📞📞📞 O Universo Paralelo. Coroa.
- Você acha que se o Theo não tivesse... ━ deu uma pausa - Se sacrificado, você também teria sido pego? ━ A ruiva perguntou para o garoto que agora não estava mais encolhido
Já fazia algumas horas que eles conversavam sobre, ninguém ousara se aproximar e quebrar o contato. A realidade é que começara a entardecer, mas não se importavam. Enquanto estivessem ali estariam seguros. Ou pelo menos gostavam de acreditar que sim. Sarah brincava com as mangas de sua blusa cinza, agora quase cheia de pequenos rasgos e manchas. Onde viviam, Nathan vivera indo até a casa de Sarah para visitá-la, parando sempre com sua bicicleta verde em frente ao portão branco do pequeno quintal. Ela estava acostumada em passar horas ouvindo ele falar, mesmo que as vezes nem existisse mais assunto. A família dela também gostava dele, gostavam do carinho que ele demonstrara ter por ela. E quando a ruiva viajava, ele fazia questão de continuar indo até lá, e quando insatisfeito, pulava o portão e ficava sentado na varanda, esperando o dia que ela fosse chegar. Essa amizade sempre fora incerta, começara com o fato de Angel e Nathan irem embora juntos para casa, até que um dia os dois decidiram passar a fazer o mesmo caminho que Sarah, se tornando amigos próximos. E depois disso, sempre após as aulas os outros dois paravam naquele quintal para descansarem, já que o caminho da casa deles era longo. Em algum momento, Theo se juntou, e eles passavam horas deitados na varanda de pedras verdes contando histórias. A garota gostava tanto daquilo, passara semanas se lembrando do dia em que apresentou os filhotinhos de seus cachorros para os mesmos, eles ficaram tão animados em segurar os pequenos bichinhos que nem mesmo falavam nada, pelo menos até o momento em que Theo segurou um dos filhotinhos como se fosse uma arma, encenando um tiroteio. Os outros dois gargalhavam daquilo, enquanto a ruiva correu para tomar o pequeno cachorrinho das mãos dele. Eles definitivamente tiveram muitos momentos felizes. Mas agora, nada disso aconteceria de novo.
- Talvez. ━ Nathan foi curto, como sempre fora quando estava com preguiça de falar. - Mas e você? O que acha que aconteceria se a Scarllet não tivesse ajudado?
- Como ela mesmo disse, ela não ajudou. ━ Evitou o contato visual - Ela fez o que precisava para se salvar.
- É sério que ela disse isso?
- Ela é uma otária. Não sei como eles ainda aguentam ela sempre brigando e sendo grosseira.
- Você está descrevendo ela ou se descrevendo? ━ Riu quando a garota lhe olhou incrédula - É brincadeira.
Em meio a conversa um barulho na pequena passagem, de cara, Scarllet voltando com a mesma expressão estressada para o lugar em que agora se aconchegavam da melhor forma que podiam.
- Falando na coisa ruim... ━ Sarah sussurrou.
Ela entrava arrastadamente, como quem estaria cansada após uma longa caminhada, suas mãos deslizavam pelas paredes que a cercavam como um corredor estreito, agora de volta com o cachecol listrado. Atrás dela, uma voz diferente. Estava voltando com alguém. A realidade é que todos foram surpreendidos quando a personificação do desleixo conseguiu sair da entrada e revelou outra garota que estava sendo tampada por si. Nessa altura todos mantinham seus olhos fixos naquela revelação. Uma morena de cabelos lisos, face serena e uma jaqueta jeans apertando seus braços.
Johnny e Skaipper olharam assustados, eles largaram tudo que estavam em suas mãos para irem em direção a garota com tamanha surpresa, seus pés levantavam toda areia ali presente, transformando-a em uma poeira vasta. A loira abraçava a garota com toda empolgação possível, enquanto o outro apenas apertou seu ombro como uma forma de carinho, eles pareciam contentes e um tanto quanto aliviados ao verem aquela garota.
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O Crocitar
HorrorA primeira viagem escolar da turma de 86, destinados a um hotel de luxo da cidade vizinha, onde se encontrara diversos museus pelas redondezas. No ônibus, personalidades desiguais formando bons amigos. No universo, locais diferentes formando audacio...