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Rd Pov

   Pedi uns lanches e fiquei bebendo sozinho enquanto esperava ela sair do banheiro, sei que está fugindo, não sei se foi algo que eu falei, ou se ela sentiu algo, mas está fugindo.

   Virei a garrafa na boca e ouvi baterem na porta, fui atender e vi um dos meus seguranças com as bolsas de lanche, agradeci e pedi de novo pra ficarem espalhados.

   Coloquei as coisas no sofá e ela apareceu toda linda, deu um leve sorriso e olhou toda curiosa para bolsas, tirei um hambúrguer de dentro de uma e ofereci, vi a careta dela e antes de eu começar a comer pegou da minha mão.

- Um dia só não mata. - falou comendo com vontade - Minha mãe não deixa eu comer essas coisas.

- Porque? - perguntei dando a primeira mordida no meu - Seu corpo é maneiro.

- Mas lidar com o mundo da moda nem sempre é. - falou sentando do meu lado - Um dia você entende, é complicado.

- Tenta me explicar. - falei fazendo ela me olhar de lado.

- Eu só não sou modelo de passarela por mis atributos. - falou e encarei ela confuso - Esqueci a palavra em português, desculpa.

- O que seria? - perguntei e ela segurou os peitos e depois as coxas e apontou pra bunda - Entendi, acho que tu queria falar características.

- Isso, então, pra passarela eu não estou no padrão, mas para fotos e campanhas sim. - falou e concordei - Mas até para isso eu preciso manter o que eu tenho, posso emagrecer, mas engordar nunca.

- É foda não poder comer o que realmente gosta. - falei e ela suspirou.

- As vezes temos que abrir mão daquilo que amamos para um bem maior. - falou e olhei pra ela pegando outro hambúrguer - Já posso ser uma filósofa.

- Eu não abriria mão não. - falei e ela me olhou rindo - E se o bem maior, não for nada do que a gente imagina?

- Aí é um risco que precisa correr. - falou pegando outro hambúrguer - Olha, também tem batatinhas.

   Comemos enquanto falávamos algumas coisas e percebi que ela ja estava cheia de sono, só pelo fato de ficar apertando a única almofada que tem no sofá, ofereci o quarto de hóspedes e ela aceitou na hora mandando mensagem pro pai.

   Volta e meia eu me esbarro com a mandada, as vezes é ela que manda mensagem pra gente fazer algo lá quando o pai não está em casa, as vezes chamo pra vir aqui em casa, mas nunca fomos além, peço uns lanches, a gente conversa, vê algum filme e só.

   Fiquei até sabendo que ela estava vendo um apartamento pra comprar, falou que a convivência com a Paola está ficando insuportável e como ela não quer ver o pai triste, preferiu assim, dei o maior apoio, vi umas fotos do que ela gostou e vai ficar a cara dela.

- Aquela mina tá aí querendo falar com você. - ouvi a voz do Marco e olhei pra ele parado na porta coçando a cabeça.

- Que mina? - perguntei e ele olhou pra fora da sala e me olhou.

- Lorena chefe, a filha do morto. - falou e respirei fundo.

- Essa porra só pode estar de sacanagem. - me afundei na cadeira e fiz sinal pra ele ir e ela entrar, entrou toda encolhida - O que você quer?

- Eu preciso de ajuda. - respondeu - Eu me envolvi com um cara e agora ele está ameaçando a minha família.

- E o que eu tenho haver com isso? - perguntei e ela sentou na cadeira disponível me olhando com medo.

- Ele que fez aquilo com o meu pai. - falou e cruzei os braços - Uma vez ele me perguntou se eu conhecia algum Rd, falei que não e era verdade, até ligarem pra minha mãe avisando que o meu pai estava aqui e eu acabar te conhecendo.

- De onde esse cara é? - perguntei e ela começou a chorar - Engole o choro!

- Eu não sei, conheci ele no barzinho perto da minha faculdade. - falou chorando e respirei fundo, o cara deveria estar mapeando tudo antes de agir - Eu quero pedir proteção Rodrigo, pra mim e pra minha família.

- Não é assim que funciona. - falei e ela passou a mão no rosto desesperada.

- Eu não tenho culpa do que ele fez pra você e a sua mãe! - falou meio alto - Até um tempo atrás eu pensava soem ter o Hiago como irmão!

- Baixa a bola! - pedi e ela começou a se balançar - Vou ser sincero, isso tudo está muito estranho.

- Me ajuda, por favor. - pediu e coloquei as mãos na cabeça olhando pra ela - Eu fui a única com coragem de vir aqui.

- Eu tô na paz com todo mundo, começaram a vir pra cima logo depois que jogaram teu pai aqui. - falei e ela chorou mais ainda - Ninguém sabia que eu tinha pai, pra todo mundo meu pai era o meu avô e é o meu padrasto.

- Você está querendo dizer que eu estou armando tudo isso? - perguntei incrédula.

- Você não, mas outra pessoa sim. - falei na lata - Vou ver o que posso fazer pra te ajudar, não garanto nada sobre o teu pai.

- Obrigada. - pediu tentando pegar minha mão e neguei.

   Sentei com a minha mãe e conversei sobre o que rolou, queria a opinião dela antes de fazer qualquer coisa, ela falou que eu poderia dar proteção aos garotos, mas não aos pais, porque realmente só os íntimos sabiam do meu pai.

- Acha que ele pode estar envolvido? - perguntei e ela suspirou.

- Eu não sei filho, ele sempre foi muito ambicioso. - falou e apoiei as costas na cadeira - Só ele sabia onde te encontrar, se o que essa menina falou eu verdade, talvez tenha dedo dele nisso.

- Então eu vou dar proteção pra ela e pro irmão. - falei fazendo ela me olhar - Vou dar corda, se eu ver que eles podem estar metidos nessa também, vai virar peneira.

- Rodrigo, não deixa a raiva que você tem dele, guiar os seus julgamentos pelos filhos. - falou segurando a minha mão - Eles são seus irmãos, independente do que tenha acontecido no passado, nem você e nem eles tem culpa.

- Se for pra eu falar sobre irmãos, Tunin e o Marco que são os meus. - falei levantando e deu um beijo na testa dela - Se cuida aí mãe, fala pro Roberto que mandei um abraço.

Minha CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora