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   Fiz a minha oração e apontei pro HL falando pra ele passar na frente, criamos a maior operação pra pegar esses filhos da puta. Estávamos na rua do Gilberto, o primeiro vai ser ele!

   A casa estava o maior silêncio, entramos sem fazer um barulho e fomos indo de cômodo em cômodo, Hiago estava no quarto dele, os pais no outro, cheguei bem perto do comédia e dei um tapa em cheio na cara dele fazendo sinal de silêncio.

- Levanta dessa porra! - falei apontando a arma pra ele que me olhou assustado igual a mulher - Anda caralho, queria conhecer o filho, agora ele tá aqui!

- Rodrigo, eu tenho certeza que sua mãe não te criou pra ser isso. - falou e dei com o cabo na cara dele.

- Não faz isso, por favor! - a mulher caiu do lado dele.

- Cadê o filho prodígio? - perguntei e o Marco apareceu com ele, que tinha a cara machucada - Já começou a festa?

- Isso não é nada comparado com o que quero fazer. - falou com ódio.

- Santos, atividade. - falei no rádio ouvindo ele falar um "na ativa".

   Marco chutou a cara do Hiago fazendo ele cair perto dos pais e o Tunin parou na porta junto com o HL, olhei pros três abraçados e neguei, me apoiei no móvel que tinha ali e cruzei meus braços.

- Quando foi a primeira vez que tu me viu? - perguntei olhando pra cara dele.

- No hospital. - respondeu olhando pro chão e o Marco chutou as pernas dele.

- Seja homem nessa porra e bate de frente com o mano! - falou segurando ele pelo cabelo fazendo o mesmo me olhar - Tu não foi o fodão pra abandonar a tia grávida, teu passado veio fazer a cobrança agora, vacilão!

- Não vou repetir a pergunta. - falei e ele me olhava sem expressão alguma.

- Você tinha uns oito anos, estava saindo da escola. - falou me olhando nos olhos - Eu vi que estava bem, feliz, então fui embora de novo.

- E a última vez antes de tu aparecer? - perguntei e ele fechou os olhos, Marco balançou a cabeça dele com força fazendo ele me olhar de novo - Quando foi a última vez?

- No dia que o Gigante passou o comando do morro pra você. - falou e olhei pro Tunin - No baile de despedida dele.

- Por que de uma hora pra outra tu quis ser pai? - perguntei e ele tentou olhar pra baixo, coisa que o Marco não deixou - Eu tenho a noite toda.

- Quando o Coca apareceu e começou a falar de você eu caí no papo dele. - respondeu - Eu pensei que fosse me aceitar, mas você não deixou eu entrar na sua vida.

- Você entraria na minha vida, passaria informações de tudo o que eu faço, e então ajudaria ele a pegar o meu lugar. - falei saindo de perto do móvel rindo - Esperto você, meu avô sempre esteve certo, tu sempre foi covarde, sempre agiu pelas costas.

- Você não sabe o que está falando! - falou alto e apontei a arma pra cabeça dele.

- O que tu ia ganhar em troca, o que ele te ofereceu? - perguntei e ele ficou quieto me olhando.

- Se tu acha que o Coca não sabe de nada está enganado. - a mulher falou me olhando com nojo - Cadê sua mãe agora ou a sua namoradinha?

   Antes de eu ter qualquer reação o HL deu um tiro no ombro dela fazendo-a gritar desesperada segurando o ombro, começou a nos xingar e quando ele foi pra dar outro tiro Tunin segurou ele.

- A hora de vocês chegou. - falei.

   Marco soltou o Gilberto e já foi pegando o Hiago pela cabeça e deu só um soco fazendo ele cair de novo, começou a chutar e bater nele com a arma, a mulher agora gritava mais ainda, não sabia se era pelo tiro ou por causa do filho.

   Peguei ela enrolando o cabelo na minha mão e cortei de uma vez com o canivete, quando terminei de cortar joguei o cabelo no chão e tudo o que a Lorena me contou que essa mulher fazia com ela na infância, fiz em dobro agora.

   Enfiei o canivete na coxa dela e puxei um pouco rasgando o lugar e vi o sangue escorrendo, puxei de uma vez ouvindo ela implorar pra eu não fazer mais nada e olhei pro Gilberto que estava imobilizado pelo HL.

- Tu vai escolher qual deles vai primeiro. - apontei pra ele que começou a negar enquanto olhava para os dois com pena - O filhinho ou a mulher?

- Me mata, mas deixa eles. - falou me olhando - Fui eu quem abandonou a tua mãe!

- Não estou aqui por isso, tu sabe muito bem as coisas que fez pra estar sofrendo essa consequência. - falei e ele olhou pra eles de novo negando e começou a chorar - Se tu não escolher, eu escolho.

- Eu não posso, eles são a minha família. - falou chorando e olhei para a mulher de um lado chorando e depois pro Hiago que o Marco colocou sentado - Deixa eles em paz, por favor.

- Te dei a opção de escolha. - dei de ombros e atirei na cabeça da mulher que caiu pro lado, o cara chorou mais ainda e o Hiago me olhava com ódio - Calma que tu é o próximo, mas vou deixar meu irmão aproveitar mais um pouco.

- Por que você tá fazendo isso? - Gilberto perguntou - Por que?

- Porque se eu cair, cada um que tentou fazer isso vai cair primeiro. - falei me abaixando perto dele - Tu ia ser o primeiro, tem sorte do Tunin ter dado essa ideia aqui.

- Rd. - ouvi a voz do Marco e continuei olhando pro Gilberto.

- Finaliza. - falei e o Gilberto gritou quando o Marco atirou, olhei pra trás vendo que descarregou o pente no peito do Hiago - Onde o Coca tá?

- Meu menino. - falou apontando pro Hiago - Vocês mataram ele.

- Chegou a tua vez Gilberto. - falei batendo com o cabo no nariz dele.

   Quando ele tentou se defender, já fui dando soco na cara dele, não parei nem quando vi minhas mãos cheias de sangue, levantei chutando a ele e o Marco me puxou pra longe dele, destravei a arma e descarreguei o pente todo nele.

- Bora, Marco tu pega o que restou das coisas da Lorena, Tunin pega algumas fotos, ela não merecia eles, mas era a única família que tinha. - falei e eles saíram pros quartos - HL, destrói tudo, não quero que fique nada em pé nessa porra.

   Sai tacando tudo no chão, num quartinho que tinha lá eu achei uma marreta e sai quebrando tudo, não vai sobrar nada aqui pra contar história, abri todas as bocas do fogão e peguei a gasolina que trouxemos jogando por toda a casa.

- Toma. - Marco me deu um isqueiro.

   Esperei eles saírem e joguei o isqueiro no chão onde estava com a gasolina, sai encontrando eles perto do carro e entrei, Santos ficou na esquina que era no final da rua e ficamos vendo a casa pegar fogo de longe.

Minha CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora