📞📞📞 O Universo Paralelo. Coroa.
- Para onde vamos? ━ Nathan acanhou-se enquanto puxava Theo pelo braço, cercando-o em volta de sua nuca para levantá-lo da grama.
Estavam sonolentos e com dores, se movendo em câmera lenta para juntarem as poucas coisas que tinham. O clarão do dia teria retornado, com a mesma aparência assombrosa pelas nuvens que recheavam o céu cinzento. A jovem de cachecol puxava suas sacolas que teria pendurado nas cercas cobertas por pinceladas brancas.
Max ajudava aquele que puxara o ferido em um só golpe, erguendo-o em meio aos murmurinhos de dor quase inaudíveis, ambos equilibrando Theo pelos braços em volta de seus pescoços. Sarah abriu a sacola para retirar uma das garrafinhas de água, rodando a tampa como uma engrenagem banhada em graxa para que escorregasse com facilidade.
- Não ouviu a pergunta? ━ Max rosnou entre dentes, observando a garota de fio repicados.
A ruiva cercou a mandíbula do mais velho com os dedos, levantando seu rosto para poder depositar a garrafa entre os lábios finos de Theo. O mesmo que mantinha os olhos fechados que vez ou outra espiavam a situação por uma pequena fresta, como uma pestana entreaberta; seu rosto portava as pequenas gotas de suor que escorriam livremente até poderem forrar a grama, a pele branca em um tom desbotado pela palidez e debilidade. A água escorria para dentro de sua boca que ainda sim a dificultara de passar por não está aberta o suficiente, escorrendo das extremidades de seus lábios até o queixo.
Sarah terminou o ato ao observar a garota jogar a pequena bolsa sobre as costas e caminhar em direção ao portão, sempre com grande desdenho. Os quatro ainda ativos fisicamente se encararam com uma genuína dúvida do que fazer. A mais nova entregou sua sacola para Gregor e apressou-se atrás da outra, esperando Nathan e Max se arrastarem pelo mesmo caminho, trazendo Theo entre eles.
- Onde você está indo?
A desconhecida parecia ignorar qualquer presença ao seu redor, estando de volta as ruas que pareciam brincar com quem ousasse andar sobre elas, mantendo uma feição desagradável e ameaçadora.
- É muda, porra?
Sarah deu pequenos pulinhos ao perceber os passos rápidos que a garota abordou de repente, se virando para observar se os amigos vinham mesmo atrás delas. Aquele ritmo de caminhar os cansava celeremente.
- Para onde você está indo?
- Vocês poderiam parar de me seguir? ━ Soltou de forma grosseira enquanto seguia robusta pelo caminho.
- Você nos ajudou ontem. Poderia nos ajudar de novo? ━ Suplicou.
- Eu não ajudei vocês. Aquele idiota me derrubou. Fui completamente obrigada a incluir os cinco bastardos. ━ Balbuciou enquanto a ruiva ofegava logo atrás.
- Bastardos é a sua mãe. ━ Max queixou-se em fúria.
- Por que caralhos ainda estão vindo atrás de mim? Já falei para pararem de me seguir. ━ Ordenou com zanga.
- Não é óbvio? ━ Sarah questionou. - Não sabemos o que fazer.
- E desde quando isso é problema meu?
- Isso não é problema seu, mas um pouco de empatia seria muito agradável. ━ Apressou os passos atrás da garota.
- Eu não vou ajudar vocês.
- Tudo bem então. ━ Silenciou-se por alguns segundos - Pode pelo menos me dizer qual o seu nome?
- O que? ━ Questionou ainda caminhando, não se dando ao menos o trabalho de se virar para que a garota repetisse sua pergunta.
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O Crocitar
HorrorA primeira viagem escolar da turma de 86, destinados a um hotel de luxo da cidade vizinha, onde se encontrara diversos museus pelas redondezas. No ônibus, personalidades desiguais formando bons amigos. No universo, locais diferentes formando audacio...