaixava mais corretamente para o momento.

— Vamos lá — Steve conduziu com a mão.

Ela encarou a mão estendida e abriu a porta, entrando primeiro.

O barulho de secadores, tesouras, maquinas e outras coisas acolheram Natasha e Steve, algumas pessoas olharam brevemente e algumas encararam por mais tempo quando os dois andaram lado a lado procurando por atendimento.

Um rapaz com olhos escuros na cor castanho parou na frente deles e acenou, uma mão segurando um pincel com creme de barbear.

— Boa tarde, posso ajudar?

Sua filha, Sarah | RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora