Remembrance: left me broken, wondering

78 17 3
                                    

Yo


Para esse capítulo, vou deixar um alerta de gatilho. Tem alguns acontecimentos que podem ser temas potencialmente sensíveis e traumáticos para algumas pessoas. Se te afetar emocionalmente assim de alguma forma em algum momento, não leia, sim?

Perguntas serão respondidas aqui. É o último capítulo de lembranças, e também o mais longo de todos. Espero que gostem, e que tenham os questionamentos respondidos. <3

~*~

Já estava se aproximando do final da tarde daquela segunda-feira. Eram cinco e vinte e sete mais precisamente. Naruto estava em seu quarto finalizando um trabalho no notebook, sem conseguir se concentrar muito. Porque tinha uma força puxando-o para aquela porcaria de janela.

Era o horário que ele sempre saía de casa. Sasuke. Mas não fazia mais sentido ficar vigiando o vizinho. Agora se lembrava. Não tinha porquê continuar agindo feito um retardado obsessivo. Era isso que tentava colocar na cabeça.

A melhor coisa que poderia fazer era ir para a cozinha preparar um chá. Com certeza seria melhor do que ficar naquele quarto frio com uma janela tão grande. Então saiu, desceu as escadas, indo para a cozinha. Colocou a água para ferver, fechando as cortinas da janela. Não queria ver absolutamente nada.

Quando o chá estava pronto, o loiro foi para a sala com destino ao quarto. O Uchiha já deveria ter saído de casa. Agora estava livre daquele tormento.

Mas, claro, foi agraciado pelo destino que não era muito gentil consigo. Pela janela da sala, que por uma maldição não estava com as cortinas, teve a plena visão daquela figura pálida em vestes negras saindo pelo portão da casa da frente. E maldita seja a visão tão boa, que conseguiu até ver o pequeno detalhe das olheiras que estavam de volta na pele branca.

Por um instante, Sasuke olhou na direção da casa dos Uzumaki, fechou os olhos por dois segundos, até que se foi. Naruto subiu as escadas sentindo a garganta se apertar, mas bebeu um pouco do chá para amenizar aquilo até que chegasse ao quarto.

Aquela caixa ainda estava no chão, agora no canto do cômodo. Definitivamente não iria abri-la. Não naquele momento. Não conseguia. E precisou se afastar daquele canto para não olhar para aquilo.

E por que raios não conseguia controlar a porra do próprio corpo?

Quando viu, já estava na janela. Falhou completamente em todos os seus impulsos de não pensar e nem ver o vizinho. Claramente o impulso de pensar e ver o vizinho era muito maior.

Sasuke estava sentado no ponto de ônibus, tragando um cigarro. Ele fumava aquela porcaria suja o tempo inteiro.

Cerca de dois minutos foi o tempo de o ônibus chegar, o moreno apagar cigarro, jogar a ponta no lixo, entrar no ônibus e partir. Sasuke gostava de ônibus.

Agora que se lembrava disso, Naruto tinha a explicação do porquê do vizinho ter que sair todos os dias e não ter uma moto ou carro para auxiliá-lo nisso. Sasuke era até mesmo cabeça dura, por assim dizer. Ele ia até o fim com tudo o que acreditava. E esse traço de personalidade do garoto Uchiha era o que acabou ocasionando tudo.

Naquela época, sete anos atrás, enquanto o loiro se recuperava da costela quebrada, não saía de casa e também não sabia absolutamente nada do que estava acontecendo.

" Já era a terceira semana que o jovem Uzumaki não ia à escola. Na última consulta com a Dra. Tsunade, ela decidiu dar mais uma semana de atestado.

Naruto teve que levar a mãe naquela consulta. Como a médica tinha dito, não iria atendê-lo mais uma vez sem um dos pais. E uma coisa que fez o menor criar um amor incondicional por Tsunade, foi o fato de ela escutar a mãe Uzumaki falar sobre o filho ser atropelado, e sequer tocar no assunto de agressão. O loiro pedia a todo momento com o olhar para a médica não dizer nada, e a mulher, atendendo seu pedido silencioso, não disse nada.

N.W. Dicken's ElixirOnde histórias criam vida. Descubra agora