Somos Jovens E Temos Que Viver

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— Estamos nos saindo bem? — Taeil pergunta assim que tranquei a porta do meu quarto.

— Bom, até o momento meu pai não parece ter odiado completamente vocês, apesar que eu acho que ele não gostou muito do Yuta por causa..Bom, porque ele é japonês — Falo me sentando na cama, me sentindo envergonhado por culpa do meu pai — Desculpa por aquilo, Yuta.

— Tudo bem, eu não estava esperando nada de bom vindo dele, sinceramente — Ele se sentou ao meu lado e me abraçou de lado.

— Olha, eu acho que já vou embora, só vim dar uma força e se for para continuar fingindo que sou um mocinho cristão eu prefiro morrer, sem falar que essa blusa está me matando, nem pareço eu mesmo — Donghyuck reclama e veio na minha direção e beijou a minha testa — Desculpe Mark, vou embora antes que arranje uma encrenca e não quero que sobre tudo 'pra você depois.

— Tudo bem, eu entendo.

— Eu vou levar o Hyuck para casa — Taeil acena para mim e Yuta — Boa sorte aí 'pra vocês, e Nakamoto, não vá falar nenhuma besteira.

— E vocês se cuidem — Yuta disse e os dois meninos saíram do quarto, Nakamoto beijou a minha bochecha — Você anda fugindo de mim de novo, vai ser sempre assim quando me beijar?

— Yuta... — Eu escondi meu rosto no seu ombro sentindo meu rosto se queimar de vergonha.

— Não estou brigando com você, talvez eu esteja só um pouco magoado mas sei que tudo isso é novo 'pra você, só... Não fuja mais, ok? Pode me falar o que está sentindo, somos amigos certos?

— Esse é o problema, Yuta, somos amigos — Falo me afastando dele e levantando da cama — Amigos não deveriam sentir o que eu sinto por você.

— Então você gosta de mim?

— Muito mais do que um simples amigo deveria.

— Markie, não deveria ficar remoendo isso na sua cabecinha — Ele se levantou e caminhou na minha direção até ficarmos bem próximos um do outro — Existem tantos amigos que viram casais, até mesmo amigos de infância, como o caso do primo do Haechan, sabia que Doyoung e Jungwoo são amigos desde pequenos? E agora são noivos — Ele levantou a mão e acariciou a minha bochecha — Não estou dizendo que isso vá acontecer com a gente, na verdade você também pode estar só se descobrindo e o seu corpo está desejando viver esse sentimento ao máximo.

— Isso não é ruim?

— Não, não é, é mais normal que parece na verdade — Ele riu e então me surpreendeu me dando um selinho — Markie, somos jovens e temos que viver agora porque depois a vida adulta vai acabar conosco, então por que pensar demais? Vamos apenas... Aproveitar, pode ser?

— Pode ser... — Ele segurou meu rosto com as mãos e encostou nossos lábios novamente. Yuta pode ser a minha única experiência de beijo mas eu podia dizer com tranquilidade que não existe beijo melhor do que o dele, já escutei Haechan dizer uma vez que quando o beijo se encaixa perfeitamente a sensação fica 100 vezes melhor, talvez seja isso que acontece entre Yuta e eu.

Isso significa que nós combinamos? Nós dois temos um futuro juntos ou iríamos trocar beijos só quando bater a vontade? Não, Mark, não pense demais. Nakamoto está certo, eu devo parar de pensar demais e apenas aproveitar o momento.

Senti as minhas costas baterem na parede do quarto e eu nem consegui raciocinar como eu andei até lá, as mãos de Yuta soltaram meu rosto e agora prendiam minhas mãos na parede com força, mas não tanto para não machucar meus pulsos.

— Yuta.. Meus pais estão lá em baixo, e se um deles vir bater na porta?

— A gente só se afasta e finge que nada aconteceu.

— Você sabe que eu não sei disfarçar quando estou nervoso — Ele riu e se aproximou novamente apenas para deixar dois selinhos nos meus lábios e depois se afastou, soltando minhas mãos.

— Seria tão ruim assim se o Sr. Lee soubesse que um garoto japonês está beijando o filhinho dele? — Yuta se sentou na cama e me puxou para sentar no seu colo, eu não reclamei e encostei minha cabeça no seu ombro.

— Seria péssimo, não sei do que ele seria capaz.

— As vezes os riscos valem a pena, sabia?

— Yuta, por acaso está planejando algo? Se estiver acho bom tirar a ideia da cabeça, não vai aprontar nada enquanto ele estiver aqui.

— Ah Markie, eu não sou uma criança que vive armando pegadinhas, não vou fazer nada — Ele deu uma risadinha e eu olhei para o seu rosto.

— Você está falando sério?

— Talvez — Antes que eu pudesse dizer algo ele me deitou na cama e começou a fazer cócegas na minha barriga. Eu tentei me segurar para não rir alto mas foi impossível, Nakamoto estava em cima de mim e não parava mesmo comigo pedindo várias vezes para que parasse.

— Filho, seu pai está te chamando — Minha mãe avisa batendo na porta.

— Já vou — Yuta saiu de cima e mim e ajudou a arrumar meu cabelo e a roupa.

— Quer que eu fique mais um pouco com você ou vai aguentar o insuportável lá em baixo?

— Eu aguentei durante todos esses anos, acredite, eu sei lidar com ele — O abracei e abri a porta do quarto — Nos vemos amanhã na escola.

— Ok, se cuide, pequeno — Nós descemos as escadas juntos e vi meu pai olhando Yuta de cima a baixo com uma expressão de desaprovação — Foi um prazer te conhecer, Sr. Lee, mas eu preciso ir, deixei meu irmão sozinho cuidando dos pequenos lá em casa.

— Pequenos? Filhos dele? Ou... Seus filhos?

— Pai! — Chamei sua atenção pois aquela pergunta tinha sido desnecessária e até mesmo passado dos limites, mas Yuta teve uma reação diferente, ele riu.

— Nem um e nem outro, são meus irmãozinhos também, três crianças pequenas e o senhor deve saber como criança é difícil, imagina lidar com três então.

— Claro, japoneses gostam de ter vários filhos para cada um conquistar a própria riqueza e depois ter que bancar os pais preguiçosos — O sorriso de Yuta vacilou de novo, eu sabia que tocar no assunto da família iria o deixar abalado e realmente o atingiu pois o sorriso não voltou, ele ficou sério.

— Eu vou indo então, até amanhã, Mark — Ele acenou para mim e caminhou até a porta sem olhar para trás.

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Don't Be An Angel // YumarkOnde histórias criam vida. Descubra agora