you can't trust me.

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Em um dos lugares mais remotos da terra, nos confins da floresta amazônica, mas precisamente no peru, residiam um grupo de pessoas, não maior que mil em número, mas o bastante para gerar uma vida balanceada.
Dentre essas pessoas, havia um homem, jovem, mas apenas de aparência, sua idade já passava dos milênios, e essa lenda se propaga entre aqueles que fugiram de seu controle ou decidiram ir contra ele. Todos sabem o que ele é, todos se negam, dizem ser o filho de alguém, o neto de alguém, por isso sempre a mesma cara, mas isso não se sustentava mais. Principalmente para Esmie, uma aldeã que há muito tempo não era controlada pelos poderes do homem, mas decidiu ficar, por sua família, para libertar seu povo, por curiosidade.
Numa manhã corriqueira, Esmie descia para tomar seu cafe, sua casa era de madeira, mas grande, morava com seus pais e seus irmãos. Eram em sete. No auge de seus vinte e dois anos, esmie não entendia o por que de nunca ter saído daquela aldeia, ela amava aquele lugar, não havia dúvidas! Mas ela olhava ao redor, as grande árvores, o que havia por trás daquilo? Além da névoa fria e branca que cobria o topo de cada uma delas? O que podia haver? A mulher conhecia apenas sua realidade e apenas isso, mas ansiava por algo com o que poderia se deparar, através dessas barreiras imaginárias. Esmie saiu de seus devaneios, quando já estava no meio do pátio da pequena catedral, onde o homem dava seus sermões e fazia suas reuniões. Assim que se virou, o dito cujo saia pelas portas da pequena igreja, com seu rosto serio, seus cabelos em perfeito estado, e suas roupas simples. Ele parecia tão jovem, como podia? Esmie o encarava, e o arrepio em sua espinha era constante.
- bom dia, esmeralda! - disse o homem. Como ele sabia o nome dela?.
- bom dia....senhor? - esmie se perguntou mais do que o cumprimentou, de fato.
- Como esta, nessa manhã? - o homem se aproximava da jovem que sentia a necessidade de correr, mas então ele saberia, que ela já não estava sob controle, ou ele já sabia?.
- muito bem, me sinto bem, fez sol finalmente gosto do clima quente.- disse a jovem fingindo normalidade no diálogo, poucas vezes o viu falando com indivíduos, sempre com grupos.
- isso é bom - ele a encarou por alguns segundos. - poderia passar em minha sala após a reunião da tarde? - o homem disse olhando para o chão e após isso para o alto.
- claro, senhor. - disse a garota de prontidão.
- muito obrigado. - disse o homem e então saiu andando com suas vestes esvoaçantes pelos seus pés. A garota não sabia por que havia aceitado aquela conversa, mas ela se sentia curiosa, mais do que devia. Mas havia uma ponto de intenção de conhecer os segredos daquele homem, e saber o que ele planejava com sua família, seu povo.

Já passavam das quatro da tarde, quando o por do sol se anunciava no fundo do vilarejo. Esmie estendia as roupas com sua mãe, uma mulher baixa, com cabelos longos e negros, nariz fino e longo, feições sorridentes e um coração enorme.
Parte do tempo, as pessoas daquele lugar não estavam 100% no controle, mas sempre que havia perigo ou algum conflito entre si, o controle do homem entrava em cena. Aquilo estava na mente de esmie desde de cedo, ela faria tantas perguntas ao homem, aquilo ia ser o fim destas dúvidas? Ou seria um série de sermões, ele a mataria ali mesmo e sua família não lembraria dela por que ele os controlaria? O medo passava por cada célula de esmie, e por isso ela estava adiando esse encontro, a reunião havia sido encerrada a duas horas.
A moça finalmente saiu de sua casa, atravessando o vilarejo, rumando a pequena catedral. O lugar estava vazio, em silêncio, apenas uma pequena música tocava ao fundo da mesma. Esmie seguiu ela, dando em uma pequena sala, a porta estava entre aberta. O por do sol iluminava a mesma, o homem estava sentado em sua poltrona de costas para a porta. Ele apenas observava pela janelas o sol baixando ainda mais, até sumir.

- Esmeralda! - o coração da jovem pulou! Não gostaria de ser pega ali, vendo ele por uma fresta.
- perdão ! - disse a jovem sem graça - não queria incomodar.
- e como poderia? Eu te chamei aqui - riu o homem a convidando para entrar mais na sala e se virando por completo para a mesma.
- em que posso ajudar, senhor? - foi direta, esmie não tinha tempo a perder e aquilo aguçou os sentidos do homem, que sorriu ladino.
- me chamo Druig, sou velho, mas nem tanto - ele riu - se.
- velho quanto? - direta demais, pensou esmie, o homem a encarou por alguns segundos e sorriu.
- alguns milênios - os dois se encararam por vários segundo em silêncio - sei que tem mais dúvidas - ele a incentivou a continuar, com as mãos fechadas sobre o queixo.
- ok, por que essa vila, por que essas pessoas, por que tudo isso? Você é um mago? Bruxo? O que tem além dessas árvores? Você vai me matar? - a jovem disparou e quase fica sem ar, a ansiedade corria solta no ar, mas druig apenas sorriu, um sorriso acalentador, acalentador demais. - e como sei que não estou sob seu controle? - ela disse fechando seu leque de questões?.
- bem, muitas questões - ele disse se levantando ficando do lado direito de sua mesa, um pouco mais próximo da moça.
- esmie, já faz um tempo que você não está sob meu controle, e por mais que eu quisesse, nao estaria, você tem uma espécie de... Escudo - disse a olhando, com um olhar analítico que congelou os ossos de esmie. - já em resposta as suas outras questões, foi aleatório, não escolhi essas pessoas a dedo, vocês precisavam de controle, eu tinha isso, evolução contida e harmoniosa, não é maravilhoso? - disse druig olhando ao longe.
- isso não é tirar o livre árbitro? - o questionou e druig a olhou com certa reprovação.
- sem o controle, vocês estariam se matando sem a mínima noção, como animais, como trogloditas acéfalos que são. - o homem já estava olhando com certa raiva para a mulher que tinha os olhos vidrados no homem. - e eu não vou te matar. - ele disse por fim dando a volta novamente e sentando em sua mesa um alívio percorreu a espinha de esmie.
- mas me diga, por que ainda não saiu daqui, sabendo que não tenho efeito sobre você - indagou o homem curioso.
- minha família. - respondeu prontamente.
- amor, é passageiro, sem significado - druig não tinha uma visão do amor humano, apenas do que tinha aprendido.
- pra mim tem, afinal o que você é? - ela questionou um pouco enfurecida com a arrogância do homem.
- eu sou uma raça superior - a mulher revirou os olhos, e druig a repreendeu - eu vim aqui exatamente para cuidar de voces, humanos. - ele disse com tom de zombaria.
- acha que não podemos nos cuidar? - questionou a garota o olhando feio.
- tenho certeza - afirmou a olhando de cima a baixo.
- apenas isso, druig? - questionou esmie com ironia e o homem apenas sorriu ladino.
- essa conversa, não pode sair daqui, e se sair, saberei, e eu e você teremos problemas de verdade - ele disse se levantando e abrindo a porta para a garota que se levantou e rumou até ela.
Esmie não podia acreditar no quão arrogante e cheio de si, aquele homem era. Não podia negar que ele tinha um magnetismo em si, mas era seu poder, com certeza, ele não passa de um Serzinho egoísta, nada além disso, pensou a garota consigo, negando internamente, algumas coisas.
- tudo bem, então, até mais ver, senhor - disse irônica saindo pela porta quando foi parada pelo pulso pelo homem que a puxou um pouco para perto.
- linda, linda esmeralda. - ele passou seu dedão pelo queixo delicado da garota - Me encontre aqui amanhã, após as cinco, vamos caminhar, quero te mostrar algo - o homem a soltou e deu uma piscadela, apenas para então fechar a porta e deixar a mulher desnorteada.

O que foi aquilo???

One shots marvelWhere stories live. Discover now