Ele dirige-se rapidamente até à cozinha e limito-me a seguí-lo.
Sebástian: Giulia... - ela vira-se com medo. Ele simplesmente baixa-se e abre os braços. Ela corre até ele com carinha de quem quer chorar e abraça-o - Desculpa, meu amor. Desculpa o papá. - faz carinho nos seus cabelos loiros. Ela afirma com a cabeça.
Giulia: Desculpa, papá. - ela separa-se e recebe um beijo na bochecha.
Sebástian: Tens trabalhos de casa para fazer? - ela afirma com a cabeça - Vai lá fazer, meu amor. Se precisares de ajuda é só chamar. Depois nós vamos dar um passeio. - um sorriso aparece no seu rosto e ela sai rapidamente da cozinha. Ele levanta-se e olha para mim - Mais uma vez, desculpa. - ele aproxima-se.
Eu: Sem problema.
Sebástian: Isto ainda mexe muito comigo. - coloca a mão no meu ombro esquerdo e vai descendo até chegar à minha mão, parando aí - Se tiveres como não deixar ela tocar nas coisas da mãe enquanto estou fora, ficaria muito grato.
Eu: Claro, não quero que volte a acontecer o que aconteceu. Cheguei até a pensar que iria ser despedida. - solto uma pequena risada sem graça.
Sebástian: Nunca, Luna. - segura um pouco mais a minha mão - Eu quero-te aqui, sempre. - o meu coração acelera.
Eu: Então... - afasto a minha mão - As férias foram boas?
Kimberly: Foram ótimas, querida. - aparece na cozinha - Não concordas, meu amor? - tira uma maçã do cestinho que ali estava e ele olha para outro lado - Deve estar tímido. - dá uma mordida na maçã.
Sebástian: A Giu deve estar a precisar de ajuda, Luna se fizeres o favor de vir. - sai da cozinha e logo de seguida vou atrás.
Kimberly: Matámos as saudades da nossa primeira noite juntos. - fala antes de eu colocar os pés fora dali. Viro-me para ela - Ai, foi tão bom relembrar. - sorri enquanto se senta na bancada - Realizou-me totalmente.
Eu: Que bom, Sra. Rivera. - saio dali. Certeza que fez de propósito... Subo até ao quarto da Giu, onde a porta já estava aberta.
Giulia: Acabei, pai. - guarda as coisas - Vou ir à casa de banho antes de irmos. - sai do quarto.
Sebástian: Demoraste para vir. Aconteceu alguma coisa?
Eu: A Sra. Rivera estava a contar-me o que fizeram durante as férias. - coloco o meu cabelo para trás.
Sebástian: Hm...
Eu: Férias bem agitadas. - solto uma pequena risada forçada - Pareceu o meu fim de semana.
Sebástian: Foi agitado também? - coloca as mãos nos bolsos das calças.
Eu: Imenso. Diria até que foi idêntico. - mostro um pequeno sorriso e ele faz o mesmo.
Sebástian: Que bom então.
Giulia: Papá, vamos. - aparece na porta.
Sebástian: Vai andando até à garagem, filha. Já vou. - ela obedece. Ele aproxima-se de mim e ficamos lado a lado - Se quiseres vir. - fala sem olhar para mim enquanto que a sua mão encosta na minha.
Eu: Claro, o meu papel aqui é apenas cuidar da Giu, não faria sentido eu ficar aqui sem ela.
Sebástian: Claro, tens razão. - viro-me e ele tenta pegar na minha mão.
Eu: Eu sei andar sozinha.
Sebástian: Sim, é verdade, vamos. - sigo-o.
Kimberly: Amor, onde vais?
Sebástian: Lugar nenhum. - continuamos a andar até à porta da garagem. Giulia estava a olhar para os 4 carros ali estacionados. Ele tira a chave de dentro do bolso e destranca as portas daquele que estava mais próximo de nós. A Giu entra no banco de trás e nós entramos nos da frente.
...
Sebástian: Giulia, cuidado com as escadas.
Giulia: Venham logo! O filme já vai começar. - sobe apressadamente as escadas com as pipocas e o sumo na mão. Meus Deus, se ela deita aquilo tudo no chão. Chegamos ao pé dela que já estava sentada no seu lugar. Sentamo-nos ao lado dela. Para além de nós só havia uma família lá à frente. Hoje em dia quase ninguém vem ao cinema, principalmente se for para ver um filme infantil como este. No mesmo instante o filme começa. Se queríamos ver isto? Não, mas não tínhamos outra opção. A Giulia ainda é uma criança e não poderia nos acompanhar em qualquer outro filme, mas também porque ela insistiu muito que queria ver este. Olho para o nada, comendo as minhas pipocas. Sinto algo pousar na minha mão que estava pousada na minha perna. Sebástian olhava para as suas pipocas enquanto permanecia com a sua mão por cima da minha. Rio internamente. Vou fingir que não percebi até ao final do filme. A Giu estava tão concentrada no ecrã que nem percebia o que estava a acontecer ali.
...
Giulia: Que final é este? Eu estava entusiasmada para isto acabar assim!? - levanta-se com a saco das pipocas na mão. Uma das crianças da família à frente concorda com ela. Giu desce poucas escadas para mostrar ao menino como também estava revoltada. Olho para o Sebástian que apenas olhava a cena e ainda não tinha tirado a mão de cima da minha. Olho para a sua mão. Que vontade de agarrar... Sem pensar duas vezes entrelaço os nossos dedos e isso faz o meu coração acelerar violentamente no mesmo instante. Ele olha surpreso para mim e posso ver um pequeno sorriso surgir no canto da sua boca - Papá, vamos! - solto imediatamente a sua mão e nos levantamos.
...
Giulia: Vou tomar um banho, este filme acabou comigo. - joga o cabelo para trás e sobe as escadas. A minha mãe aparece.
Mãe: A Sra. Rivera mandou avisar que foi sair com as amigas e que não tem hora para voltar. Ela também disse estar muito chateada consigo por não lhe ter dito para onde tinha ido. Os seus pais foram para a empresa resolver algumas coisas no seu lugar.
Sebástian: Claro, obrigado, Cármen.
Mãe: E tu estás bem, minha filha? - pega nas minhas mãos.
Eu: Estou sim, mãe. - deposito um beijo na sua testa.
Mãe: Qualquer coisa estou ali. Com licença. - volta para a cozinha.
Sebástian: A tua mãe é um doce de pessoa.
Eu: Muito. - sorrio.
Sebástian: Bom, para não estares aí sozinha podes vir comigo. - ele sobe as escadas e sigo-o. Abre a porta do seu escritório, entramos e ele fecha - Eu sei que ainda falta uns dias, mas já fica avisado. Este fim de semana não precisas cuidar da Giu, os meus pais vão ficar com ela na casa dos meus tios.
Eu: Claro, assim tenho um tempo para organizar a minha vida.
Sebástian: Está tudo bem?
Eu: Sim, é só que tenho tanta coisa para fazer que mal consigo respirar.
Sebástian: Eu já disse que podes sair do café e ficar apenas como babysitter da Giu. - fala olhando para um bloco de notas que estava na sua secretária.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desistir Não É Opção
Non-Fiction" Desistir não é e nunca será uma opção! A vida não é o mar de rosas que tanto desejamos, mas isso não é motivo para desistir de tudo! Eu própria sei do que falo... " - Luna González " You're good enough for this world "
