Prólogo

238 12 4
                                    

-Os que dominarem a magia, dominarão todos os quatro elementos e será o rei de todas as tribos. Você terminará o trabalho que eu comecei, fazendo que todos se curvem diante de si. E um dia, você terá o poder suficiente para me trazer de volta.
O menino olhava assustado para o pai parado em sua frente, com a blusa rasgada e os pedaços de pele expostos estavam cobertos de sangue. Não sabia o que fazer, estava assustado. Os gritos lá fora só aumentavam e ele assentia para o pai freneticamente na esperança de que tudo aquilo acabasse logo, o pai beijou-lhe a testa e sussurrou algumas palavras num idioma completamente diferente e o menino caiu num sono profundo, nunca mais ouviu falar no seu pai.
Há cerca de 600 anos, uma guerra terrível devastava as 4 tribos. Fogo, Terra, Água e Ar estavam completamente destruídas e o povo sofria com o desequilíbrio do reino. Mesmo destruindo o grande traidor, o medo ainda deixava a atmosfera carregada, como se a qualquer momento ele fosse ressurgir das trevas. A tribo da Terra tinha ganhado seu novo herdeiro ao trono em meio as terríveis batalhas que assolaram o país. Ele fora criado desde cedo para governar com sabedoria e justiça. A tribo do fogo ganhou um sucessor logo em seguida, criando seu herdeiro para governar o povo com compaixão e lealdade. Ao término da guerra, a tribo da Água também ganhou um herdeiro que governaria seguindo as tradições mais antigas de seu povo, evitando o ressurgimento dos rebeldes. Mas a tribo do ar não ganhou um sucessor, a rainha deu a luz a uma menina. Como não poderia governar pois era uma mulher, decidiram que quando alcançasse a idade certa, se casaria com um dos novos reis para selar de uma vez por todas, a paz entre as tribos.
A grande festa para comemorar o fim dos tempos difíceis se aproximava, e os reis aproveitariam para mostrar seus filhos aos grandes anciões de cada tribo, para que estes oferecessem uma profecia que guiaria os jovens príncipes (e princesa) a trilhar o caminho certo.
Todos os reis seguravam seus filhos no colo e se postaram diante dos anciões. O silêncio foi total: A música parou, as conversas cessaram e até mesmo os pássaros deixaram de cantar para escutar a profecia. Como nunca havia acontecido antes, os quatros anciões repetiram a mesma profecia, como se o destino de todas as crianças estivessem ligadas. O medo novamente pairou, quando as palavras foram anunciadas:

" Um traidor surgirá e uma maldição lançará.Os quatro reinos devem se unir para o perigo acabar. Lealdades surgirão e um amor irá nascer para selar esta união. Com dezesseis anos a princesa irá voltar e o traidor se renderá.Quando tudo estiver terminado, a paz no mundo reinará."

Como se soubessem que hoje todos os reis estariam juntos, os rebeldes que não haviam sido capturados invadiram a festa e uma nova correria se instalou no local. Os reis deixaram seus filhos com suas esposas e mais uma vez, foram para a batalha, pedindo que isso acabasse de uma vez por todas.
Desesperada para manter sua filha longe de toda aquela confusão, a rainha da tribo Ar correu para o mais longe que conseguiu, mas foi encurralada por dois rebeldes que estavam guardando o perímetro. Antes que pudessem lutar, a rainha conjurou os ventos a seu favor e abriu um portal, para uma outra dimensão. Entregou seu amuleto para a pequena princesa e acariciou-lhe o rosto antes de colocá-la no portal. Não sabia para onde a filha havia sido levada, mas sabia que estaria em segurança.
“Com dezesseis anos a princesa irá voltar” Acreditando na palavra dos anciões, ela se entregou aos rebeldes, sabendo que no momento certo, a filha voltaria e acabaria com o sofrimento de seu povo.
Algum tempo se passou e todos os rebeldes finalmente estavam presos, algo na noite da festa enfraqueceu seu poder e possibilitou sua derrota. A morte da rainha da tribo do ar deixou todo o reino mergulhado numa tristeza profunda. Procuraram a princesa perdida nos lugares mais remotos mas não conseguiram achá-la, por fim, decidiram que era melhor obedecer o destino que fez com que a princesa desaparecesse para que a profecia fosse cumprida. 
Ele continuava sem se lembrar de seus pai e das palavras que ouvira naquela noite, mas sabia de algum modo que estava destinado a fazer algo muito grande em sua vida. Explorava as matas como qualquer menino na sua idade faria mas deparou-se com uma cabana muito antiga. Como se estivesse em transe o menino entrou e se deparou com objetos muito antigos, do tempo da grande Guerra.
“Finalmente meu filho... Depois de tanto tempo...”
-Quem esta ai? – Ele tirou uma pequena adaga de sua cintura e apontou... Pro nada. Não havia ninguém na cabana, mas a voz continuava soando em sua cabeça, e o deixava perturbado.
“Sei que não se lembra de mim filho, mas é chegada a hora de conhecer todo o seu passado. Deixei que me capturassem para que um dia, você pudesse se tornar ainda mais forte que eu e derrotar de uma vez por todas as quatro tribos”
-Não há como derrotar as quatros tribos, você teria que nascer com o poder de dominar os quatro elementos, mas eu não consigo fazer isso.
“Se você não nasceu com este dom, pode consegui-lo... Nesta cabana, há um porão e nele está guardado todos os segredos sobre Magia. Use-os meu filho e conquiste todos os reinos que quiser. Você será invencível! E Quando estiver pronto, poderá me trazer de volta, e juntos, dominaremos as outras dimensões”
Dominado pelo desejo de poder, o menino correu pela cabana em busca da entrada para o porão. Debaixo de um tapete velho, coberto de terra e algumas folhas estava a entrada. Ele desceu lentamente, com a adaga em mãos e seus olhos brilharam quando ele viu todos os pergaminhos com escritos antigos. Cada um ensinando a dominação de um elemento diferente.
-Vou precisar dos amuletos para ter poder total sobre cada elemento.
“Você irá conseguir”
-Mas e o amuleto do ar? Dizem que a rainha deixou o amuleto com a filha, e depois disso, ninguém mais a viu. Será impossível conseguir este.
“Há uma profecia que está para se cumprir. Quero que desempenhe seu papel perfeitamente, quero que todos os reinos confiem em você, e quando chegar a hora, a princesa irá voltar e você poderá cumprir sua missão. Mas preciso que jure que sua lealdade será somente a mim.”
O menino ajoelhou-se diante dos pergaminhos e colocou sua adaga diante de si e proclamou em alto e bom som:
-Eu juro minha lealdade ao senhor meu Pai e juntos, destruiremos as quatro tribos!
Seus olhos brilhavam imaginando a Guerra que se seguiria quando ele conseguisse todos os amuletos. Faria todos se ajoelharem diante dele e finalmente, ele teria o mundo aos seus pés.

A Profecia dos AmuletosOnde histórias criam vida. Descubra agora