Minha Calma

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Liz Pov

   Me sentei já cansada de ficar cumprimentando todo mundo e olhei pra minha mãe que conversava animada com a amiga dela, meu padrasto estava igual a mim, mas ele tinha que manter a postura porque era o casamento da irmã dele.

- Então Liz, como está seus trabalhos? - Giullia perguntou e sorri.

- Não tenho do que reclamar. - falei e minha mãe me olhou negando, ainda não está de bem comigo depois que eu falei que queria cuidar da minha própria carreira - Muitas marcas se interessaram pela agência da qual faço parte, nossos modelos estão sendo cotados e tudo caminhando certo.

- E o seu namorado? - perguntou fazendo todos que estavam na mesa me olhar, principalmente seu filho e a minha mãe - Não consigo entender esses namoros de hoje em dia, você aqui e ele lá, fazendo sabe-se lá o que.

- Ele está bem, trabalhando bastante. - falei e ela sorriu - Minha sogra soube educar muito bem o filho, para ele não ser um mimadinho de merda e tratar as mulheres como se não fossem nada, agora com licença.

   Sai de lá ouvindo minha mãe pedindo mil perdões a amiga e aos outros, olhei pra trás vendo que meu padrasto estava rindo e fui até a irmã dele abraçando-a.

   Falei o quanto ela estava linda, o quanto tudo estava bom e gostoso. Falou que a minha presença aqui foi crucial porque sempre me considerou como sobrinha e que sentia minha falta já que cada uma seguiu seu caminho.

   Cheguei no meu apartamento e já fui direto tirar a maquiagem e tomar um bom banho de banheira. Li um pouco enquanto relaxava e peguei meu celular vendo as mensagens do meu pai dizendo que a Carla ia fazer a ceia de natal e me chamou.

- Avisa que vou sim, pai. - falei no áudio e vi os status de algumas pessoas.

   Abracei a dona Carla lhe entregando o presente que comprei e olhei em volta vendo se achava o Rodrigo. Entreguei o presente do Roberto e o abracei também, olhei para a árvore no canto e vi alguns presentes ali.

   Ela colocou todos os presentes ali e me sentei do lado do meu pai que estava de mãos dadas com a Paola, olhei pra dona Carla que colocou a língua pra fora fingindo vômito e fiz o mesmo ouvindo a risada do Roberto que recebeu um tapa dela.

- Vocês duas são umas comédias como diz o Rodrigo. - falou passando a mão no braço.

- Não começa você com esse linguajar não. - ela apontou e ouvi barulho vindo da porta.

- Marco, se comporta, por favor. - ouvi a voz de uma menina.

- Eu sou mais da casa que tu, tá achando o que? - reconheci a voz dele - Fala pra ela que a sua mãe me ama, irmão.

- Minha mãe vai afogar vocês na piscina. - falou aparecendo na sala - Cheguei pra animar, cadê a caixa de som, mãe?

- No mesmo lugar de sempre. - falou e ele se virou na minha direção me olhando surpreso.

   Ficou me olhando um tempinho e sorriu vindo buscar a caixa que estava do meu lado, falou com o meu pai, com a Paola e quando chegou em mim me deu dois beijos na bochecha e um abraço.

- Tive que trazer essa peste aí. - apontou pra menina que ficou toda envergonhada - Seu Gabriel, não sei se ainda conhece, mas essa aqui é a minha irmã Lorena.

- Muito prazer. - falou apertando a mão dela que sorriu.

- Essa aqui é a Liz, filha do seu Gabriel. - ele me apresentou e cumprimentamos.

- É um prazer. - falei trocando dois beijinhos com ela que me apertou.

- Eu que diga, você arrasou no desfile da Armani. - falou e ri do entusiasmo - Seu catwalk é perfeito, depois me ensina.

- Claro. - falei.

   Falei com o Marco e com o Tunin abraçando os dois, meu pai sabia do envolvimento do Tunin com a Mari, então sabe que temos uma certa amizade. Me sentei de novo e o Roberto me entregou um copo com suco, não estava podendo beber.

   Por duas vezes peguei a dona Carla olhando pra mim e pro Rodrigo, olhei para ele que conversava no canto com o Tunin e reparei que o Marco estava agarrado na Lorena que vez ou outra batia no braço dele.

- Não sabia que ia vir. - Rodrigo falou baixo sentando do meu lado - Por que tu não me avisou?

- Ia fazer uma surpresa. - falei sorrindo - Estava com saudades.

- Eu também, vai pra onde daqui? - perguntou e dei de ombros.

- Está tendo uma festa da agência. - falei e ele balançou a cabeça dando um gole na bebida dele - Mas acho que vou pra casa mesmo.

- Eu te levo então. - falou me fazendo sorrir.

   Voltou pra perto dos amigos e entrei na conversa do meu pai com o Roberto, dona Carla sentou do meu lado pegando a minha mão e fazendo carinho, apoiei minha cabeça em seu ombro e ela beijou minha cabeça.

- Você é a menina que eu sempre quis. - falou pra mim - E a mulher que eu sempre desejei para o meu filho, que Deus abençoe vocês.

   Fiz carinho na mão dela também e a abracei, peguei o Rodrigo nos olhando sem reação e sorri, logo deu meia noite e todo mundo se abraçou desejando feliz natal, passado isso eu já fui logo montando o meu prato de acordo com a dieta.

- Se continuar comendo assim vai virar um esqueleto. - ouvi a voz da Paola e olhei pra ela séria - Tá mais magra de quando chegou, assim nenhum homem vai te querer.

- Se continuar comendo assim vai roubar o lugar da baleia. - falei vendo ela ficar vermelha - O único homem que me interessa gosta de mim do jeito que eu sou, meu corpo é só um adicional.

- Meu Deus, a modelo deu na cara dela sem bater. - Marco falou colocando a mão na boca.

- Aí Marco. - Lorena falou batendo na própria testa.

- Me perdoa dona Carla. - falei e ela ria.

- Está tudo bem, Natal aqui em casa sem confusão não é natal. - falou e o Rodrigo olhou pra ela - Lembra quando você pulou o muro da vizinha pra brigar com o filho dela?

- Ele pegou minha moto sem avisar, apanhou pouco até. - ele falou fazendo os meninos rirem.

- A mulher ficou com tanto ódio que saiu até do morro. - Tunin riu com a mão na barriga.

- Tunin, você não tem família? - Paola perguntou e ele parou de rir olhando pra cara dela puto - Você sempre passar aqui com eles.

- Sou filho de chocadeira não, de sangue minha única família são uma irmã e sobrinha. - falou e olhei pra ele reconhecendo o olhar de raiva - Agora de vida, é essa família aqui, tia Carla e o Roberto me acolheram quando eu precisei, Rodrigo e o Marco me apoiaram em tudo.

- Paola, você conseguiu acabar com o clima natalino. - meu pai falou e ela cruzou os braços.

- Vocês se acham muito. - falou emburrada e ri.

- Tunin, você puxou esses olhos de quem? - perguntei e ele me olhou rindo.

- Da minha mãe, minha irmã tem o mesmo olhar. - falou e neguei rindo - Ela fica feia, né?

- Só quando está muito irritada. - falei e ele riu, olhei pro meu pai que me olhava querendo contar algo e apoiei a cabeça em seu ombro.

   Jantamos na maior descontração, meu pai me levou pra piscina e me explicou por alto que o Tunin é irmão caçula da minha mãe, mas eles não tem contato e ele só soube quando o próprio Tunin conversou com ele.

   Eu tenho um tio que é apenas um pouco mais velho que eu, isso é surreal! Todo mundo foi começando a ir embora e avisei que iria pro apartamento, parei o carro no ponto e alguns minutos o Rodrigo entrou me dando um beijo.