— Por que a pergunta?
— Só responda, Markie — Se eu dissesse que me lembro ele iria me encher de perguntas, mas se falasse que não aí a chance de ficar com ele novamente iria ficar mínima.
— Eu me lembro... — Virei o rosto para o lado.
— Então, você lembra do que aconteceu quando te levei para casa? É por isso que me evitou depois?
— Não, não foi por isso.
— Então por quê?
— Yuta, se eu contasse você iria continuar sendo meu amigo ou pararia de falar comigo? — Pergunto levantando a cabeça e olhando nos seus olhos brilhantes.
— Eu nunca faria isso, sou seu melhor amigo.
— Ok, eu vou te falar mas antes preciso fazer uma coisa — Ele balançou a cabeça concordando comigo mesmo sem saber o que eu iria fazer.
Eu respirei bem fundo e senti meu coração acelerar, nunca fui o tipo de pessoa impulsiva mas parece que ultimamente o antigo Mark Lee está cada vez mais desaparecendo e dando lugar à um que eu nem ao menos sabia que existia dentro de mim. Yuta me olhava curioso e ansioso, seus olhinhos não se desprendiam de mim esperando seja lá o que eu fosse fazer.
Segurei as suas mãos e me aproximei do seu rosto e encostando nossos lábios, ele não retribuiu de início por conta da surpresa mas quando pensei em me afastar ele soltou minha mão e segurou meu pescoço e não deixou que eu me afastasse. A sensação de beijá-lo estando sóbrio é mil vezes melhor do que quando estava bêbado.
Em certo momento eu me surpreendi com ele pedindo permissão para inserir a língua no beijo, eu não sabia o que fazer mas mesmo assim permiti, a mão dele deslizou do meu pescoço até a cintura e as minhas para o seu pescoço. Quando faltou o ar nós nos afastamos minimamente, com as testas coladas e podia escutar a sua respiração.
— Yuta, eu... — Eu iria contar que estava afim dele, mas fomos surpreendidos com a porta sendo aberta e nos afastamos imediatamente.
— Vamos ser liberados mais cedo, um dos alunos machucou o braço no jogo e nosso grupo ganhou, Mark — Donghyuck entrou pela porta falando e nem ao menos olhou nossa cara para perceber a situação que estávamos há alguns minutos atrás, apenas veio na nossa direção com Taeil logo atrás — Vamos embora, gente?
— Ah, vamos sim — Falei me levantando da cadeira e dando um sorriso sem graça — Tchau meninos, eu vou indo, Giselle já deve estar no portão me esperando — Acenei para os três e sai o mais rápido possível do teatro e evitando de olhar o rosto de Yuta.
Caminhei entre os corredores até chegar no portão, Aeri estava lá me esperando sozinha, provavelmente suas amigas já haviam ido embora.
— Giselle, vamos? Eu preciso te contar o que aconteceu — Disse me aproximando e a puxando pelo pulso.
— Oi 'pra você também, e acho bom me contar mesmo, eu vi você e Donghyuck saindo da quadra.
— Pois se prepare que a história é digna dos gritos da NingNing.
🌿
— Mark, vem aqui — Fui até o quarto da minha mãe e a encontrei deitada na cama com o notebook ao seu lado.
— Precisa de algo?
— Seu pai me mandou mensagem avisando que virá aqui te visitar, disse que tem algumas coisas para conversar contigo.
— Que... coisas?
— E eu vou saber? Ele chega na quarta — Eu balancei a cabeça e sai do quarto.
O que meu pai precisava conversar comigo sendo que nem nos falamos desde que me mudei? Não sei dizer mas eu sentia um mal pressentimento, como se essa visita dele fosse trazer mais coisas ruins do que boas, mas não deveria ser assim já que o sentimento de empolgação e alegria deveriam ser maiores que qualquer outro.
Talvez seja o medo dele conhecer os meninos, eu sei como meu pai é e sei que vai odiar os meninos, eles são exatamente o tipo que meu pai odeia, e se ele descobrir que eu beijei um menino? Eu serei deserdado por ele e minha mãe e sou muito novo para me virar nesse mundo sozinho.
Peguei meu celular e mandei mensagem para Yuta contando como estava me sentindo, ele respondeu perguntando se podia me ligar. Eu saí do quarto e fui até o quintal, me sentei no chão e logo recebi a ligação.
— Então, por que não está feliz com a visita do seu pai? — Ele pergunta assim que atendi a ligação.
— Eu não sei dizer, mas sinto um pressentimento ruim com a visita dele, parece que algo vai acontecer e já se passou um monte de coisa na minha cabeça.
— Olha, talvez seja porque ele não te manda mensagem desde que você se mudou e agora de repente ele está querendo vim e nem avisa o porquê direito.
— Sinceramente? Eu tenho medo dele ver você e os meninos.
— Por quê? — Eu pensei se devia contar ou não, mas eu confio em Yuta, talvez seja a pessoa que eu mais confie no mundo todo, até mais que na Aeri.
— Meu pai é um homem bem religioso e conservador, sabe? E desde que eu cheguei estou vivendo tudo aquilo que ele sempre disse que eu não devia fazer, entende?
— Entendi, seu pai é um idiota então — Ele soltou uma risada — Não fique preocupado com isso, ok? Se não quiser nos apresentar para o seu pai nós vamos entender.
— Mas eu não queria fazer isso.
— Tem certeza? Acho que se ele nos conhecesse poderia acabar sobrando 'pra você, mas se quiser mesmo nós podemos nos comportar, eu sei fingir que sou um garoto bonzinho — Eu ri do seu jeito de falar e escutei a sua risada do outro lado também.
— Você conseguiu me deixar menos preocupado agora.
— Fico feliz, você quer falar sobre hoje mais cedo? Eu não consigo parar de pensar no nosso beijo — Mesmo que ele não estivesse na minha frente eu senti as minhas bochechas queimarem de vergonha e fiquei em silêncio sem saber o que responder — Eu não preciso te conhecer muito para saber que você está queimando de vergonha, Markie.
— Preciso ir — Encerro a ligação e solto um suspiro.
Um dia Yuta iria me matar de tanta vergonha.
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Don't Be An Angel // Yumark
Fiksi Penggemar[🤎] Mark Lee deixou sua vida pacata no Canadá para recomeçar com sua mãe na Coreia do Sul, por ser tímido e ansioso já esperava que fosse ficar sozinho nos primeiros dias na nova escola, mas estava errado, ele não esperava que fosse ser "adotado" p...