Minha Calma

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Rd Pov

   Foram dois meses longe do meu lugar, da minha família, das minhas garotas. Todo dia o HL me atualizava sobre como estava as coisas lá, cada passo da polícia, dos alemão, do meu "irmão" e das meninas.

   Ficamos entocados num sítio no interior de minas, o pessoal do Coca e a polícia ainda estavam rondando o morro, esperando qualquer oportunidade para atacar, íamos atacar de surpresa e esses meses longe foi o que mais rendeu plano.

   Acordei sentindo me abraçarem e abracei de volta sentindo duas mãos pequenas no meu rosto e beijo no meu pescoço, virei na cama deitando ela e comecei a fazer cócegas na barriga dela ouvindo sua risada.

- Ala papai. - falou tentando segurar a minha mão e sentei na cama vendo ela toda largada - Audade.

- Papai também. - falei abraçando ela de novo e a Liz entrou no quarto.

- Estão todos acordados, já. - falou vindo pra perto e beijou nós dois - Vamos tomar café?

- Bora. - falei levantando e pegando a Lara no colo.

   Peguei meu celular e rádio colocando nos bolsos e fui na direção da cozinha junto com a Liz, mas parei um pouco antes de chegar na porta ouvindo minha mãe reclamar de alguma coisa.

- Não vou falar de novo, Renan. - falou e coloquei a cabeça na porta - Está me ouvindo?

- Eu expliquei pra senhora o que aconteceu. - ouvi a voz do menor do Roberto e entrei na cozinha de uma vez.

- Relaxa que agora é comigo a conversa, mãe. - falei chamando atenção dos três e minha mãe estava com os olhos arregalados - Comigo o papo é um só.

- Meu filho! - falou alto vindo me abraçar fazendo a Lara rir - Quando que você voltou?

- De madrugada, fui lá pro quarto. - falei e a Liz sentou pegando um pão - Única parada que importa é que eu voltei.

- Como você está? - ela perguntou passando a mão em mim - Alguma cicatriz, se machucou muito?

- Eu tô bem mãe. - beijei a cabeça dela.

- Eu fiquei tão preocupada Rodrigo! - apontou o dedo na minha cara - E o HL não falava nada.

- Fez o que eu mandei. - falei e o Roberto se aproximou.

   Minha mãe me abraçou mais um pouco e se afastou, Roberto estava me olhando igual meu avô olhava quando eu chegava todo quebrado do futebol ou de alguma briga na escola, bati no ombro dele rindo e me puxou pra um abraço forte.

- Tu nunca mais faz isso Rodrigo. - falou no meu ouvido - Deixar eu ou a tua mãe sem notícias suas.

- Eu to bem, pai. - falei sentindo ele me apertar mais - Não foi dessa vez que eles conseguiram o que queriam.

- E nem vão conseguir. - ouvi a voz da Liz - Deus deve estar de saco cheio de tanto que eu oro por você.

- Somos duas, filha. - minha mãe falou fazendo ela rir.

   Sentei do lado da Liz pegando a garrafa do café e a minha mãe já foi fazendo aquele pão na chapa que eu me amarro, ouvi baterem na porta e o Roberto foi atender, só consegui ouvir os berros.

- Viemos tomar café. - ouvi a voz do Marco que estava abraçado na Lorena que veio me abraçar assim que me viu - Nunca fui trocado tão rápido.

- Cala a boca Marco, eu passei a noite toda contigo. - falou beijando minha bochecha - Estava com tanta saudade de você.

- Deu nem tempo de sentir tua falta. - falei recebendo um tapa - Tua cópia masculina estava do meu lado.

- Bom ver que estão bem. - a mina do Tunin esticou a mão pra mim e fiz toque com ela - Foi difícil não ter notícias de vocês.

- Já passou, isso que importa. - minha mãe falou animada fazendo pão pra todo mundo.

   HL apareceu e quando vi estava todo mundo espalhado pela cozinha tomando café, peguei o menor me olhando de rabo de olho, falou pouco e peguei os garotos olhando pra ele também, Lara não queria sair do meu colo pra nada, carrapato o nome.

- O papai precisa trabalhar. - falei e ela negou cruzando os braços - Que isso?

- Num vai. - falou me olhando - Eu tava audade.

- Papai também. - falei e ela abraçou meu pescoço - Mas papai precisa trabalhar, fica com a sua mãe.

- Não. - falou esticando os braços pro HL que riu.

- Teu pai chegou cara, pode desgrudar já. - falou pegando ela que já foi deitando a cabeça nele - Tio vai colocar Moana e tu vai ficar quietinha.

- Perdi o posto de padrinho? - Marco perguntou indignado.

- De vocês que ela conhece só ele estava por perto. - Liz falou se levantando - Se foi difícil pra nós adultos, imagina pra ela.

- Isso não vai mais acontecer, te prometo. - falei olhando pra ela que concordou.

- Espero, mas sei que essa foi a vida que escolheu. - falou sem graça - Infelizmente eu apareci depois.

   Chegou a bater um silêncio que o Marco estragou logo falando que estava com ciúmes da Lara, Liz subiu com a amiga e me despedi da minha mãe e do Roberto que olhou logo pro menor, bati no ombro do mesmo e apontei pra porta com a cabeça.

- Bora lá resolver as pendências. - falei pra ele que levantou olhando pro chão.

   Fomos em direção a boca e fiquei até surpreso com a reação das pessoas, até quem não falava comigo veio falar, todo mundo comemorando a minha volta, fazendo a festa, entrei na boca sendo seguido pelos de fé e apontei pra cadeira.

- HL, pode começar. - falei e o HL me olhou.

- Durante esse tempo ele ficou tranquilo, nada suspeito. - falou e o garoto me olhou.

- Se eu soubesse o que eles queriam teria te avisado Rd. - falou firme - Quando eu descobri que tu era meu irmão, me afastei de geral.

- Como tu pode provar isso? - perguntei cruzando os braços e ele continuava com o olhar fixo em mim - Não pode né?

- Meu celular, eu tenho tudo lá ainda. - falou e olhei pro HL que foi no cofre pegar o celular me entregando - Tá tudo aí, tu vai ver que eu não sabia de nada.

   Tentei desbloquear e não ligou, coloquei pra carregar e assim que ascendeu a tela dei na mão do HL que só faltou desmontar o celular, me olhou concordando e me entregou numa conversa aberta.

"Como a garota é? passa a visão de tudo que vamos agir hoje"

- Quem te mandou essa mensagem? - perguntei mostrando pra ele já que não tinha mais foto, nome, porra nenhuma - Anda caralho, abre a porra da boca, quem é a garota?

- Era a Liz. - falou e virei o soco na cara dele, antes de dar outro me seguraram - Eu não sabia que ela era tua mulher, só soube depois, juro!

- Tu tá fudido! - falei apontando pra ele - Madeirada sem leme!