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Liz Pov

   Estava sentada no canto conversando com a Marina, mas de olho em tudo. Vim passar uns dias no Rio e o meu pai falou que faria uma festa só para os íntimos, a mulher dele estava toda toda, essa mulher não me desce de jeito nenhum.

- Como a sua mãe está? - Marina perguntou e olhei pra ela sorrindo.

- Bem, está em Paris com o meu padrasto. - falei e ela fez careta me fazendo rir - Me chamaram, mas como eu precisava resolver coisas aqui no Rio.

- Essa vida de celebridade é cansativa demais. - falou me zoando - Perrengue chique o nome, né?

- Para com isso. - apontei pra ela rindo.

   Eu tinha oito anos quando os meus pais se separaram, minha mãe se casou de novo e ia se mudar pra Espanha, meu pai achou melhor eu ir junto pra ter oportunidades, hoje sou modelo de uma das agências mais concorridas de lá.

   Nunca vou esquecer que ele abriu mão de cuidar de mim pra eu ter uma chance, sempre tento retribuir metade do que ele fez por mim, ajudei a comprar essa casa onde ele mora, dei de presente a moto que ele queria, tudo que ele aceita, eu faço!

   Meu amor por ele é maior do que tudo, tenho muito orgulho do meu Rei! Me orgulho muito também da minha mãe, nunca me deixou de lado, me incluía em tudo que fazia, quando nos mudamos, ela foi o meu porto seguro em relação a tudo, até eu me adaptar foi foda.

- Filha, vem aqui. - ouvi a voz do meu pai e me levantei.

   Ajeitei o vestido puxando um pouco para baixo e joguei o cabelo pra trás me aproximando de onde ele estava junto com três pessoas, olhei pra mulher que me olhava admirada e depois reconheci o Roberto.

- Onde está aquela pirralha que me fazia gastar todo o meu dinheiro? - ele perguntou surpreso e o abracei - Você está uma moça linda Liz, como está a sua mãe?

- Está bem Roberto, viajando com o marido. - respondi e olhei pra mulher - Deve ser a Carla, eu lembro que ele não parava de falar sobre você.

- Você nem era nascida menina. - Roberto falou e dei de ombros.

- Mas eu lembro que quando você ia lá em casa falava direto da "minha Carla". - falei cruzando as braços e ele riu olhando sem graça para a mulher que sorria - Ele sempre falava da senhora, falava que ia me levar para te conhecer, mas aí eu fui embora.

- Então você falava de mim? - ela perguntou e ele olhou pra ela.

- Sempre falou Carla. - meu pai falou e olhei pro cara atrás deles que estava concentrado no celular.

- Esse aqui é o Rodrigo, meu filho. - ela falou dando um belisco nele que reclamou.

- Porra mãe, qual a necessidade? - perguntou e então me olhou, sorri acenando pra ele que arqueou a sombrancelha me olhando sem reação - Rodrigo.

- Liz. - falei vendo a mão dele esticada e apertei sentindo meu corpo se arrepiar - Eu sou filha do Gabriel.

   Ele olhou pro meu pai fazendo careta e voltei pra perto da Marina que ria de algo pro celular. A festa correu tudo bem ou não, minha madrasta toda hora tentava dar um showzinho e meu pai ignorava, peguei a última revista que posei pra capa e entreguei nas mãos dele.

- Essa foi a última capa que posei. - falei abraçando o pescoço dele já que estava sentado - Trouxe um exemplar pro senhor.

- Olha Carla, como minha filha é linda. - falou dando a revista na mão dela que continuava com aquele olhar admirada.

   Já passava das cinco, hoje a reunião tinha começado atrasada por que o fotógrafo se atrasou, marcamos os dias, horários e as locações, eu já tinha fechado um contrato com essa agência por meio da minha empresária que no caso é minha mãe.

- Então Liz, semana que vem terá um evento em Trancoso, você poderá ir? - uma das sócias da agência perguntou e concordei.

- Claro, só precisamos fechar os acordos. - falei me levantando e cumprimentei todo mundo - Vou pedir para a minha empresária entrar em contato, tá bom?

- Claro, até amanhã então. - falou e acenei.

   Fui até a garagem do edifício e entrei no meu carro, coloquei minha bolsa no banco do lado, peguei meu celular ligando pra minha mãe e conectei no Bluetooth do carro dando partida. Falei sobre a proposta de um evento em Trancoso, ela falou que já estava analisando e também falou que já estava com saudades.

- Como foi a festa? - perguntou baixo - Seu pai ainda está com aquela mulherzinha?

- Sim dona Diana. - respondi parando no sinal - Se lembra do Roberto?

- Claro, ele era pra ser seu padrinho. - falou e concordei - O que tem ele, estava lá?

- A mulher dele é tão legal mãe, conheci o filho dela também, lembra que ele sempre falava dele? - perguntei e ela riu - Eu não sei o que falar dele, acho que não gostou de mim pela cara que fez.

- Ele só não te conheceu ainda. - falou e ouvi a voz do meu padrasto de longe - Não faço ideia de onde esteja meu amor.

- Vou desligar mãe, depois me passa tudo direitinho sobre a viagem. - pedi antes de encerrar a ligação.

   Fui no shopping, dei mais algumas voltas e então voltei pra casa, fiz tudo o que o meu pai sempre me alerta quando estou perto de chegar do morro, parei em frente ao portão da dona Carla e apertei o botão do controle que ela deixou comigo.

   Enquanto o portão ia abrindo eu peguei meu celular vendo algumas mensagens e a que me chamou atenção foi a da minha mãe confirmando minha presença no evento em Trancoso.

   Olhei pra frente vendo o filho da dona Carla de braços cruzados me olhando, acenei pra ele entrando com o carro na garagem e apertei o botão fechando o portão, peguei minhas coisas saindo do carro e tranquei o mesmo.

- Oi, boa tarde. - falei e ele balançou a cabeça - Sua mãe deixou eu por o carro aqui.

- Tudo bem. - falou entrando na casa e sai dali.

   A casa dela pra do meu pai era uns cinco minutos andando, ajeitei meu vestido de novo e quando cheguei perto vi a minha madrasta sentada no portão bebendo com umas garotas, digamos que ela se ache novinha.

   Passei direto sem falar nada e entrei vendo o meu pai sentado no sofá vendo jogo, dei um beijo nele e fui no meu quarto, deixei minhas coisas em cima da cama e fui tomar banho.

Minha CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora