𝟭𝟴

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"Acho que é hora de deixar você ir, e isso é tão difícil de fazer porque eu de alguma forma te amo pelo resto da minha vida, mas todos os sonhos acordados não são nada saudáveis."

S.N

AMOR. Era uma coisa que eu sinceramente não acreditava, até te conhecer. Ah, quando eu te olhei pela primeira vez, soube que você não passava de um sonho, uma ilusão. Você não era para mim, nem eu para você. Talvez em outro momento tudo fosse mais fácil. Talvez em outro momento você pudesse realmente me amar como eu te amo. Porque doí tanto? Porque?! Não era para doer, eu não queria isso, mais eu simplismente não podia controlar. Cada vez que eu pensava em seu sorriso, ou nos nossos momentos a dor crescia e a vontade de chorar voltava. Eu não entendia o porque disso. Eu só queria acordar desse pesadelo ao seu lado, enquanto você me abraçava e dizia que estava tudo bem. Mais não estava nada bem. Tudo estava desabando aos poucos e eu só percebi isso agora. Nunca nada esteve bem, nem quando eu estava com você. A dor continuava ali, porém disfarçada. De felicidade. Quando eu ficava com você, eu esquecia de tudo o que me fazia mal, porém eu não percebi que era você quem me fazia mal. Você simplismente me usou. Como algo descartável e eu me sentia mal por isso. Não era para eu me sentir mal. Pela primeira vez em muito tempo eu sabia que eu não tinha culpa de nada. Porque eu te amei enquanto eu podia, eu só não entreguei isso pra você. Esse amor estava ainda guardado em mim e demoraria a sumir. Porque você foi o único que eu amei.

Escuto batidas na porta de meu quarto. Limpo algumas lágrimas que haviam escorrido pelo meu rosto e não falo nada, apenas espero que meu pai entre ou desista de falar comigo. Torço para que seja a segunda opção, nesse momento eu não queria falar com ninguém. Alguns segundos depois, uma pequena brecha da porta é aberta revelando meu pai com uma bandeja em suas mãos. Esses últimos dias que tenho passado, não estão sendo nada bons. Eu não conseguia fazer nada, e eu me sentia estúpida por isso. À exatamente quatro dias, eu não estava indo a escola, eu não comia direito, eu não bebia. Apenas chorava. O único lugar em que eu fui foi na biblioteca. Lá eu me sentia de alguma forma conectada com minha mãe, e isso fazia eu me sentir um pouco melhor. Na última vez que fui lá chorei tanto. E eu me sentia mais uma vez estúpida. Porra, onde chegamos! Eu estava sofrendo por alguém e quem diria que essa dor iria doer tanto? Me sinto triplamente estúpida.

── Fiz esses bolinhos de canela para você, eu sei que você gosta ── meu pai fala colocando a bandeja sob a cama e se sentando ao lado dela ── Eu só não sei se estão tão bons quanto os da sua mãe ── ele ri sem graça ── Coma, porfavor.

Fico quieta. Meu pai começou a alisar meus cabelos com as pontas dos dedos. Fecho meus olhos aproveitando seu carinho. Eu não havia contado para meu pai tudo o que Louis havia dito. Meu pai achava que eu só estava tendo mais uma recaída. Eu costumava ter isso a algum tempo atrás. Já era uma coisa normal. Eu me sentia chateada, porque meu pai fazia de tudo para me ver melhor, e eu só o retribuiria com decepções. Suspiro fundo e pego um bolinho, começando a come-lo.

── Está muito bom ── falo. Meu pai abre um sorriso e deposita um beijo em minha bochecha. Ele me analisa por alguns segundos e se levanta da cama, indo até a porta e saindo do meu quarto. Meu pai não costumava ir trabalhar quando eu estava assim. Eu acho que ele tinha medo de eu cometer alguma besteira. Eu não faria isso, porém nem eu confiava em mim.

Enquanto comia, começei a me lembrar da vez em que fomos na cafeteria. Merda, eu só queria tirar essas memórias da minha cabeça, mais parecia impossível. Cada vez em que eu tentava esquecer tudo o que vivemos, mais eu me lembrava. Eu só queria apagar tudo de uma só vez. Puxo ar para dentro dos meus pulmões e me levanto da minha cama com o bolinho em mãos. Vou até a janela e abro a cortina. Pela primeira vez em alguns dias eu via o sol. Fecho um pouco meus olhos até me acostumar com a claridade. Fico por algum tempo, olhando para o lado de fora tentando não pensar em nada. Minha mente vagava vazia por memórias de anos. Me viro e obrservo meu quarto. Ele estava uma completa zona, um completo chiqueiro. Estava nojento. Mordo meu labio inferior, e deixo meu bolinho em cima da cômoda. Me abaixo pegando uma sacola que estava jogada no chão, e começo a jumtar alguns lixos que estavam espalhados.

Eu me sentia mal ao ver o ponto de deixei as minhas. Eu me sentia mal ao ver o ponto que as coisas chegaram. Eu me sentia mal ao ver o ponto em que EU cheguei. Era triste, era deprimente. Eu não desejo isso nem para a pior pessoa do mundo. Como eu não vi as coisas decaindo ao meu redor? Sinto uma lágrima gelada escorrer pelo meu rosto. Olho para o lado e vejo a foto que Louis havia me dado, jogada no chão, entre roupas sujas. Pego-a em minhas mãos e analiso-a por um tempo. Porque ele fez isso comigo? Minha vontade era de gritar, surtar e sair correndo para no final não chegar a nenhum lugar. Abraço a foto e deixo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Escuto de fundo o telefone fixo de minha casa tocar. Decido ignora-lo e apenas continuar abraçada com o que me restou dele. Fecho meus olhos abraçando mais forte a foto. Fico assim por alguns segundos, até ser interrompida pelo meu pai, abrindo a porta de meu quarto com certa brutalidade. Com os olhos cheios de lágrimas, olho para cima e vejo a expressão desesperada no rosto de meu pai. Meu coração se acelera quando vejo uma lágrima escorrer pelos olhos do mais velho.

 Meu coração se acelera quando vejo uma lágrima escorrer pelos olhos do mais velho

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𖥻01. god stood me up

𖥻02. me joguei pq a fic ta
na reta final !

𖥻03. como vocês estão? quanta
saudades, mds, eu amo vocês !

𖥻04. prepara o psicológico

𝘄𝗶𝘁𝗵 𝗹𝗼𝘃𝗲, 𝗹𝗼𝘂𝗶𝘀 ! louis partridge.Onde histórias criam vida. Descubra agora