Dollhouse

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KELLY





Duas semanas depois que Sam foi para o internato, eu fiquei me perguntando se fiz certo em deixar Robert mandar ela ir para aquele lugar. Sam não era a minha filha preferida, nossa relação era apenas o necessário, mas toda vez, ela me surpreendia com a sua inteligência na escola. Ficava imaginando as grandes faculdades que ela poderia fazer com seu desempenho.

Eu não tratava ela como fazia com Emma. Não nos abraçavamos e nem combinavamos de assistir filmes juntas, não sei porque, mas não conseguia criar um laço com a garota. Com Robert era a mesma coisa, nenhum de nós éramos bons pais para ela.

Assim que pus meus pés na igreja, senti um arrepio no pescoço, ignorei a sensação esquisita e caminhei até a salinha para me confessar. Me ajeitei no banquinho e comecei a pensar nas duas últimas semanas.

-- Perdoe - me senhor, eu pequei! -

Ouvi um suspiro e apertei meus braços.

-- Qual os pecados você cometeu? - Perguntou a voz grave -

Fechei os olhos e lembrei do rosto furioso de Robert quando disse que não havia feito o jantar.

-- Briguei com meu marido por uma coisa boba. -- Respondi -

-- Espero que o motivo de você não ter cumprido sua promessa ao seu marido seja negociável. - Ele disse -

Franzi a testa irritada. Como ele ousa?

Não fiz promessa nenhuma de que faria o jantar, cheguei tarde do trabalho e a culpa é minha?

-- Estava trabalhando. - Tentei manter a calma -

Ele hesitou me fazendo respirar fundo.

-- O que mais? - Perguntou -

-- Minha filha disse que era gay e a mandei para um internato. - Falei -

Lembrar da expressão dolorosa no rosto de Sam, por algum motivo desconhecido, apertou meu coração.

-- Mas isso não é pecado! - Afirmou ele -

Arregalei os olhos

-- Não é pecado? Eu rejeitei minha própria filha no momento que ela mais precisava de mim. -

Tampei minha boca com as mãos, o que eu tinha acabado de falar!? Sem esperar mais nada do padre, me levantei do banquinho e fui rumo a saída. Estava eu mesma surpresa com a minha atitudee como eu tive coragem de repreender o padre. Sam, o que você fez!?

Passei o dia todo com aquelas palavras ditas pela minha pessoa, me reparei que Do ert não tinha chego quando eu fui deitar.

Os dias foram se passando e mais o sentimento de arrependimento me consumia, Por que eu estava me torturando? Precisava esfriar minha cabeça, me arrumei para ir ao cemitério visitar o túmulo de Emma, sempre ia lá quando sentia que precisava desabafar. Mesmo sendo um lugar amedrontador.

Quando abri a porta para sair de casa, uma pessoa me parou. Era uma mulher loira que devia ter vinte e poucos anos cheia de maquiagem na cara e um vestido roxo colado no corpo.

-- Robert Fraser mora aqui? - Ela perguntou sarcástica -

-- Mora, mas quem é você? - Falei confusa -

Seus olhos verdes me analisaram de cima pra baixo.

-- Sheila Hyde. - Respondeu enojada -

Boarding school for girl, SameenaOnde histórias criam vida. Descubra agora