CAPÍTULO 07

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Elena Nolan

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"Obrigado pelos bons momentos e espero que, de coração, você possa perdoar os momentos ruins. Sua vida são seus alunos e você merece vivê-los intensamente. Não espere por mim, porque não voltarei mais.

Beijos, Joe"

Amassei o envelope e o joguei no lixo, junto com as cópias das cartas do seguro da estrada, do carro e de saúde. Minhas coisas estavam guardadas em duas bolsas grandes, além da minha bolsa que carregava meus documentos. Depois de uma semana e meia, finalmente eu teria alta. Embora eu não aguente mais o hospital, preciso assumir que não sei se estou pronta para voltar para aquela casa e ficar sozinha. Eu já me acostumei com as visitas constantes das enfermeiras, com a comida sem tempero e, é claro, com as conversas noturnas que o doutor Cullen e eu costumamos ter, antes de eu ir dormir. Falamos sobre suas viagens, sobre suas descobertas e sobre as minhas antigas viagens.

— Com licença.

Sorri ao ouvir sua voz. Com seu sorriso terno e o rosto iluminado, Carlisle Cullen entrou no quarto e se aproximou de mim. Diferente do habitual, desta vez ele não usava seu jaleco. Estava com calças de alfaiataria escura, blazer escuro, blusa azul clara e lenços no pescoço. Sim, não posso negar que Carlisle é infinitamente bonito, mas o que mais me chama atenção nele é seu cheiro. O modo familiar como me sinto quando estou com ele, o modo como fico à vontade quando ele se aproxima, as borboletas no meu estômago.

— Sua alta foi assinada, você está livre. — diz sorrindo

— Vou parar de perturbá-lo durante seus plantões, doutor Cullen. — brinco — Deve estar feliz.

— Feliz que esteja bem o suficiente para sair do hospital, mas nem tanto por perder as conversas noturnas. — me olha — Podemos ir?

— Tem certeza que essa carona não vai te atrapalhar? — o olho

— Não mesmo, fique tranquila.

Antes que eu pegue as duas bolsas com minhas trocas de roupa e os presentes que ganhei dos alunos, ele mesmo as pega, restando para mim apenas minha bolsa tradicional. Juntos, caminhamos lado a lado pelos corredores do hospital, em um silêncio agradável. Às vezes cumprimento algum enfermeiro ou faxineiro que me reconhece, mas seguimos nosso caminho.

— Doutor Cullen. — a enfermeira chefe para em nossa frente — Achei que fosse sua folga, hoje.

Alana passa os olhos por mim como se estivesse fazendo um raio-x da minha alma. Franzo o cenho.

— Eu vim ajudar uma amiga. — ele responde — Afinal, ela é a professora favorita dos meus filhos.

Alana entorta os lábios pintados em tom de desaprovação, mas logo força um sorriso.

— E eu achando que o cavalheirismo havia acabado. — comenta — Nos vemos no seu próximo plantão, doutor.

Pisando firme, ela segue por um corredor diferente do nosso, deixando um rastro forte de seu perfume fedido para trás. Acabo soltando um espirro.

— Ah, eu também não curto. — ouço Carlisle murmurar quando voltamos a andar — Sempre prendo a respiração, quando ela se aproxima.

Solto uma risada baixinha, enquanto caminho ao seu lado.

SAVE ME - Carlisle CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora