CAPÍTULO 6 - A procura da nossa turma: A sensação da integração como uma bênção

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O patinho feio: a descoberta daquilo a que pertencemos

Às vezes a vida dá errado para a Mulher Selvagem desde o início. Muitas

mulheres tiveram pais que as observavam enquanto eram crianças e se perguntavam

perplexos como esse pequeno alienígena havia conseguido se infiltrar na família.

Outros pais estavam sempre olhando para os céus, ignorando a criança, tratando-a

mal ou dando-lhe aquele olhar enregelante.

Anime-se a mulher que passou por isso. Você já se vingou por ter sido

"impossível" de criar e uma eterna pedra no sapato deles, embora não por culpa sua.

Talvez até mesmo hoje você seja capaz de lhes inspirar um medo abjeto quando

aparece à sua porta. Até que não está mal em termos de vingança inocente.

Certifíque-se agora de perder menos tempo com aquilo que eles não lhe deram

e de dedicar mais tempo à procura das pessoas com quem você se sinta bem. Pode ser

que você não pertença absolutamente à sua família original. Você talvez combine com

eles em termos genéticos, mas quanto ao temperamento você pode pertencer a um

outro grupo. Ou quem sabe você não pertença à sua família apenas superficialmente

enquanto sua alma escapa, corre pela estrada afora e satisfaz sua gula mordiscando

petiscos espirituais em outras plagas?

Hans Christian Andersen1

escreveu dezenas de histórias sobre o arquétipo do

órfão. Ele foi um importante defensor da criança perdida e negligenciada, e dava

imenso apoio à idéia da procura e descoberta do nosso próprio grupo.

Sua história "O patinho feio", publicada pela primeira vez em 1845, trata do

arquétipo do ser incomum e desvalido, uma história perfeita e similar à da Mulher

Selvagem. Durante os dois últimos séculos, "O patinho feio" foi uma das poucas

histórias a incentivar sucessivas gerações de "gente diferente" a agüentar até

encontrar sua turma.

Trata-se de uma história básica em termos psicológicos e espirituais. Uma

história básica é aquela que contém uma verdade tão fundamental para o

desenvolvimento humano que, sem a incorporação desse fato, o avanço se torna

duvidoso e ninguém consegue prosperar sob o aspecto psicológico enquanto não

perceber essa verdade. Segue-se, portanto, uma tradução de "O patinho feio", como

me foi contada originalmente no idioma magiar por falusias mesélök, narradores

rústicos.2

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O patinho feio

Já estava quase na época da colheita. As velhas faziam bonecas verdes com a

palha do milho. Os velhos remendavam cobertores. As moças bordavam flores de um

vermelho vivo nos seus vestidos brancos. Os rapazes cantavam enquanto empilhavam

o feno dourado. As mulheres tricotavam blusões ásperos para o inverno que viria. Os

Mulheres que Correm com os LobosOnde histórias criam vida. Descubra agora