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Rd Pov

   Peguei meu celular entrando na conversa com a Liz e ela ainda não tinha visualizado, tem uns dez dias que ela ouviu meu áudio, mandei mais mensagem e nada, nem aparece mais o online pra mim.

   Coloquei o celular no bolso olhando o movimento do baile, Marco hoje estava tranquilo, nem beber direito estava, Tunin estava do mesmo jeito, o clima estava muito estranho essa semana.

- Canto esquerdo. - Marco falou do meu lado e olhei.

   Olhei bem pra cara da menina conversando com um garoto que balançava a cabeça e olhei pro Fael acenando com a cabeça, fiquei de olho em tudo, quando o menino se afastou vi o Fael indo atrás dele e bem na saída pegou ele pelo pescoço.

- Atividade, todo mundo. - falei pra quem estava ali perto - Quero ninguém dormindo.

   Acordei sentindo minha cabeça doer e fui direto pro banho, tomei o remédio e peguei meu celular pra ver se tinha mensagem da mandada, mas não tinha nada.

   Fiz meu café, coloquei o pão na chapa e comi, o rádio apitou e peguei ouvindo o Tunin dando ordem pra guardarem o carregamento que chegou, guardei o rádio também e voltei pro quarto colocando o colete por baixo da blusa.

   Coloquei a minha na cintura e peguei a chave da moto, abri o portão e sai com cuidado pra não bater e acabar fudendo minha moto, fechei e guiei pra casa da minha mãe vendo ela e o Roberto descarregando um carro.

- Assaltaram o mercado, foi? - perguntei descendo da moto e fui ajudar.

- Começa logo cedo não. - minha mãe pediu me fazendo rir.

- Ajuda aqui. - Roberto pediu.

   Ajudei eles a por tudo pra dentro e depois ajudei minha mãe a arrumar tudo, peguei por duas vezes a minha mãe olhando pra mim e sentei na mesa comendo o pacote de pão de mel que ela me deu, Roberto fez café e ficamos ali conversando.

- Porque está de colete? - minha mãe perguntou e olhei pra ela - Eu sei quando você não está bem.

- Estou sentindo um clima estranho. - fui sincero e o Roberto sentou do lado dela - Melhor previnir do que remediar.

- Porque tu não dá um tempo em casa e deixa as coisas nas mãos dos garotos? - Roberto perguntou - Eles são de confiança, sabe que vão te apoiar.

- Estou esperando resposta do chefe. - falei e minha mãe passou a mão no rosto - Já passei tudo pra ele, falou que vai analisar.

- Eu fico com tanto medo em dias assim. - minha mãe falou me fazendo olhar pra ela - Se cuida meu filho, por favor.

- Tô me cuidando mãe. - falei.

   Sentei do lado do Tunin ouvindo ele falando sobre as confusões que tinha rolado no pagode e comecei a rir com ele e o Marco imitando as meninas. Dei um gole na minha bebida e reconheci o carro da mandada subindo, peguei meu celular na hora.

   Vi que ela tinha visualizado todas as mensagens que mandei um tempinho atrás e que estava online, pensei até em mandar, mas não fiz. Marolei mais um pouco com os crias e fui pra casa, guardei tudo meu e tirei a blusa pra tirar o colete.

   Deitei na cama vendo algumas redes sociais e entrei na mensagem dela de novo vendo o digitando, fiquei esperando e nada, quando sai ela me mandou um áudio, esperei um pouco pra poder ver.

- Eu trouxe um presente pra você, não queria deixar com a sua mãe, podemos nos encontrar? - ela falava um pouco triste - Meu pai foi pro pagode com a Paola, se quiser vir aqui nele, ou eu vou aí.

- Passo aí pra te buscar, pode ser? - mandei e ela respondeu com um "sim".

   Coloquei a blusa de novo e sai de casa montando na moto, avisei que eu ia pra outra casa e falei pra ficarem espalhados como sempre faço quando ela vem pra cá, ainda não falei sobre esse lado da minha vida e ela também não perguntou.

   Parei em frente a casa do pai dela e fiquei de olho na rua, estava deserta e metade estava escura. Ouvi barulho no portão e quando olhei vi ela trancando enquanto segurava uma bolsa grande.

   Ela estava toda de branco, com uma calça jeans e uma blusa de manga comprida, o cabelo estava do mesmo jeito, se virou me olhando toda boba e entreguei o capacete quando ela se aproximou.

   Guiei pra minha outra casa e ela como sempre ela só tirou o capacete quando entramos, falei sobre não querer que ela fique falada aqui por isso e ela achou bom, já que não gosta de ninguém fazendo fofoca com o nome dela.

- Então, espero que você goste. - me entregou a bolsa e se sentou no sofá - Fui fazer uma campanha em Milão, quando voltei fui pra São Paulo.

- Ficou sem celular esse tempo? - perguntei e ela negou - Te mandei um monte de mensagens, nem me deu atenção.

- Em Milão eu não tive muito tempo pra ficar no celular, em São Paulo foi pouca coisa. - falou e sentei do lado dela - Eu só respondia coisa de trabalho e postava o que eu já tinha me comprometido.

- Tá tranquilo. - falei.

   Abri a bolsa vendo um kit da Nike, da Adidas, vi uma caixa preta e peguei já abrindo, vi que era uma corrente prata com um pingente da letra A com uns brilhantes.

   Olhei pra ela sem acreditar e deixei tudo de lado me jogando em cima dela, passei meus braços embaixo do seu corpo abraçando a cintura dela e apertei deitando minha cabeça no seu peito fazendo ela me abraçar também passando a mão na minha cabeça.

- Valeu aí por ter lembrado de mim. - falei e ela deu um beijo na minha cabeça - Essa semana ainda vou correr atrás de um pra você.

- Se preocupa não. - falou e levantei o rosto olhando pra ela - Eu achei a sua cara quando vi.

   Fiquei um tempo olhando lá ela e pensei muito se valeria a pena fazer o que eu realmente queria, pensei nas consequências que viriam e a vi fechar os olhos sorrindo.

   Deixei uma mão na cintura dela ainda abraçando seu corpo e a outra passei pelo pescoço, segurei sua nuca com cuidado e puxei pra um beijo.

Minha CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora