The end: You're the only one, please lead me out of the dark

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O relógio mostrava que eram uma e meia da tarde. Naruto acordava, aos poucos começando a se localizar, percebendo que estava na sala de casa, deitado no sofá e a TV ligada no descanso de tela da Netflix. E tinha um braço tatuado em volta de seu corpo, o abraçando.

Era abraçado. Por Sasuke.

Sentia a leve respiração do mais velho perto de sua nuca, e o cobertor TARDIS localizava-se por cima da perna dos dois. Naruto estava sendo abraçado por Sasuke enquanto dormiam. Aquilo era real de verdade.

Petúnia permanecia sentadinha na frente do sofá, olhando para o Uzumaki. Ela parecia curiosa, bem quietinha, apenas olhando. Porque Sasuke estava dormindo e o abraçando.

Conforme tomava mais consciência do plano real, o loiro se lembrou que estavam apenas de cueca. Céus.

O braço tatuado do Uchiha estava sobre seu peito, então podia vê-lo de perto. Quanto mais olhava aqueles riscos pretos desenhados na pele bonita, percebia algumas cicatrizes pequenas, que claramente foram causadas por agulhas. Tinha uma delas que era maior e um pouco mais aparente que as outras. Então se lembrou daquela carta.

Naruto tentou segurar, mas lembrar daquilo fez as lágrimas começarem a cair. Não conseguia pensar sem sentir uma dor enorme, era aquela dor junto com sentimento de incapacidade e culpa.

Tocou com a ponta dos dedos aquelas cicatrizes conforme as lágrimas quentes caiam — quase que em desespero —, tentando de alguma forma dar carinho ao garoto Uchiha. Aquelas marcas eram o retrato do sofrimento pelo qual ele passou. Naruto não podia nem imaginar quanta dor o mais velho sentia. Não saberia. Sempre quis poder trocar de lugar com ele. Porque o garoto Uchiha tinha um coração bonito demais para ter que passar por aquelas coisas tão ruins.

Céus. Sasuke compra brinquedinhos e coloca lacinho na gata dele!

O Uchiha deve ter acordado sem que o loiro o visse, e o notou naquela cena, chorando, enquanto tocava as marcas de uma vida que foi tão difícil. Sasuke puxou o braço, se virando para cima, largando o abraço.

— É difícil, Naruto. Mas eu tenho conseguido. Não quero falar sobre isso. Nunca. Ok? — ele disse de forma distante.

Naruto o olhava.

— Eu... sinto muito — falou enxugando as lágrimas, tentando parar de chorar. — Eu...

— Eu não quero mesmo falar. Não me faz bem. — Sasuke suspirou. — Ontem eu não pensei sobre isso nenhuma vez. Não tive nada que me fizesse lembrar porque foi legal... Estar com você. Assim é melhor, entendeu?

Naruto assentiu e segurou a mão do outro. Não iria mais tocar naquele assunto então. Não era bom para ele.

— Foi legal estar com você, Sasuke. Eu não gozo daquele jeito há anos — brincou para mudar de assunto, fazendo carinho nos dedos do mais velho.

Não o queria triste. Sasuke pareceu triste ao falar daquilo, mas ele riu com a última fala.

— Que bom. Então eu sou melhor que os outros, não? — ele indagou olhando-o nos olhos.

— Você é o melhor de todos. — O beijou na bochecha.

Sabia que Sasuke gostava de ser elogiado, era um leonino no fim das contas. E ele sorriu, satisfeito.

— A sua filha está curiosa. — Apontou para Petúnia, que agora se localizava no braço do sofá olhando para os dois.

Sasuke a chamou e a pequena deu pulinhos até que estivesse em cima da barriga do pai.

N.W. Dicken's ElixirOnde histórias criam vida. Descubra agora