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Mandei mensagem pra pizzaria que eu sempre peço pedindo duas gigantes, pela cara do Marco ele não curtiu e o Tunin estava fazendo cena. Elas falavam umas coisas tentando encaixar nós três no assunto, mas fiquei só olhando.

- Eu tinha uma. - ela falou me olhando e olhei de volta - A correntinha.

- Você gosta? - perguntei e ela concordou.

- Mas a minha mãe reclama, faz ela lembrar daqui. - respondeu e balancei a cabeça - Por que você é sempre quieto assim?

- Por que? - dei um gole no vinho fazendo ela me olhar sorrindo.

- Parece que está sempre desconfiado. - falou e olhei pro lado vendo o Tunin no maior papo com a outra e o Marco no celular - Sua mãe falou que é assim desde pequeno.

- Veio de fábrica. - falei e gritaram o Tunin do portão - É as pizzas, paga lá.

- Me dá o dinheiro. - falou esticando a mão e dei o dinheiro batendo na mão dele - Viado.

- Corno. - devolvi vendo ele ir atender.

- Vocês não gostaram, né? - a amiga dela perguntou toda sem graça.

- Tá gostosão, nós que não somos acostumados. - Marco falou guardando o celular - Pizza é a sobremesa.

- Veio duas média doce. - Tunin falou entrando com as caixas e quando sentou bateu nas minhas costas, senti algo e coloquei a mão pra trás - Vocês gostam de pizza, né?

   Eles começaram a dividir ali e coloquei no bolso o papel que ele tinha me dado, terminamos de comer os peixe cru delas e partimos pra pizza.

- Você não gosta de interagir? - ouvi sua voz e olhei pra ela apoiando meus braços nos joelhos - Fica só observando as coisas.

- Então tu tem ficado de olho em mim? - perguntei e ela riu sem graça - Tá de boa, não tem amigo por aqui, né?

- Faz tanto tempo que não vinha pra cá. - falou soltando o ar - Só tenho a Mari mesmo.

- Ela parece ser fechamento. - olhei pra ela que riu de algo que o Tunin falou - É de pessoa assim que tu precisa ter do lado.

- Eu nunca te vejo na rua. - falou ficando na mesma posição que eu, mas com a cabeça apoiada no joelho - É igual morcego, durante o dia dorme e de noite vive?

- Você faz faculdade? - perguntei e ela negou - Pois deveria, jornalismo é a sua cara.

- Meu pai sempre falou isso. - falou sorrindo - Mas eu sempre fui apaixonada por moda, então segui meu coração.

- E trabalha com o que gosta? - perguntei e ela mudou de posição respirando fundo - Vai dar tudo certo, tu é nova ainda.

- Se você soubesse das coisas. - falou rindo e se levantou - Mari, me ajuda a arrumar as coisas?

   Até o Marco tirou a atenção do celular e olhou pra ela antes de olhar pra mim, a menina se levantou indo ajudar ela e o Tunin mexeu o ombro e neguei, levantei e quando vi a menina voltando pra pegar alguma coisa, pedi pra ela ficar por aqui.

- Se eu falei algo que você não gostou, peço desculpas. - falei colocando as coisas na pia.

- Eu que peço desculpas. - se virou na hora que fui pegar um copo e fiquei olhando pros seus olhos.

   É o mesmo olhar de todos os meus sonhos, ela se apoiou na pia me fazendo chegar um pouco mais perto e continuei olhando, agora eu olhava pro rosto, para cada detalhe e porra!

- Se soubesse o poder que tem sobre mim. - falei e ela puxou o ar.

- Você também sentiu algo? - perguntou e olhei pra sua boca vendo-a passar a língua por ali - Diz que eu não fui a única, por favor.

- Eu te vejo qualquer dia, pode ser? - perguntei e ela concordou - Venho te buscar a hora que quiser.

- Tudo bem. - falou se ajeitando quando me afastei.

- Boa noite, Liz. - falei e ela acenou.

- Boa noite, Rodrigo. - falou.

Minha CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora